Darwin e Deus https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br Um blog sobre teoria da evolução, ciência, religião e a terra de ninguém entre elas Mon, 15 Nov 2021 14:20:48 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Indígenas eram mais violentos que portugueses? Um debate histórico-ético https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/10/26/indigenas-eram-mais-violentos-que-portugueses-um-debate-historico-etico/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/10/26/indigenas-eram-mais-violentos-que-portugueses-um-debate-historico-etico/#respond Tue, 26 Oct 2021 16:40:40 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/Theodor_de_Bry_-_Canibais-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6670 O último vídeo do nosso canal no YouTube, sobre o lado sombrio da genômica dos brasileiros, despertou algumas reações bizarras vindas dos alçapões da internet. Teve gente querendo colocar a violência de diferentes civilizações na balança e afirmando categoricamente que os indígenas eram “muuuuito piores” que os portugueses. Bem, lá vamos nós discutir história e ética. Confira a breve resposta a esses comentários no vídeo abaixo.

SPOILER: europeus do século 16 não tinham nenhum motivo pra bater no peito e se dizer melhores.

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De onde diabos tiraram a imagem de fanáticos dos templários? https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/09/29/de-onde-diabos-tiraram-a-imagem-de-fanaticos-dos-templarios/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/09/29/de-onde-diabos-tiraram-a-imagem-de-fanaticos-dos-templarios/#respond Wed, 29 Sep 2021 18:58:28 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/templérios-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6644 Uma rápida passagem por aqui só pra compartilhar meu encafifamento com o gentil leitor do blog.

Estou terminando de ler uma interessante obra sobre os Templários, a ordem de monges-cavaleiros criada na esteira das Cruzadas, e não consigo deixar de achar muito curioso como a extrema-direita atual abraçou a imagem deles como o suprassumo dos fanáticos religiosos que só se contentariam com a destruição total do Islã e a retomada definitiva da Terra Santa. Pra esse pessoal, os Templários seriam a versão cristã dos 300 de Esparta (aliás, também queridinhos da extrema-direita), aqueles que nunca recuam e nunca se rendem.

Balela.

Temos relatos sobre membros da ordem recebendo amigos muçulmanos em Jerusalém, travando relações diplomáticas com potentados do Islã e, claro, fazendo coisas muito diferentes da pancadaria com espada (atuando como banqueiros, por exemplo).

Por que, então, a lenda do fanatismo? A distorção política moderna me parece a única explicação.

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Os grandes erros sobre as origens cristãs no best-seller O Código Da Vinci https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/05/17/os-grandes-erros-sobre-as-origens-cristas-no-best-seller-o-codigo-da-vinci/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/05/17/os-grandes-erros-sobre-as-origens-cristas-no-best-seller-o-codigo-da-vinci/#respond Mon, 17 May 2021 20:22:24 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/Lisa-muito-Mona-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6618 Dan Brown, o romancista americano autor de “O Código Da Vinci” e outros sucessos, gosta de dizer que seus livros são escritos com base em minuciosa pesquisa histórica, mesmo sendo ficção.

Cascata pura, gentil leitor. No novo vídeo do canal do blog no YouTube, falo das principais viajadas do autor sobre o tema das origens cristãs. Resumindo, o romance é um festival de distorções e invencionices.

Meu guia para afirmar isso é o livro do historiador americano Bart D. Ehrman, especialista em antigos manuscritos cristãos, chamado “Verdade e Ficção em O Código Da Vinci”. Confira no vídeo abaixo:

Eis as cinco grandes bobagens derrubadas por Ehrman:

1)Não, o imperador Constantino não foi o responsável por definir que Jesus era divino — essa ideia estava circulando desde os princípios do cristianismo e já era dominante na época de Constantino;

2)Também não foi Constantino o responsável por estabelecer os livros que seriam aceitos pela Bíblia oficial. Essa lista demorou vários séculos para ser concluída;

3)Existiam, sim, judeus celibatários no tempo de Jesus, como os membros da comunidade monástica de Qumran, no mar Morto;

4)Falando em mar Morto, os manuscritos encontrados lá são 100% judaicos e não informam quase nada sobre a origem do cristianismo;

5)O chamado documento Q não está escondido no Vaticano, simplesmente porque nunca foi encontrado até hoje, embora se imagine que ele tenha servido de fonte para os Evangelhos de Mateus e Lucas.

Para mais detalhes, é só pegar a pipoca e assistir ao vídeo! E não se esqueça de fazer sua inscrição e ativar as notificações!

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Brasileiro traz visão clara e concisa sobre personagens do regime nazista https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/01/05/brasileiro-traz-visao-clara-e-concisa-sobre-personagens-do-regime-nazista/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/01/05/brasileiro-traz-visao-clara-e-concisa-sobre-personagens-do-regime-nazista/#respond Tue, 05 Jan 2021 17:15:23 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/Reich-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6482 Fico meio zonzo só de pensar no tamanho da bibliografia disponível hoje sobre o Terceiro Reich, como é conhecido o brevíssimo ((graças a Deus!) império nazista. Tem livro sobre o tema por aí a dar com o pau, e portanto é uma grata surpresa ver que um historiador brasileiro é capaz de trazer uma contribuição valiosa para uma área tão concorrida.

Como o leitor deve ter percebido pela foto acima, falo do recentemente lançado “Personagens do Terceiro Reich”, do gaúcho Rodrigo Trespach. Escrevi um breve elogio (não remunerado, apresso-me a informar!) para a orelha do livro, mas vale reiterar aqui a importância de um guia conciso, claro e bem escrito sobre as diferentes figuras do regime de Hitler, dividido em blocos temáticos que incluem até a presença nazista do Brasil.

Considerando a temática do presente blog, convém destacar os verbetes sobre a resistência ao nazismo, que incluiu algumas figuras de peso da cena religiosa alemã, como o teólogo protestante Dietrich Bonhoeffer, executado em 1945, e o arcebispo católico Clemens von Galen, o Leão de Münster, autor de críticas virulentas ao programa de eutanásia nazista e aprisionado num campo de concentração em 1944.

Parabéns ao Trespach pelo trabalho e boa leitura aos que se interessarem pelo livro!

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A história do racismo nos EUA deturpada pela Gazeta do Povo https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2020/08/31/a-historia-do-racismo-nos-eua-deturpada-pela-gazeta-do-povo/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2020/08/31/a-historia-do-racismo-nos-eua-deturpada-pela-gazeta-do-povo/#respond Mon, 31 Aug 2020 20:44:17 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/Emancipation_proclamation-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6391 Acho ótimo que tenhamos grandes jornais brasileiros com preferências políticas declaradas. Pluralismo e busca de objetividade são valores importantes, mas também me parece haver espaço para a imprensa que deixa absolutamente claro o seu viés político e não ludibria ninguém – caso o leitor não goste, basta ler outra coisa. Mas ninguém pode escolher os próprios fatos: esses deveriam ser mostrados com o mínimo de distorções possíveis. Infelizmente, um texto da Gazeta do Povo sobre a história dos EUA não se contentou em distorcer os fatos: praticamente enforcou e esquartejou os coitados e enviou um pedaço para cada canto da Terra.

Colocando as coisas em contexto: para quem não conhece, a Gazeta do Povo, tradicional órgão da imprensa paranaense, é um dos poucos jornais brasileiros abertamente conservadores. Parabéns a eles pela transparência. Não sou assinante, mas me cadastrei no site da Gazeta e recebo periodicamente uma newsletter que funciona como incentivo para uma futura assinatura. A newsletter de hoje funcionou, entretanto, como tremendo desincentivo.

O mote do pequeno texto enviado por e-mail é o seguinte: “Democratas e progressistas americanos têm um passado racista do qual tentam se livrar a qualquer custo”. Os parágrafos que se seguem fazem um resumo – em geral, entre o impreciso e o completamente errado – da história dos EUA entre a Guerra Civil do século 19 e a segregação racial de meados do século 20, com uma menção final aos atuais protestos do Black Lives Matter. Abaixo, ponto por ponto, os principais absurdos do texto e a explicação de seus erros.

“O presidente que precisou declarar guerra aos estados do Sul para libertar os escravos era o republicano Abraham Lincoln – os democratas ficaram ao lado dos escravagistas.”

Errado. Quem escreveu essa barbaridade não sabe nada sobre a dinâmica da política americana nos anos 1850 (a década anterior à Guerra de Secessão nos EUA) ou, pior, quer falseá-la. Embora às vezes seja classificado como abolicionista no Brasil, Lincoln NUNCA FOI ABOLICIONISTA. A ideia de libertar imediatamente todos os escravos defendida pelos abolicionistas americanos era considerada um plano de radicais e extremistas. Só uma parte pequena do Partido Republicano, e do Congresso americano como um todo, era formada por abolicionistas de carteirinha.

O que Lincoln defendia no começo era a CONTENÇÃO da expansão escravagista para que, a médio e longo prazo, a instituição acabasse morrendo. Por isso, opôs-se a leis que permitissem o trabalho escravo em novos estados americanos criados pela guerra contra o México e pela expansão rumo a territórios indígenas no oeste. Mas, antes que a Guerra Civil começasse, nunca propôs extinguir com uma canetada a “instituição peculiar” (como dizem os americanos) nos estados do Sul, o coração dos EUA escravistas.

O problema é que, para os políticos escravagistas, as restrições mais modestas de Lincoln ao seu sistema econômico já pareciam motivo suficiente para declarar sua independência em relação ao resto do país, o que fizeram, começando pela Carolina do Sul. Não contentes com isso, atacaram forças do governo federal no Forte Sumter (também na Carolina do Sul). . Só então Lincoln declarou guerra – cujo objetivo era RESTAURAR A UNIÃO, não “libertar os escravos”.

Diante da resistência do Sul e da pressão da opinião pública do Norte, Lincoln iniciou uma série de medidas para solapar a escravidão no território inimigo, as quais culminaram com a Proclamação da Emancipação em janeiro de 1863 – que libertou os escravos DO SUL. Sim, porque os escravos dos estados fronteiriços, que ficaram do lado da União e de Lincoln e não se rebelaram, só passaram por um processo de abolição interno, sem que o governo federal os forçasse diretamente a isso.

A propósito, Lincoln demorou para compreender que seria possível aceitar uma população de cidadãos negros nos EUA. Seu plano original era incentivar os escravos libertos a EMIGRAREM PARA A ÁFRICA, deixando o território americano para os brancos.

A seguinte frase de Lincoln, de 1862, é muito instrutiva: “Meu principal objetivo nesta luta é salvar a União, e não é nem salvar nem destruir a escravidão. Se eu pudesse salvar a União sem libertar qualquer escravo, é o que faria, e se pudesse salvá-la libertando todos os escravos, é o que faria; e se pudesse salvá-la libertando alguns e deixando de lado outros, também faria isso. O que faço quanto à escravidão e quanto à raça de cor, faço-o porque creio que isso ajuda a salvar a União”.

Mais uma passagem duvidosa:

“O posicionamento durante a guerra civil deu vantagem eleitoral aos republicanos. Como reação, os democratas do Sul dos EUA tentaram suprimir os direitos eleitorais dos negros, para garantir o poder a seus candidatos.”

Mais ou menos, bem mais ou menos. Depois do fim da Guerra Civil, durante a chamada Reconstrução, na década de 1870, quando os republicanos mais radicais tentaram reorganizar a sociedade do Sul em moldes mais igualitários (e acabaram desistindo, porque estava dando muito trabalho e atrapalhando o equilíbrio político nacional), o Congresso deixou os antigos rebeldes brancos temporariamente sem direitos políticos em certos estados.

Isso até permitiu, em alguns casos, a ascensão passageira de legislaturas estaduais com maioria de deputados negros. No entanto, o eleitorado branco de todo o país, e não apenas do Sul, via com desconfiança a igualdade política com os negros. Os brancos do Norte, em sua maioria, apoiaram Lincoln quando era o caso de derrotar a rebelião do Sul, mas não necessariamente para confirmar o “voto negro”. No fim dos anos 1870, a Reconstrução foi transformada em “Redenção” – termo usado pela elite branca do Sul para designar seu retorno ao poder, após um grande acordo nacional com os políticos de Washington.

“Outra bandeira que até hoje é ardentemente defendida pelos progressistas e democratas, o aborto, foi defendida por motivos eugenistas no começo do século XX. A criadora da entidade abortista Planned Parenthood (PP), Margaret Sanger, não acreditava que os negros fossem tão inteligentes como os brancos e não escondia sua intenção macabra de diminuir a população negra dos Estados Unidos.”

Infelizmente, no final do século 19 e começo do século 20 nos EUA – e na Europa, e inclusive no Brasil – eugenia e defesa da diminuição da população negra não era privilégio de “abortista”, “progressista” e “democrata” não, dona Gazeta do Povo. O desejo de Lincoln de “exportar” para a África todos os negros americanos, o fetiche das elites do Império e da República brasileiros pelo “branqueamento” da população, a ideia de esterilizar pessoas com supostas deficiências físicas e mentais – tudo isso era praticamente senso comum para políticos e intelectuais dessa época, independentemente de suas preferências políticas específicas. Até gigantes como Winston Churchill, provavelmente o político conservador com impacto mais positivo no século 20, acabavam repetindo as velhas patacoadas sobre a inferioridades das raças não brancas.

Além dessas bobagens pontuais, o texto inteirinho é perpassado por expressões como “segregação imposta por progressistas”, “verdadeira história do passado racista dos EUA, ligado intimamente a democratas e progressistas”. A equação aqui é “democratas do século 19 e começo do século 20” = “democratas de hoje” = progressistas do mundo todo.

A questão é que essa equação é 1)ignorante ou 2)desonesta. O Partido Democrata, com esse nome, existe desde os anos 1830. Já o Partido Republicano foi criado nos anos 1850. Eles se mantiveram coesos em programa e ideologia desde então?

Não, é claro que não. É até engraçado a Gazeta tentar colar o rótulo de “progressistas” nos democratas da Guerra da Secessão porque, naquela época, eles seguiam exatamente o figurino dos conservadores brasileiros de hoje. Queriam menos impostos, menos intervenção governamental, mais “valores tradicionais”. O fundador do partido foi Andrew Jackson, um dos maiores responsáveis pelo genocídio indígena americano. (Não que eu esteja querendo dizer alguma coisa com isso, imaginem.) Deviam até berrar “mais EUA, menos Washington”, não duvido.

Já os republicanos dos anos 1850 e 1860 têm muito mais traços em comum com vários dos progressistas atuais. Além da defenderem o controle da escravidão – e, nos casos mais radicais, o fim da instituição –, debatiam a sério o voto e a participação política das mulheres e promoveram o intervencionismo do governo federal, inclusive na economia. De início, eram, inclusive, contra o imperialismo americano – Lincoln se opôs à anexação de boa parte do território mexicano pelos EUA quando era congressista.

Os atuais – veja bem, os ATUAIS – progressismo dos democratas e conservadorismo dos republicanos são fenômenos históricos relativamente recentes. Começaram com a adesão de alguns democratas do Sul dos EUA ao “populismo” tradicional, que combinava a valorização do homem comum com medidas para aliviar a pobreza rural americana – ou melhor, a pobreza rural BRANCA americana; os negros continuavam de fora da brincadeira.

Isso se aprofundou com as reformas econômicas do presidente Franklin Delano Roosevelt durante a Grande Depressão e culminou com a adesão dos democratas do Norte à luta pelos direitos civis dos negros nos anos 1960 – o que acabou alienando políticos e eleitores da velha guarda democrata do Sul.

Quem estava de olho nesse pessoal decepcionado? Os republicanos, é claro, que abraçaram o conservadorismo como estratégia para garantir o controle do Sul nos anos 1970. Aliás, com um bocado de sucesso até hoje. Antes desse rolo todo, nos anos 1950, havia pouquíssima diferença ideológica “essencial” entre democratas e republicanos. Quem diz que a polarização entre os dois partidos remonta aos séculos dos séculos vai acabar desinformando o leitor, e desinformando feio.

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Escavação traz pistas sobre os primeiros cristãos da Etiópia https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2020/01/28/escavacao-traz-pistas-sobre-os-primeiros-cristaos-da-etiopia/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2020/01/28/escavacao-traz-pistas-sobre-os-primeiros-cristaos-da-etiopia/#respond Tue, 28 Jan 2020 19:08:41 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/cruz-etíope-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6074 Escavações realizadas na antiga cidade etíope de Beta Samati estão trazendo informações importantes sobre os mais antigos cristãos da África ao sul do Saara. Um dos troféus do trabalho, coordenado por Michael Harrower, da Universidade Johns Hopkins (EUA), é o objeto na foto acima: um pingente com o desenho de uma cruz e a palavra “venerável” em gueês, idioma da Etiópia que ainda é usado na liturgia cristã.

A data estimada para o pingente e para a construção onde foi encontrada bate com o período no qual, segundo a tradição, a fé em Jesus teria chegado ao país africano: a primeira metade do século 4 de nossa era. Nesse período, o cristianismo passou a ser uma religião legalizada em Roma, e tudo indica que o fim da perseguição aos cristãos no Império Romano teria facilitado a ida de missionários para outras regiões do Velho Mundo.

E, de fato, a cruz foi achada entre os restos de um edifício cuja estrutura lembra uma basílica romana (originalmente, as basílicas eram locais administrativos imperiais, sendo sua estrutura, mais tarde, adaptadas para a função de culto). Também foi achada ali uma inscrição dizendo “que Cristo nos seja favorável”. Ao mesmo tempo, porém, foram desencavadas estatuetas bovinas, o que os pesquisadores interpretam como uma possível mistura de crenças cristãs e pagãs no local.

O relatório original sobre as descobertas em Beta Samati pode ser lido de graça aqui (em inglês).

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Como a mitologia inventada de J.R.R. Tolkien conquistou o mundo https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/10/31/como-a-mitologia-inventada-de-j-r-r-tolkien-conquistou-o-mundo/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/10/31/como-a-mitologia-inventada-de-j-r-r-tolkien-conquistou-o-mundo/#respond Thu, 31 Oct 2019 15:56:13 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/silma-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6000 Alguns meses atrás, tive a felicidade de fazer uma palestra sobre uma das minhas grandes paixões, a obra de J.R.R. Tolkien, o autor de “O Senhor dos Anéis”, para um belo teatro lotado durante a Rio2C, conferência sobre criatividade realizada na Cidade Maravilhosa.

Meu objetivo foi explicar a receita que permitiu a Tolkien conquistar o mundo com suas obras. Eis o vídeo da palestra na íntegra.

Mas qual seria a receita tolkieniana? Eis o top 5:

1)Crie em detalhes idiomas inventados;

2)Ressuscite mitos e lendas esquecidos;

3)Nenhum detalhe é demais: arquitete um mundo que pareça real;

4)Medo de spoilers é para os fracos;

5)Aposte na compaixão.

Para saber mais detalhes e acompanhar a enriquecedora discussão que tive com o pessoal presente, é só assistir ao vídeo.

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Mitologias, da Escandinávia a Monteiro Lobato, no podcast 4Curiosos https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/03/11/mitologias-da-escandinavia-a-monteiro-lobato-no-podcast-4curiosos/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/03/11/mitologias-da-escandinavia-a-monteiro-lobato-no-podcast-4curiosos/#respond Mon, 11 Mar 2019 18:05:15 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/4Curiosos-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5634 Meus colegas Leonardo “Watson” Carvalheira, Vinicius Penteado e Davi Calazans, companheiros da iniciativa ScienceVlogs Brasil e criadores do podcast 4 Curiosos, convidaram-me pra uma conversa divertidíssima sobre mitologias antigas e modernas. Teve Tolkien (óbvio!), Monteiro Lobato, Harry Potter, Game of Thrones, Moana, Breaking Bad… Taí a íntegra, espero que se divirtam.

Não deixem de conhecer o podcast 4Curiosos aqui. Se preferirem ouvir o episódio na plataforma original, é só clicar aqui.

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Faltou arqueologia e genômica em vídeo da série “Brasil Paralelo” https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/02/05/faltou-arqueologia-e-genomica-em-video-da-serie-brasil-paralelo/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/02/05/faltou-arqueologia-e-genomica-em-video-da-serie-brasil-paralelo/#respond Tue, 05 Feb 2019 13:52:32 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/Auraucaria_angsmall3-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5601 Estamos de volta ao nosso canal do YouTube com uma análise crítica do segundo episódio da série Brasil Paralelo, que leva o título “A Vila Rica”. Minha opinião geral: embora se trate de um resumo interessante dos primeiros séculos de colonização do Brasil, teria sido muito importante consultar arqueólogos e geneticistas, porque o quadro traçado sobre as populações indígenas pré-cabralinas e o processo de miscigenação no país, sem isso, torna-se incompleto e, em vários aspectos, incorreto. Confira o vídeo abaixo.

E abaixo, as referências.

– Meu livro “1499: O Brasil Antes de Cabral”

– O episódio 2 da série Brasil Paralelo

– Sobre o cão pré-colombiano brasileiro

– “Negros da Terra”, livro clássico de John Manuel Monteiro

– Sobre os monumentos dos índios do Sul do Brasil

– Sobre monumentos indígenas na Amazônia

 

– Sobre o DNA europeu de negros brasileiros

– E de negros americanos

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Cinco fatos surpreendentes sobre Tiradentes em sua nova biografia https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/08/25/cinco-fatos-surpreendentes-sobre-tiradentes-em-sua-nova-biografia/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/08/25/cinco-fatos-surpreendentes-sobre-tiradentes-em-sua-nova-biografia/#respond Sat, 25 Aug 2018 03:13:44 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/otiradentes-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5319 Sim, eu realmente não me canso de falar da primorosa nova biografia da figura mais famosa da Inconfidência Mineira, escrita pelo jornalista Lucas Figueiredo. Desta vez, preparei um vídeo no nosso canal do YouTube listando cinco fatos surpreendentes e pouco conhecidos sobre Joaquim José da Silva Xavier. Confira.

Eis a lista de fatos:

1)O livro em francês sobre a independência dos EUA que o inspirou;

2)A traição que encerrou sua vida de quase homem casado;

3)As perigosas investigações de crimes na serra da Mantiqueira;

4)O hábito de pregar abertamente a revolução;

5)Seu autossacrifício quase messiânico depois de anos na solitária.

Para mais detalhes, por favor assistam ao vídeo e aproveitem pra se inscrever no canal!

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