Darwin e Deus https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br Um blog sobre teoria da evolução, ciência, religião e a terra de ninguém entre elas Mon, 15 Nov 2021 14:20:48 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Darwin e Deus no Facebook https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2014/10/09/darwin-e-deus-no-facebook/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2014/10/09/darwin-e-deus-no-facebook/#respond Thu, 09 Oct 2014 12:11:52 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=1934 Não aguenta mais ver seus amigos no Facebook trocando sopapos virtuais por causa da Dilma e do Aécio? Seus problemas acabaram! Este blog agora tem página no Facebook, gente bonita!

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É nóis no Feicebuque (Crédito: Divulgação)
É nóis no Feicebuque (Crédito: Divulgação)

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Sobre a periodicidade https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2013/03/11/sobre-a-periodicidade/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2013/03/11/sobre-a-periodicidade/#comments Mon, 11 Mar 2013 23:19:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=105 Uma rápida passada por aqui só pra fazer um aviso relevante (a pedido do velho amigo Alaor, leitor fiel desde a época do “G1”): o plano é sempre fazer ao menos três posts por semana, provavelmente mais. E a ideia é que ao menos um deles seja compridinho, mais no estilo de uma coluna do que de um post rápido. Farei de tudo pra cumprir esse cronograma. Oremos.

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Por que diabos juntar Darwin e Deus? https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2013/03/06/por-que-diabos-juntar-darwin-e-deus/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2013/03/06/por-que-diabos-juntar-darwin-e-deus/#comments Wed, 06 Mar 2013 03:00:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=22

É um prazer estender o tapete vermelho e dar as boas-vindas a você, mui gentil leitor. Este é um blog que vai se dedicar a explorar a relação entre ciência e religião de modo geral, as conexões entre a teoria da evolução e a fé religiosa de modo mais específico, e — pelo bem da minha sanidade mental (hehehe) —, simplesmente celebrar a beleza e o poder explicativo da biologia evolutiva, às vezes (e espero que sejam muitas vezes).

Talvez você já tenha me visto enfiar a mão nessa cumbuca em outros carnavais. Quando era repórter do portal “G1”, eu tinha duas atribuições semanais (que pra mim eram complementares, mas talvez soassem contraditórias pra muita gente): mantinha o blog “Visões da Vida”, que acabaria dando origem ao meu livro, “Além de Darwin”, sobre evolução; e produzia reportagens para a seção “Ciência da Fé”, inventada por este seu criado e justamente destinada a lançar um olhar científico sobre o passado e o presente das religiões. Achei que estava na hora de juntar as coisas de forma mais coerente e, graças à boa vontade desta Folha, ei-las aqui — pra vocês verem que esse papo de “a vida ensina” nem sempre funciona.

Digo isso na base da brincadeira, assim como meus colegas da editoria de “Ciência+Saúde” brincaram dizendo que o presente blog ia virar o maior ímã de “hate mail” (e-mails raivosinhos e comentários vociferantes) da história do jornalismo científico brasileiro. Eu me acostumei a tomar muita porrada por lidar com esses temas no “G1”, e não vejo por que seria diferente aqui. As pessoas simplesmente não gostam de misturar essas estaçõesO que talvez seja a principal razão para misturá-las, diga-se de passagem.

OBJETIVIDADE?

Se existe alguma coisa a respeito da qual eu sou agnóstico tendendo a ateu, ela se chama objetividade jornalística. Não acho que seja possível assumir uma postura de distanciamento olímpico diante dos assuntos que realmente importam e, por isso, quero deixar meu ponto de vista claro antes de explicar por que diabos escolhi a temática desse blog. Tenha paciência comigo.

Sou católico, do tipo que só não entrou pro seminário porque queria ser marido e pai (beleza, ainda dá pra tentar ser diácono quando eu me aposentar). Minha compreensão dos artigos básicos da minha fé é basicamente ortodoxa. Ao mesmo tempo, desde que me entendo por gente, a complexidade e a beleza das coisas vivas e, em especial, da história delas, dos dinossauros aos australopitecos e neandertais, sempre me cativou. Cheguei a me matricular no curso de biologia da Universidade Federal de São Carlos antes de me decidir pelo jornalismo porque “dava mais dinheiro” (ingêêêênuo!).

Também sempre fui fascinado com o que a investigação científica independente era capaz de dizer sobre a história da minha religião e a de outras (embora, claro, ache escavações arqueológicas em Israel mais interessantes do que as que acontecem num antigo centro do budismo, digamos). Tive a sorte de ser criado numa tradição religiosa que — por mais problemas que tenha — nunca me pediu para escolher entre o “Livro de Deus” e o “Livro do Mundo”.

Mas uma série de outras tradições religiosas não são tão generosas (ou “permissivas”, “degeneradas” etc. dependendo da sua perspectiva), e esse é um problema que, na minha modesta opinião, tem de ser enfrentado o quanto antes. Deixe-me tentar explicar o porquê.

“A VERDADE VOS LIBERTARÁ”

Em primeiro lugar porque, deixando o tucanês de lado, a teoria da evolução é simplesmente… verdadeira. Tão apoiada em fatos e observações quanto a gravidade, embora não seja uma lei (nem poderia, já que descreve e explica fenômenos multifacetados demais para serem resumidos numa equação). Deal with it — chupa essa manga (sem conotações obscenas, por favor, este é um blog de família). Quem se nega a entender ao menos o mínimo da biologia evolutiva — pior, simplesmente cobre o canal auricular e fica dizendo “eu não estou ouvindo, eu não estou ouvindo” — está perdendo um pedaço crucial do quebra-cabeças do Cosmos por medo. Está se recusando a apreciar Mozart, ou os Beatles, ou Camões — porque poucas coisas são mais elegantes, mais ferozmente bonitas, na sinfonia da natureza, do que a evolução.

É preciso reconhecer, também, a seriedade do desafio trazido pela biologia evolutiva a algumas concepções religiosas tradicionais. Não dá para se agarrar a cada vírgula da Bíblia como a verdade literal (até aí, todos os pensadores mais sofisticados da história do cristianismo concordariam, isso desde os primeiros séculos, de Orígenes a Santo Agostinho). Não é sem alguma criatividade teológica que se consegue acomodar o acaso e o sofrimento inerentes à seleção natural com as visões tradicionais sobre a centralidade do homem na “Criação” ou o significado da morte e do mal no mundo. As respostas fáceis rareiam.

Ao mesmo tempo, toda vez que Darwin é representado popularmente como “o homem que matou Deus”, dá vontade de enfiar a cara numa almofada de tanta vergonha alheia. E não é nem porque esse assassinato por encomenda não estivesse nos planos do nosso ícone barbudo (não estava), mas porque, para quem acredita numa divindade transcendente, “além dos círculos do Mundo” (só para citar Tolkien), os mecanismos que regem a natureza  não revelam grande coisa a respeito de quem é, por definição, sobrenatural.

A última razão é pragmática, mas importante. Entre religiosos e não religiosos, devotos de Cristo ou sequazes de Darwin, é preciso achar um “modus vivendi” — ou, ao menos, um “modus non moriendi”, se não um jeito de viver juntos, ao menos um jeito de não morrer juntos.

Se continuar sendo honesta com os fatos, a ciência não vai abandonar a teoria da evolução. Ao mesmo tempo, a religião não vai ser varrida do mapa. Uma sociedade polarizada e incapaz de dialogar sobre os temas fundamentais é ruim para todo mundo. É melhor aprender a ouvir e, no mínimo, tentarmos nos concentrar no que nos une, e não no que nos separa.

PROGRAMA DE GOVERNO

Dito isso, nobre leitor, que temas você pode esperar encontrar neste blog?

1)Estudos sobre como a evolução moldou nossas propensões para a religião — ou mesmo para o ateísmo, por que não?

2)Estudos sobre arqueologia, história, psicologia, neurobiologia etc. das religiões e do fenômeno religioso;

3)A velha mas sempre atual discussão política sobre ensino de criacionismo nas escolas, diálogo entre cientistas e líderes religiosos, temas (como a bioética) que levantam reações acaloradas de ambas as partes etc.;

4)E pura e simplesmente o que há de melhor e mais atual na pesquisa sobre evolução.

E acho que já passou da hora de me despedir. Obrigado a quem chegou até aqui. Até breve,

Reinaldo.

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