Darwin e Deus https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br Um blog sobre teoria da evolução, ciência, religião e a terra de ninguém entre elas Mon, 15 Nov 2021 14:20:48 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Dicionário Histórico do Português do Brasil é uma viagem no tempo https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/10/18/dicionario-historico-do-portugues-do-brasil-e-uma-viagem-no-tempo/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/10/18/dicionario-historico-do-portugues-do-brasil-e-uma-viagem-no-tempo/#respond Mon, 18 Oct 2021 17:33:31 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/dicionário-1-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6654 Outro post velocíssimo pra avisar os gentis leitores deste blog sobre a chegada de uma pequena preciosidade à internet. Falo do Dicionário Histórico do Português do Brasil, organizado por pesquisadores da Unesp de Araraquara e disponível gratuitamente para consulta online.

O trabalho usou como base textos escritos em solo brasileiro nos séculos 16, 17 e 18 para traçar um retrato fascinante de como era o nosso idioma em séculos passados. Estão registradas, por exemplo, as muitas grafias alternativas de cada palavra (padronização ortográfica é um negócio bem mais recente do que a gente costuma imaginar).

Veja que coisa fofa está definição de “tatu” (variantes ortográficas: “tatú” e “tatû”) neste texto de 1618, da autoria de Ambrósio Fernandes Brandão:

Tatu é um bicho que se vê pintado nos mapas pela sua estranheza e feição de que é composto, porque anda armado de umas couraças, à maneira das que nós usamos, com não serem pouco fortes, e debaixo de semelhante armadura agasalham o seu pequeno corpo.

Para procurar verbetes por palavra, basta cadastrar seu e-mail.

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O beabá do hebraico bíblico de graça, em português https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/12/26/o-beaba-do-hebraico-biblico-de-graca-em-portugues/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/12/26/o-beaba-do-hebraico-biblico-de-graca-em-portugues/#respond Thu, 26 Dec 2019 20:53:12 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/Aleppo_Codex_Joshua_1_1-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6058 Eis aqui uma dica preciosa que eu deveria ter dado há muito tempo no blog. Se você está interessado em dar os primeiros passos no hebraico bíblico, um excelente beabá (ou talvez eu devesse dizer um excelente “bêth-áleph-bêth”, só pra ficar condizente com a língua de que estamos falando) pode ser encontrado no site do professor Airton José da Silva, da Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP).

O pequeno curso versa apenas sobre os primeiros oito versículos do capítulo 1 do livro do Gênesis, o primeiro da Bíblia, em seu idioma original. Há informações sobre pronúncia, ortografia e etimologia dessa passagem seminal do texto bíblico.

Parabéns ao professor Airton por manter essa iniciativa há muitos anos, bem como o seu importante blog Observatório Bíblico, que também recomendo.

 

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Como a mitologia inventada de J.R.R. Tolkien conquistou o mundo https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/10/31/como-a-mitologia-inventada-de-j-r-r-tolkien-conquistou-o-mundo/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/10/31/como-a-mitologia-inventada-de-j-r-r-tolkien-conquistou-o-mundo/#respond Thu, 31 Oct 2019 15:56:13 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/silma-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6000 Alguns meses atrás, tive a felicidade de fazer uma palestra sobre uma das minhas grandes paixões, a obra de J.R.R. Tolkien, o autor de “O Senhor dos Anéis”, para um belo teatro lotado durante a Rio2C, conferência sobre criatividade realizada na Cidade Maravilhosa.

Meu objetivo foi explicar a receita que permitiu a Tolkien conquistar o mundo com suas obras. Eis o vídeo da palestra na íntegra.

Mas qual seria a receita tolkieniana? Eis o top 5:

1)Crie em detalhes idiomas inventados;

2)Ressuscite mitos e lendas esquecidos;

3)Nenhum detalhe é demais: arquitete um mundo que pareça real;

4)Medo de spoilers é para os fracos;

5)Aposte na compaixão.

Para saber mais detalhes e acompanhar a enriquecedora discussão que tive com o pessoal presente, é só assistir ao vídeo.

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Íntegra da palestra A Ciência da Terra-média no Pint of Science https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/06/03/integra-da-palestra-a-ciencia-da-terra-media-no-pint-of-science/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/06/03/integra-da-palestra-a-ciencia-da-terra-media-no-pint-of-science/#respond Mon, 03 Jun 2019 14:42:50 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/a-gollum-game-is-coming-320x213.jpeg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5780 Tem ciência na Terra-média? Ô se tem! Dos alfabetos com precisão científica criados por Tolkien até a antropologia dos hobbits e a biologia dos dragões, dá pra abordar o mundo de Arda pelo prisma da ciência, como explico nesta palestra proferida na Taverna Medieval, em São Paulo, durante o sensacional evento de divulgação científica em botecos, o Pint of Science. Confiram o vídeo (que na verdade é só áudio, mas tá valendo, né?).

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Veredicto coletivo sobre o filme biográfico ‘Tolkien’! https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/05/28/veredicto-coletivo-sobre-o-filme-biografico-tolkien/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/05/28/veredicto-coletivo-sobre-o-filme-biografico-tolkien/#respond Tue, 28 May 2019 17:33:21 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/IMG_0157-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5758 O amigo Rafael Bolseiro convidou a mim e ao mestre Erick Carvalho, da Toca-RJ, para debater os pontos positivos e negativos do filme biográfico “Tolkien”, que acabou de estrear e conta os anos de formação do criador de “O Senhor dos Anéis”. Eis a gravação da live do nosso bate-papo. COM SPOILERS!

Não se esqueçam de se inscrever no canal do Rafa, recomendo!

 

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Entenda a evolução das línguas europeias com a ajuda de Game of Thrones! https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/04/11/entenda-a-evolucao-das-linguas-europeias-com-a-ajuda-de-game-of-thrones/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/04/11/entenda-a-evolucao-das-linguas-europeias-com-a-ajuda-de-game-of-thrones/#respond Thu, 11 Apr 2019 17:58:46 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/daenerys-de-novo-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5688 O sujeito (ou a senhora) que se senta no Trono de Ferro na série televisiva “Game of Thrones” (ou nos livros “Crônicas de Gelo e Fogo”, de George R.R. Martin) se autodenomina Rei dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens… e só tem uma língua sendo falada em todo o continente de Westeros? Isso aí não faz muito sentido, como explico neste vídeo. Vamos entender como a evolução das línguas europeias aconteceu no mundo real e em que medida isso nos ajuda a prever o que “deveria” acontecer em Westeros depois de tantos milhares de anos de diversidade étnica. Confira abaixo.

Espero fazer mais vídeos sobre aspectos científicos e históricos de Game of Thrones ainda nesta semana. Fiquem ligados!

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As raízes mitológicas e literárias de ‘O Silmarillion’, de Tolkien https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/03/27/as-raizes-mitologicas-e-literarias-de-o-silmarillion-de-tolkien/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/03/27/as-raizes-mitologicas-e-literarias-de-o-silmarillion-de-tolkien/#respond Wed, 27 Mar 2019 19:54:12 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/silma-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5659 Continuemos com os temas mitológicos aqui compartilhando um texto que escrevi originalmente para o fanzine Diário de Bordo, da comunidade de fãs de Star Trek, a pedido do mano e colega Salvador Nogueira, o Mensageiro Sideral desta Folha. Meu desafio: explicar “O Silmarillion”, texto mais fascinante e difícil de J.R.R. Tolkien, o autor de “O Senhor dos Anéis”. É nele que Tolkien depositou suas reflexões mais profundas sobre mitologia, teologia e literatura. Confiram o texto abaixo.

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É impressionante a quantidade de leitores iniciantes (ou mesmo não tão iniciantes assim) da obra de J.R.R. Tolkien (1892-1973) que, depois de amar O Hobbit e/ou O Senhor dos Anéis, os livros escritos em vida pelo britânico que são quase unanimidade entre os amantes da fantasia, acabam levando uma sova das poucas centenas de páginas da principal obra póstuma dele, O Silmarillion. “Cadê o fio da meada da história?”, questiona um, prestes a arrancar os cabelos. “Mano, é muito nome! Só de gente com o sufixo –fin no epíteto são uns 30”, queixa-se outro.

Sim, sou o primeiro a admitir que o livro é “difícil”. Aliás, foi escrito para ser difícil, em certo sentido. Por outro lado, confesso que sou parte mais do que interessada no destino desse texto esquisito e fascinante. Fui encarregado recentemente de produzir uma nova tradução do livro para o português do Brasil e fiz meu mestrado e doutorado sobre a obra de Tolkien, com ênfase justamente na massa interminável de rascunhos que acabariam dando origem à versão “canônica” de O Silmarillion.

Por isso, na melhor tradição do proselitismo (quase) religioso, ouso dizer: regozijai-vos, irmãos! O livro vale a pena. É, na verdade, uma pedra preciosa que precisa ser lapidada pela paciência do leitor para que brilhe em toda a sua glória, como faziam os elfos ou os anões de outrora com suas gemas mágicas. Encare este artigo como um guia para os perplexos: espero que você passe a enxergar o livro com outros olhos depois de lê-lo.

O Silmarillion, para quem não conhece, é uma espécie de Antigo Testamento do mundo criado por J.R.R. Tolkien (embora a analogia não seja tão boa assim; eu já explico). Do ponto de vista literário e narrativo, trata-se de um livro com uma das abordagens mais take no prisoners do século 20, talvez apenas comparável – por motivos totalmente diferentes, claro – a clássicos modernistas que praticamente ninguém leu, como Finnegans Wake, de James Joyce.

Nessa obra na qual trabalhou durante quase 60 anos de sua vida, e que não chegou a terminar para valer, Tolkien basicamente dá uma banana para as convenções novelísticas tradicionais, aquelas que dizem que é importante você desenvolver de forma equilibrada a psicologia de cada personagem, que é preciso construir conflitos e solucionar os ditos cujos de forma relativamente linear e lógica ou que, horror dos horrores para a geração das maratonas do Netflix, jamais se deve soltar spoilers se você deseja prender a atenção do leitor da primeira à última página.

Bem, não há quase nada dessas regras de boa conduta ficcional no livro. O sujeito que resolver ler O Silmarillion antes de O Hobbit ou de O Senhor dos Anéis (foi esse o meu caso nos idos de 1998) terá diante de si uma seção inteira do volume, a última, batizada de “Dos Anéis de Poder e da Terceira Era”, que não passa de um grande spoiler do que ocorrerá nos dois romances mais famosos de Tolkien. E, mesmo nas seções anteriores do livro, a narrativa é constantemente afetada pela “sombra do futuro”: em alguma medida, já fica claro em que direção caminham os personagens (rumo a quantidades cavalares de sangue, suor e lágrimas, resumindo).

Teogonia, cosmogonia e guerra

Como escrevi alguns parágrafos atrás, a questão é que faz sentido que o livro tenha essa cara aparentemente tão esquisita e dificultosa, porque, atenção para o ponto crucial, ele não é um romance. O Silmarillion é a pedra fundamental do que Tolkien deseja que fosse sua “mitologia para a Inglaterra” (expressão usada por ele em uma de suas cartas a um possível editor, que acabou não publicando seus livros).

Como toda boa mitologia do mundo real, a nova mitologia inglesa criada pelo autor começa com uma teogonia e uma cosmogonia, ou seja, um relato das origens dos seres divinos e do Cosmos. Trata-se, a rigor, de uma visão reimaginada do nosso próprio Universo, no qual a única verdadeira divindade – Eru Ilúvatar, identificado com o Deus judaico-cristão – delega sua tarefa de Criador a “poderes angélicos” que se assemelham superficialmente aos deuses das mitologias que conhecemos.

Esses seres, os Valar, precisam enfrentar seu confrade mais poderoso, Morgoth, que se rebela contra o desígnio do Criador (qualquer semelhança com Lúcifer não é mera coincidência) e tenta dominar Arda, a Terra, e seus habitantes – elfos, anões, seres humanos e hobbits, entre outros.

Embora os elementos que citei tenham paralelos fáceis de enxergar com mitos pré-existentes e com a Bíblia, a combinação específica deles no livro dá à criação de Tolkien um sabor único. Como estudioso de línguas, manuscritos e narrativas antigas da Europa, ele conseguiu estruturar os ciclos de histórias de O Silmarillion de tal modo que eles parecem refletir uma longa história de transmissão cultural, com grande número de versões e variantes em prosa e verso (se você não gosta de poesia, a boa notícia é que quase não há poemas espalhados ao longo do texto em prosa, ao contrário do que acontece na Saga do Anel ou em O Hobbit).

De fato, a qualidade do texto em si está entre os grandes atrativos do livro: longe das descrições detalhadas de lugares e construções de O Senhor dos Anéis, a narrativa é econômica, às vezes seca, de um lirismo arcaico como os mitos que a inspiraram.

Cor-de-rosa? Sério?

Um ponto que vale a pena salientar está ligado a outra crítica recorrente, e altamente injusta, à visão de mundo de Tolkien. De novo, quem só conhece superficialmente O Hobbit e O Senhor dos Anéis por vezes se sente tentado a classificar o filólogo britânico como um otimista incorrigível, um sujeito doido para relatar finais felizes a qualquer custo.

O leitor que diz isso no caso dos livros mais conhecidos se apega ao fato de que “o Bem” vence neles, embora claramente não tenha prestado atenção no preço altíssimo que a Demanda do Anel cobra de Frodo; no fato de que o heroicamente leal Sam, com sua falta de tato, também é o responsável por eliminar a última chance de redenção de Gollum; e por aí vai.

As coisas são muito mais sombrias em O Silmarillion, porém. Uma frase enigmática da rainha élfica Galadriel na Saga do Anel – a de que ela e seu esposo Celeborn passaram milênios lutando “a longa derrota” contra as forças das trevas – fica abundantemente clara com a leitura do livro póstumo.

A narrativa principal da obra registra tantas desgraças e resistências heroicas fadadas ao fracasso que o leitor fica esperando que a qualquer momento apareça a frase “E todos morreram. FIM.” Os elfos retratados em tons quase sempre róseos em O Senhor dos Anéis se revelam perfeitamente capazes de guerras fratricidas, megalomania, incesto e genocídio durante a Primeira Era.

Os seres humanos incrivelmente longevos, poderosos e sábios da ilha de Númenor, a Atlântida tolkieniana, acabam embarcando numa carreira nada edificante de imperialismo e “satanismo” (ou “morgothismo”, para usarmos uma terminologia mais adequada ao mundo ficcional do autor, já que Morgoth é o equivalente de Satanás na obra) que os conduz à ruína. Há algo de podre no reino de Arda, em suma.

Tal retrato da “longa derrota” combina com o forte veio de pessimismo da personalidade de Tolkien, para quem a história humana do mundo real funcionava de acordo com mais ou menos esses mesmos princípios. Mas também é um veículo para que ele exponha uma das grandes lições que costumava depreender das antigas mitologias do norte da Europa.

Segundo o escritor, o conceito unificador desses mitos, de origem germânica/escandinava, era a “teoria da coragem do Norte”. Naquelas mitologias, vai acontecer uma espécie de Apocalipse, como nas narrativas judaico-cristãs, mas as profecias dizem que as forças das trevas vão vencer no final. É o que preveem, por exemplo, os textos sobre o Ragnarök (“destruição dos deuses” em nórdico antigo).

Mesmo assim, diz Tolkien num de seus textos teóricos mais famosos, os deuses escandinavos continuam lutando até o fim, e jamais acham que o fato de estarem fadados ao fracasso significa que deveriam mudar de lado. Essa lógica trágica e heroica está condensada de modo admirável em O Silmarillion. Só isso já faz valer a pena encarar as linhas mais complicadas do livro.

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A teologia e a filosofia de “O Senhor dos Anéis” em formato de podcast https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/02/12/a-teologia-e-a-filosofia-de-o-senhor-dos-aneis-em-formato-de-podcast/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/02/12/a-teologia-e-a-filosofia-de-o-senhor-dos-aneis-em-formato-de-podcast/#respond Tue, 12 Feb 2019 18:49:49 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/1BxG8KX-minas-tirith-wallpaper-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5615 Já faz um tempinho, no ano passado, eu e dois colegas estudiosos da obra de J.R.R. Tolkien, Cristina Casagrande e Diego Klautau, fomos convidados para participar do podcast Estado da Arte, num episódio sobre “O Senhor dos Anéis”. Este “videocast” contém a íntegra da conversa, na qual vocês podem ouvir como eu me embanano tentando resumir a trama de mais de mil páginas do livro em menos de um minuto. Tentamos abordar vários aspectos teológicos e filosóficos da obra, muito ligados à fé católica de Tolkien. Confira.

Você também pode acessar a página do podcast para ouvi-lo sem precisar do vídeo.

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Como o “Apocalipse viking” inspirou cena de “O Senhor dos Anéis” https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/05/12/como-o-apocalipse-viking-inspirou-cena-de-o-senhor-dos-aneis/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/05/12/como-o-apocalipse-viking-inspirou-cena-de-o-senhor-dos-aneis/#respond Sat, 12 May 2018 12:49:21 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/Gosforth_Cross_monsters-320x213.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5097 Tive a sorte tremenda de poder mergulhar no estudo das mitologias nórdica e celta ao longo de 2016 e 2017 para escrever um livro sobre o tema, e um dos frutos inesperados desse trabalho foi descobrir que uma cena do filme “O Retorno do Rei” (da trilogia “O Senhor dos Anéis”) que sempre me intrigou na verdade foi, em grande parte, transplantada da mitologia da Escandinávia medieval para a tela grande pelo diretor neozelandês Peter Jackson. O novo vídeo do nosso canal do YouTube explica um pouco dessa história.

Estou falando do célebre discurso de Aragorn (Viggo Mortensen, o homem mais gato do Multiverso) diante do Portão Negro de Mordor, o império do mal de Sauron. Para quem ainda não assistiu a esse clássico do cinema de fantasia ou quer refrescar a memória, eis o que Aragorn diz:

“Pode chegar o dia quando a coragem dos homens falhe, quando abandonemos nossos amigos e quebremos todos os laços de fraternidade. Mas não será este o dia. Uma hora de lobos e escudos despedaçados, quando a era dos Homens venha abaixo! Mas não é este dia! Neste dia, nós lutamos!”

Agora, compare essa passagem com o seguinte trecho do “Voluspä”, ou “Profecia da Vidente”, texto da coletânea nórdica conhecida como “Edda Poético”. O “Voluspä” conta tanto a criação do mundo quanto o fim dos deuses e dos seres humanos, também conhecido como Ragnarok, que seria o equivalente escandinavo do Apocalipse:

“Era de machado, era de espada, escudos são quebrados; era de vento, era de lobos, antes que o mundo afunde; nenhum homem poupará o outro.”

Ponto para os criadores da trilogia por saberem aproveitar um dos textos mitológicos mais importantes da Europa para criar uma cena que não estava presente nos livros originais. J.R.R. Tolkien, autor dos livros e um grande fã dos textos em nórdico antigo, certamente aprovaria, em especial pela reviravolta esperançosa: Aragorn diz que a coragem humana é capaz de adiar o próprio Ragnarok.

E, pra quem quer saber mais sobre os mitos escandinavos e celtas, bem como sobre a influência deles sobre as mitologias literárias modernas, vale conferir meu livro, que está baratinho. 

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Podcast Rock com Ciência dedicado à vida e obra de J.R.R. Tolkien https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/04/28/podcast-rock-com-ciencia-dedicado-a-vida-e-obra-de-j-r-r-tolkien/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/04/28/podcast-rock-com-ciencia-dedicado-a-vida-e-obra-de-j-r-r-tolkien/#respond Sat, 28 Apr 2018 10:53:52 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/isengard-320x213.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5071 O pessoal do podcast Rock com Ciência me convidou pra uma conversa de um pouco mais de uma hora de duração sobre a vida e a obra de J.R.R. Tolkien, o filólogo e escritor que criou, praticamente sozinho, a literatura de fantasia do século 20 com clássicos como “O Senhor dos Anéis”, “O Hobbit” e “O Silmarillion”. Eis o programa na íntegra transformado em vídeo — sem as músicas, pra evitar rolos relativos a direitos autorais. Espero que gostem!

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