Darwin e Deus https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br Um blog sobre teoria da evolução, ciência, religião e a terra de ninguém entre elas Mon, 15 Nov 2021 14:20:48 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Como a teoria da evolução ajuda a compreender novas pandemias https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/05/04/como-a-teoria-da-evolucao-ajuda-a-compreender-novas-pandemias/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/05/04/como-a-teoria-da-evolucao-ajuda-a-compreender-novas-pandemias/#respond Tue, 04 May 2021 16:16:28 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/Marburg_virus-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6605 O vídeo abaixo é bem simples –aliás, na vertical até, como vocês podem ver. Gravei-o a pedido do pessoal da Livraria da Travessa para marcar o Darwin Day ou Dia de Darwin, no dia 12 de fevereiro deste ano. É uma brevíssima defesa da teoria da evolução como ferramenta para compreendermos os seres vivos ao nosso redor e, mais especificamente, a atual pandemia e seu causador, o vírus Sars-CoV-2.

Como o leitor deve ter reparado, estamos retomando os trabalhos no meu canal do YouTube. Então, agradeço a todos que puderem se inscrever por lá e ativar as notificações!

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O contexto histórico e epidemiológico da tragédia da Covid-19 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/05/03/o-contexto-historico-e-epidemiologico-da-tragedia-da-covid-19/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/05/03/o-contexto-historico-e-epidemiologico-da-tragedia-da-covid-19/#respond Mon, 03 May 2021 17:16:46 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/bolsonarovski-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6598 Em países como o Brasil, que erraram feio na condução da pandemia, a Covid-19 fez a gente voltar um século ou mais no tempo. Tínhamos, a rigor, derrotado as doenças infecciosas e criado uma população que morria, na grande maioria dos casos, por causas crônicas, de longo prazo. Agora, pela primeira vez desde a gripe espanhola, uma única moléstia do tipo mata quase tanto quanto o câncer e problemas cardiovasculares. É esse o tema do novo vídeo do meu canal no YouTube, que acaba de voltar à ativa.

E não se esqueça, gentil leitor, de se inscrever e de ativar as notificações pra acompanhar os futuros vídeos!

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Sim, os lockdowns europeus funcionaram; veja o porquê https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/03/09/sim-os-lockdowns-europeus-funcionaram-veja-o-porque/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/03/09/sim-os-lockdowns-europeus-funcionaram-veja-o-porque/#respond Tue, 09 Mar 2021 12:32:07 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/coronitos.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6551 Minha coluna do domingo que passou nesta Folha foi uma pequena lista das falácias e absurdos sobre a Covid-19 que andam circulando por aí, feito um tsunami de chorume virtual. Tratava-se de um texto para o jornal impresso, inevitavelmente curto — o que cabe naquele espaço são meros  3.500 caracteres, ou pouco mais do que uma página de texto em espaço simples no seu computador. Consegui abordar rapidamente apenas quatro tópicos. Mas é claro que tem milhões de outras coisas sem pé nem cabeça sendo vomitadas internet afora por malucos, idiotas, ignorantes e mal-intencionados. Portanto, vou continuar abordando-as pontualmente, em textos curtos, por aqui.

E, sem mais delongas, vamos à primeira.

Você disse que o lockdown nos países europeus funcionou, mas eles estão com números de mortes por 100 mil habitantes bem piores do que os do Brasil. Como assim?

Trata-se de um clássico caso de confusão de alhos com bugalhos. Além do fato de que a população europeia contém uma proporção de idosos muito superior à nossa — e, como já deveríamos estar calvos de saber, idosos morrem muito mais do que jovens –, quem diz isso está convenientemente esquecendo o fato de que casos e mortes desabaram após os severos lockdowns europeus entre março e maio de 2020. Tanto que o continente reabriu suas atividades quase totalmente ao longo dos meses seguintes.

E logo depois, é claro, levou a pancada do aumento de casos, internações e mortes a partir de outubro. Note que, no meio do ano passado, alguns usaram o argumento “não foi o lockdown que resolveu a parada, foi a imunidade de rebanho”. BALELA, mui gentil leitor. O fato de termos presenciado uma hecatombe europeia no último trimestre de 2020 deixa muito, muito claro que não havia imunidade de rebanho — a tal da proteção à população em geral graças ao espalhamento prévio do vírus nela. Do contrário, não teríamos tantos casos, internações e mortes.

(Aliás, a esta altura, qualquer um que fale em imunidade de rebanho produzida naturalmente pelo Sars-CoV-2 deveria estar na cadeia por crime contra a saúde pública. Um beijo, Osmar TerraPlana!)

A única variável capaz de cortar transmissões, internações e óbitos no cenário europeu foi o lockdown. Caso encerrado. Os números europeus pioraram de novo, voltando a ultrapassar os do Brasil, por um motivo muito, muito simples: relaxaram demais e ainda não tinham vacina.

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Mais uma perspectiva sobre a pandemia e os 200 mil mortos no Brasil https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/01/14/mais-uma-perspectiva-sobre-a-pandemia-e-os-200-mil-mortos-no-brasil/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/01/14/mais-uma-perspectiva-sobre-a-pandemia-e-os-200-mil-mortos-no-brasil/#respond Thu, 14 Jan 2021 18:53:02 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/coronitos.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6523 Conforme avisei num post recente, continuo por aqui com algumas perspectivas sobre a morte de 200 mil brasileiros por Covid-19 desde março de 2020. Desta vez, gostaria de compartilhar com o leitor do blog o depoimento curtíssimo, mas demolidor (com razão) do professor Paulo Andrade Lotufo, epidemiologista da USP. Ei-lo:

Reinaldo, eu vi mais influência negativa dos governantes premidos pelas eleições sobre o relaxamento [das restrições à circulação de pessoas] do que entre a população. A característica principal da mortalidade foi ser generalizada, sem uma sequência temporal iniciada em São Paulo e no Rio de Janeiro. As mortes sempre foram entre os mais pobres, os negros e naqueles com necessidade de se locomover, como os profissionais de saúde. Eu não consigo avaliar as variantes virais [que estão surgindo agora] e nem quantificar se há ou não reinfecção. Somente afirmo que a proposta de imunidade de rebanho se mostrou equivocada e perigosa porque incentivou a redução do isolamento social e, agora, contra a vacina.

Estamos vendo a prova dos nove sobre os riscos de deixar a coisa rolar em nome da imunidade de rebanho: o desastre que está, mais uma vez, acometendo a cidade de Manaus.

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Perspectivas sobre a pandemia e os 200 mil mortos no Brasil https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/01/08/perspectivas-sobre-a-pandemia-e-os-200-mil-mortos-no-brasil/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/01/08/perspectivas-sobre-a-pandemia-e-os-200-mil-mortos-no-brasil/#respond Fri, 08 Jan 2021 20:13:06 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/coronitos.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6502 Escrevi recentemente uma reportagem sobre a triste marca das 200 mil mortes causadas pela Covid-19 no Brasil e, embora o texto tenha ficado longo, muita coisa ficou de fora. Aproveito para publicar aqui ao menos parte do material da minha apuração que não pude usar. E começo com os comentários bem pensados de Renato Pereira de Souza, pesquisador do Instituto Adolfo Lutz em Taubaté (SP). Confira — vale a leitura, na minha modesta opinião.

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“Primeiramente, acho que nunca descrevemos epidemiologicamente de forma correta a pandemia no Brasil. O impacto real ainda não foi claramente mostrado.

Não conseguimos a princípio ter uma testagem ampla, de forma que ocorreu uma enorme subnotificação.

Isso prejudicou a percepção real do avanço da doença, e seu real impacto na população. Agravado pelo descaso de algumas autoridades políticas criou-se um cenário perfeito para o negacionismo e baixa adesão às medidas protetivas.

Na verdade, nunca conseguimos resolver o problema da subnotificação, mas bola para a frente, os casos aumentaram em número e se expandiram para novas áreas, e pelo menos após um mês de circulação o cenário, embora incompleto, pelo menos começava a delinear o padrão esperado.

Isto é, mais ou menos. Outra coisa que me chama muito a atenção é como a letalidade da doença era maior no início.

Isso é normal de ocorrer ao longo de um surto de qualquer doença nova. Afinal se espera que as equipes médicas sejam pegas despreparadas mas se organizem e apliquem novos protocolos mais eficientes, aumentando a frequência de desfechos favoráveis. Isso também ocorreu, mas grande parte da maior letalidade se deve ao fato de não termos sido capazes de definir corretamente o denominador “número de casos”, devido ao grande número de infecções assintomáticas e casos não notificados.

Essa capacidade de transmissão via os assintomáticos é uma questão relativamente pouco abordada, ainda mais considerando o papel tão importante que desempenha. Embora isso tenha sido falado na mídia, acho que a população em geral não captou essa informação e nunca entendeu a gravidade da situação.

A chegada de novas variantes é algo esperado. Sou virologista especializado em vírus zoonóticos [transmitidos de animais para pessoas] e meu doutorado foi na área da epidemiologia molecular. Vejo isso com preocupação. Acho muito pouco provável que sejam efetivamente selecionadas variantes resistentes à vacina, mesmo porque a resposta imune costuma estar associada a regiões altamente conservadas [sem alterações] do genoma viral, associadas ao processo de entrada do vírus na célula. No entanto, é muito provável o surgimento de variantes com diferentes graus de transmissibilidade, o que já estamos observando, ou variantes mais ou menos virulentas, o que aparentemente ainda não ocorreu.

Entendendo que tanto transmissão quanto virulência são características que dependem também do hospedeiro e de sua resposta à infecção, a percepção dessas alterações e de seu impacto é por vezes difícil e talvez só venha em alguns meses.

Do ponto de vista geográfico, o que acho que está sendo muito pouco considerado é a importância do processo de difusão do vírus entre as cidades e como isso permite a manutenção da epidemia.

As ações de controle infelizmente são pulverizadas, com cada município realizando a sua parte. No entanto, o vírus não conhece o conceito de fronteiras. A conectividade entre as cidades é um fator muito importante e tem sido bastante ignorado.

Faço parte do comitê científico aqui do vale do Paraíba, e temos realizado alguns estudos apontando justamente como a circulação do vírus nas cidades maiores e de maior circulação influencia o que ocorre nas cidades menores. Cidades como São José dos Campos, Taubaté e o Litoral Norte têm um impacto enorme nas cidades ao redor, o que sugere a necessidade de uma resposta conjunta e sinérgica… mas está difícil. Nem ao Plano São Paulo estão aderindo.

Por fim, temos discutido muito aqui na nossa região que não vivemos uma segunda onda, estamos antes ainda na primeira onda da doença, que recebeu um ‘boost’ [impulso] devido a baixa adesão às medidas protetivas, flexibilização da economia feita de forma irresponsável e aumento do contato devido à diminuição do distanciamento social.

É nítido que a entrada do estado de São Paulo na fase verde do Plano facilitou esse processo e teve um impacto negativo. Isso permitiu a retomada da transmissão e a reversão da curva, que estava caindo, chegando a patamares muito próximos aos observados no início da pandemia, na fase de ascensão de casos… aí vieram as festas de fim de ano e agora vamos ainda ver o impacto disso tudo.

Minha opinião é que estamos atravessando um momento ainda mais grave, pois a adesão da população está menor, a economia está traumatizada e me parece um momento político pouco propício para alguém tomar a frente e fazer o que, em minha opinião seria o correto, que é declarar um lockdown por algumas semanas, pelo menos umas duas ou três, para desacelerar a transmissão. Não creio que nossos governantes tenham coragem de assumir o ônus decorrente dessa medida, mas sinceramente acho que a consequência de não o fazer é ainda maior… mas estão todos pagando para ver.

Tenho trabalhado bastante durante a pandemia. Meu laboratório não foi credenciado para realizar o diagnóstico por uma questão dos equipamentos que utilizamos não serem adequados para o protocolo aplicado, mas em compensação tenho dado suporte à vigilância regional com a construção de modelos epidemiológicos e descrevendo os padrões. E temos um comitê científico bem atuante.”

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Proteção ambiental seria prevenção barata contra novas pandemias, diz grupo https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2020/07/23/protecao-ambiental-seria-prevencao-barata-contra-novas-pandemias-diz-grupo/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2020/07/23/protecao-ambiental-seria-prevencao-barata-contra-novas-pandemias-diz-grupo/#respond Thu, 23 Jul 2020 19:14:29 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/Pteronotus_parnellii-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6338 Investimentos em redução do desmatamento, controle do tráfico de animais silvestres e monitoramento de possíveis doenças emergentes seriam uma maneira relativamente barata de evitar estragos causados por futuras pandemias, afirma um grupo de cientistas — principalmente se essas medidas forem comparadas com o custo de não fazer nada.

Em artigo na revista especializada Science, eles calculam que um programa de prevenção global desse tipo custaria, ao longo de dez anos, apenas 2% do prejuízo que a economia do planeta deve sofrer em 2020 com a crise da Covid-19 (pelo menos US$ 5 trilhões). Mesmo que uma pandemia com efeitos severos acontecesse apenas uma vez a cada cem ou 200 anos, o investimento ainda valeria a pena se ajudasse a reduzir o risco de um evento como esse pela metade.

Assinado por uma equipe internacional de pesquisadores em países como os EUA, o Quênia e a China, o trabalho contou ainda com a participação de Mariana Vale, do Departamento de Ecologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O ponto de partida dos pesquisadores é simples: ao menos 60% das doenças emergentes modernas surgiram como moléstias infecciosas oriundas de animais, e a maioria delas veio de espécies silvestres. Em muitos casos, além disso, o surgimento de uma nova doença infecciosa depende de um tripé epidemiológico: 1)a espécie selvagem que funciona como reservatório de um novo vírus, 2)animais domésticos que entram em contato com essa espécie e passam a transmitir o patógeno e, por fim, 3)os seres humanos.

“A taxa de contato das pessoas com animais silvestres, o tamanho da população humana e de animais de criação e o tamanho da população de espécies que são possíveis reservatórios de novas doenças são três fatores importantes para o surgimento de novas pandemias”, diz a pesquisadora da UFRJ.

Entre essas espécies que funcionam como reservatórios, destacam-se os primatas e os morcegos, dois grupos muito abundantes e diversificados na Amazônia. Levando em conta o desmatamento crescente na região, bem como a presença de duas metrópoles (Belém e Manaus) com milhões de habitantes na região amazônica, ela considera que não se pode minimizar a chance de aparecimento de uma nova doença viral na área. “Não é um risco altíssimo, mas é alto, até porque são cidades conectadas com o resto do mundo, com voos internacionais para os EUA, por exemplo.”

A situação da Amazônia espelha a de outras regiões com florestas tropicais e alta biodiversidade mundo afora, como  boa parte da África e o Sudeste Asiático. Além do desmatamento puro e simples, essas regiões também estão sob pressão da fragmentação florestal, ou seja, a subdivisão da mata original em pedaços isolados, cercados de áreas de cultivo ou mesmo bairros urbanos por todos os lados. A fragmentação, por si só, aumenta as oportunidades de contato entre as espécies silvestres e as áreas dominadas por humanos, favorecendo, portanto, o risco de saltos de patógenos de uma espécie para outra.

Para os autores do artigo, a receita do que fazer é relativamente clara. Um dos primeiros passos, e talvez o mais hercúleo deles, é mapear em detalhes a diversidade de vírus e outros patógenos de reservatórios selvagens que poderiam infectar as populações humanas. Nesse ponto, o desconhecimento ainda impera. “Não consegui encontrar nenhum levantamento sobre os coronavírus em morcegos amazônicos, por exemplo. A lacuna é enorme, e no Brasil esse tipo de estudo é ainda mais incipiente do que no resto do mundo”, diz Vale.

Outra medida essencial é fortalecer os órgãos que controlam o tráfico de animais silvestres, que pode potencializar o contato entre pessoas e novos patógenos. Finalmente, ainda falta muito para uma vigilância eficaz de episódios em que um novo vírus fez o salto do hospedeiro animal para o ser humano — um estudo com financiamento de apenas US$ 200 mil em Bangladesh triplicou o número de detecções desses eventos no caso do vírus Nipah. Ele é causador de problemas respiratórios em porcos e encefalite (inflamação do cérebro) em humanos e seu reservatório são os morcegos.

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O segredo das transformações do vírus da gripe https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2020/06/29/o-segredo-das-transformacoes-do-virus-da-gripe/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2020/06/29/o-segredo-das-transformacoes-do-virus-da-gripe/#respond Mon, 29 Jun 2020 19:51:57 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2020/06/vírus-da-gripe.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6284 Conforme acabo de explicar em reportagem para esta Folha, tudo indica que uma nova forma de vírus influenza (da gripe), com potencial de se tornar pandêmico, está emergindo nas populações de suínos domésticos da China. Ele é capaz de infectar humanos e combina características genéticas de três cepas pré-existentes de vírus da gripe. Vai ser preciso ficar de olho nele para que não se torne mais uma dor de cabeça de proporções globais.

Mas como os vírus da gripe conseguem ser tão camaleônicos?

A resposta não tem a ver apenas com mutações, ou seja, com alterações aleatórias em seu material genético. Outro fator importantíssimo é que os vírus influenza têm RNA (o equivalente do DNA em células como as nossas) segmentado, ou seja, dividido em pedaços definidos (em geral, são oito). Ou seja, não é um material genético contínuo, numa única molécula, como se vê entre outros vírus.

O que acontece quando dois tipos diferentes de vírus influenza infectam o mesmo hospedeiro? É bem possível que, na hora de “remontar” os vírus quando eles se multiplicam, informações vindas dos segmentos de RNA de vírus diferentes se misturem. O resultado equivale a misturar cartas de baralhos diferentes no mesmo monte embaralhado. Assim, novas combinações genéticas surgem — as quais nunca foram encontradas por hospedeiros até aquele momento, dificultando assim a reação das defesas do organismo.

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