Darwin e Deus https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br Um blog sobre teoria da evolução, ciência, religião e a terra de ninguém entre elas Mon, 15 Nov 2021 14:20:48 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Diversidade étnica e cultural em O Senhor dos Anéis, na série e nos livros https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2020/02/04/diversidade-etnica-e-cultural-em-o-senhor-dos-aneis-na-serie-e-nos-livros/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2020/02/04/diversidade-etnica-e-cultural-em-o-senhor-dos-aneis-na-serie-e-nos-livros/#respond Tue, 04 Feb 2020 15:19:23 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/beren-and-luthiencorte-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6088 A presença de pessoas com origem asiática, latino-americana e africana no elenco da nova série “O Senhor dos Anéis”, que está sendo produzida pela Amazon, gerou acusações de “lacração” por parte de alguns fãs. O vídeo abaixo tem o objetivo de mostrar que, pelo contrário, a presença desses atores ressalta alguns aspectos importantes e menos maniqueístas da obra, em especial nos textos mais maduros de Tolkien. Discuto isso com base em trechos dos livros “O Silmarillion”, “Contos Inacabados” e “O Senhor dos Anéis”. Discuto também aspectos do pensamento ambiental e antropológico da obra de J.R.R. Tolkien. Confira.

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Um longo papo sobre jornalismo científico, fantasia, literatura e Tolkien https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/09/18/um-longo-papo-sobre-jornalismo-cientifico-fantasia-literatura-e-tolkien/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/09/18/um-longo-papo-sobre-jornalismo-cientifico-fantasia-literatura-e-tolkien/#respond Tue, 18 Sep 2018 18:25:18 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/gentlemen-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5307 Já faz vários meses que tive uma conversa muito legal por Skype com o Leonardo Andrade, estudante de jornalismo da UEL, sobre minha participação nas novas traduções da obra de Tolkien, meu trabalho como jornalista de ciência e bons livros de fantasia e ciência. Ficou bacana, creio, então estou compartilhando com vocês — sem edição, porque quem sabe faz ao vivo 😉 Confiram abaixo.

Quem quiser ler o texto editado da entrevista pode acessar o Medium do Leonardo aqui.

Abaixo, um trechinho da entrevista sobre livros de divulgação científica.

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E.F. — O que faz um bom livro de divulgação científica para você? Quais livros você acha que atendem estes critérios?

REINALDO — Não tem receita única, do meu ponto de vista. O que eu vou falar é considerando o que eu gosto de ler, o que me dá fruição. Eu tomei muita porrada no 1499 por causa do humor, mas eu acho que dar risada é um bom jeito de desmistificar alguma coisa e quando você consegue fazer piada de um assunto, é porque você realmente entende como a coisa funciona. Por isso eu gosto tanto do Robert Sapolsky. Outro que é pouco lido no Brasil, o que eu acho um pecado. Ele é um primatólogo e neurocientista. Acho que saíram dois livros dele aqui no Brasil: Por que zebras não tem úlceras? e Memórias de um primata. E ele lançou no final do ano passado um que se chama Behave (Comporte-se), sobre a biologia do bem e do mal, que também está me ajudando muito. É muito bom e muito completo. É um catatau, mas você não sente o tempo passar.

Outra coisa que faz muita diferença é ter conexões multidisciplinares, enxergar o assunto de maneira multilateral. Pegar um fenômeno complexo e, em vez de dizer que “só a cultura explica”, usar o input das ciências humanas e também das naturais para ver a coisa de forma ampla. Acho que é por isso que eu gosto tanto até hoje do Armas, Germes e Aço, do Jared Diamond.

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Descubra os paralelos entre o Antigo Testamento e a mitologia de J.R.R. Tolkien https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/06/12/descubra-os-paralelos-entre-o-antigo-testamento-e-a-mitologia-de-j-r-r-tolkien/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/06/12/descubra-os-paralelos-entre-o-antigo-testamento-e-a-mitologia-de-j-r-r-tolkien/#respond Tue, 12 Jun 2018 18:33:09 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/ulmo-by-john-howe_featured-320x213.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5167 O que há em comum entre a Bíblia hebraica ou Antigo Testamento e os mitos modernos de criação, queda e redenção de “O Silmarillion”, mais bela e complexa obra (pelo menos na minha opinião) de J.R.R. Tolkien, o autor de “O Senhor dos Anéis”? Bom, resolvi sistematizar ao menos parte dos paralelos entre os dois complexos literários e teológicos na palestra que dei na Universidade Presbiteriana Mackenzie na semana passada, durante uma jornada de estudos sobre Tolkien organizada por meus colegas lá. Filmei tudo, não consegui editar o arquivo, fiquei todo embananado, mas deu pra salvar o áudio, que eu transformei em vídeo de novo para o YouTube.

Para acompanhar tintim por tintim os textos citados em inglês e português durante a palestra, é só baixar o arquivo PowerPoint clicando aqui. Espero que se divirtam e consigam entender este palestrante toscão!

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Meu tributo a Denise Schaan, a arqueóloga que nos ajudou a redescobrir a antiga Amazônia https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/03/12/meu-tributo-a-denise-schaan-a-arqueologa-que-nos-ajudou-a-redescobrir-a-antiga-amazonia/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/03/12/meu-tributo-a-denise-schaan-a-arqueologa-que-nos-ajudou-a-redescobrir-a-antiga-amazonia/#respond Mon, 12 Mar 2018 17:26:37 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/denise-320x213.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4883 Muita gente brilhante nos ajudou a ter uma visão renovada da complexidade das civilizações do Brasil antes da chegada dos portugueses, mas raros são os que contribuíram tanto quanto a arqueóloga gaúcha Denise Pahl Schaan, da UFPA (Universidade Federal do Pará). Schaan tinha apenas 56 anos quando morreu no último dia 3 de março. Ela sofria de esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa que afeta os neurônios que controlam os movimentos, tal como a que acomete o físico britânico Stephen Hawking.

A pesquisadora deixa seu marido, um filho e uma filha, além de uma contribuição imensa em conhecimento. Quase todos os principais núcleos populacionais da Amazônia brasileira antes da invasão europeia foram estudados por ela, e é sobre isso que quero falar neste post. Durante a pesquisa para escrever meu livro “1499: O Brasil Antes de Cabral”, fiquei impressionado com a quantidade e o peso de seus trabalhos na região – ela parecia ter estado em todos os lugares que importavam (e, de fato, cheguei a chamá-la de “onipresente” no livro). Portanto, vamos aos trabalhos dela, sítio por sítio.

ILHA DE MARAJÓ
Na gigantesca ilha na foz do Amazonas, a pesquisadora e seus colegas trabalharam na região do Igarapé dos Camutins, afluente do rio Inajás. Em suma, eles mostraram que os antigos marajoaras, cuja sociedade complexa parece ter entrado em decadência alguns séculos antes do contato com os europeus, dedicavam-se a “mover terra para gerenciar água”.

Isso significa que eles construíram seus próprios pequenos morros largos e de topo achatado – os chamados tesos – para escapar às grandes cheias da região e, ao mesmo tempo, a terra retirada para construir os tesos abria grandes açudes. Essas lagoas artificiais serviam para concentrar os peixes que deixavam os leitos dos rios nas cheias, centralizando a piscicultura.

E essa criação de peixes, por sua vez, garantia recursos para grandes chefes que transformaram os tesos de maior parte numa espécie de castelos acima da linha da água. Uma cerâmica funerária extremamente requintada, bem como lindas tangas de cerâmica decorada, atestam a provável diferenciação social entre esses chefes e os “plebeus” marajoaras por volta do fim do primeiro milênio da Era Cristã.

A pesquisadora também analisou com grande sensibilidade os motivos artísticos da cerâmica marajoara, propondo que eles se consideravam “o Povo da Serpente” por causa do grande peso da figura do réptil em sua arte.

Este vídeo do nosso canal do YouTube conta um pouco do que sabemos sobre a antiga Marajó:

SANTARÉM
A atual cidade do interior do Pará, na região do rio Tapajós, já foi considerada a grande candidata a núcleo “imperial” da Amazônia pré-histórica tardia, graças à sua população relativamente enorme (talvez dezenas de milhares de pessoas) e, de novo, à arte requintada. Análises recentes coordenadas por Denise Schaan, porém, mostraram que havia vários outros núcleos populacionais com produção artística semelhante nas vizinhanças de Santarém, o que sugeriria um conjunto de núcleos aliados com cultura compartilhada, e não um grande centro imperial que exportaria sua cultura Amazônia afora.

GEOGLIFOS DO ACRE
É impossível não ficar intrigado com as grandes figuras geométricas distribuídas pelo chão do Acre e de regiões vizinhas, que só puderam ser vistos agora a partir de aviões, depois que o desmatamento eliminou a floresta nesses lugares. Já há centenas deles catalogados.

Junto com o colega Alceu Ranzi e parceiros da Finlândia, Schaan mostrou que as estrutura geométricas de fato precedem o contato com os europeus e que elas provavelmente eram usadas para fins rituais, porque quase não há sinais de habitações permanentes no perímetro delas. Os pesquisadores também mostraram que essas áreas não foram desmatadas permanentemente: restos vegetais indicam que, em cada geoglifo, a mata voltava em questão de décadas. Podem, portanto, ter sido centros rituais itinerantes na floresta. Esta reportagem minha na Folha explica mais detalhes do trabalho. 

Indubitavelmente, ela fará muita falta para a arqueologia brasileira. O site da revista Pesquisa Fapesp fez um belo resumo da trajetória de Schaan, que vale a pena ser lido.

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Não, a Bíblia não foi escrita por “pastores ignorantes da Idade do Bronze” https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/03/09/nao-a-biblia-nao-foi-escrita-por-pastores-ignorantes-da-idade-do-bronze/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/03/09/nao-a-biblia-nao-foi-escrita-por-pastores-ignorantes-da-idade-do-bronze/#respond Fri, 09 Mar 2018 17:34:29 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/Standard_of_Ur_-_peace_side-320x213.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4864 O Antigo Testamento foi escrito por pastores ignorantes da Idade do Bronze, certo? Errado — como diria Luke Skywalker no último episódio de “Star Wars”, cada palavra dessa frase está errada! Anote aí: a Bíblia hebraica é basicamente produto da Idade do FERRO e só pôde surgir graças a uma cultura escrita relativamente sofisticada, associada a classes de escribas, sacerdotes e a Estados monárquicos centralizados. Explico por que neste novo vídeo do nosso canal do YouTube.

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Camaleões, além de tudo, também são fluorescentes, diz estudo https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/01/17/camaleoes-alem-de-tudo-tambem-sao-fluorescentes-diz-estudo/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/01/17/camaleoes-alem-de-tudo-tambem-sao-fluorescentes-diz-estudo/#respond Wed, 17 Jan 2018 13:04:55 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/camaleão-fluorescente-180x124.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4755 Como se não bastasse o superpoder de mudar de cor, os camaleões de Madagáscar também são capazes de exibir fluorescência quando iluminados com luz ultravioleta, revelou um estudo alemão.

Os pesquisadores da Universidade Ludwig-Maximilian de Munique estudaram bichos como o Calumma globifer, que aparece na foto acima feita por David Prötzel. A fluorescência azulada aparece principalmente nos tubérculos rugosos na cabeça dos machos (embora esteja presente no resto do corpo também, por vezes), e pôde ser vista em diversas espécies estudadas.

Os cientistas alemães descobriram que a pele relativamente fina da cabeça permite que a luz ultravioleta chegue aos ossos dos bichos e, assim, produza a fluorescência. Provavelmente esse é um mecanismo que ajuda os bichos a reconhecerem seus companheiros de espécie na natureza.

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Guia rápido para não perder a cabeça sobre biologia e comportamento https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/01/16/guia-rapido-para-nao-perder-a-cabeca-sobre-biologia-e-comportamento/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2018/01/16/guia-rapido-para-nao-perder-a-cabeca-sobre-biologia-e-comportamento/#respond Tue, 16 Jan 2018 13:39:10 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/bonoboas-180x145.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4748 Por razões que a própria razão desconhece, falar dos aspectos biológicos do comportamento humano é receita garantida para treta. É muito difícil que qualquer discussão sobre o tema não vire uma polêmica interminável e infrutífera. Gostaria de oferecer ao dileto leitor uma pequena caixa de ferramentas conceituais para evitar mal-entendidos, generalizações e forçadas de barra quando o assunto aparece. Espero que seja útil. Vamos lá?

1)Seres humanos também são animais: esse fato não muito misterioso, reconhecido pelo menos desde os tempos de Aristóteles (século 4º a.C.) e do livro bíblico do Eclesiastes, às vezes ainda faz as pessoas olharem torto pra mim quando o menciono, mas não vejo por que deveria provocar esse tipo de reação.

Afinal, todo mundo nasce, cresce e morre, precisa comer e fazer cocô, as mulheres amamentam seus bebês, os homens têm pipi, temos sangue, ossos, músculos, cérebro. Tudo isso são características de muitos outros animais como nós. Seria muito improvável que outras coisas também típicas de animais – instintos, pendores, tendências naturais de entender o mundo – não influenciassem igualmente a maneira como a gente se comporta.

Note bem: usei o verbo influenciar, não o verbo determinar (explico a diferença no próximo item). O que expus acima significa que o homem é “só” um animal? Bem, defina “só” (não conheço animal, por mais simples que seja, cuja complexidade possa ser desprezada por essa palavrinha). Nossa natureza inclui coisas bem distintas da de outros animais? Sem dúvida – a começar pela ferramenta inigualável chamada linguagem que estou usando aqui. Mas, ainda que não sejamos “só” animais, nós também somos animais – e isso é importante.

2)“Influenciar” é diferente de “determinar”: muita gente vive com medo de um tal “determinismo biológico” (ou “determinismo genético”, pra quem é mais específico) – a ideia de que aceitar o peso da biologia no nosso desenvolvimento equivaleria a abraçar uma versão pós-moderna do Destino com D maiúsculo. Faz sentido temer isso?

Não, não faz. Em muitos casos, influências biológicas não são mais poderosas do que a alimentação que você consome, os livros que lê ou os amigos com quem convive. Basta pensar na diferença que faz, para a altura, o peso e a inteligência de um adulto, se ele viveu num lar amoroso com comida adequada quando era criança ou se passava fome e era maltratado desde bebê.

Tem muito mais lógica pensar num sistema de interações entre potencial biológico/genético e condições ambientais. Um sistema de interações que é complicado, difícil de elucidar completamente e que varia também de característica para característica: algumas mais permeáveis a influências externas, mais plásticas, outras mais “robustas” do ponto de vista do desenvolvimento – mais inflexíveis, se você quiser. (Afinal de contas, se assim não fosse, seres humanos poderiam se transformar em vegetais de tanto comer chuchu, o que a gente não costuma ver por aí.)

3)Pessoas são pessoas, não médias estatísticas: feito são João Batista clamando no deserto, esse item eu vivo bradando por aí, mas muita gente não escuta.

Pode ser, por exemplo, que em média – atenção ao itálico, por gentileza – homens sejam um pouco melhores do que mulheres no que diz respeito ao raciocínio espacial, enquanto as moças sejam, em média, um tiquinho melhores do que os rapazes na capacidade de interpretar as emoções de outrem. (Essas hipóteses até que têm bastante apoio empírico por trás delas, aliás, mas podem ser derrubadas no futuro – é assim que a ciência funciona.)

Digamos que essas afirmações sejam verdadeiras. Isso significa que deveríamos desencorajar as garotas que querem virar engenheiras civis ou os moços que gostariam de se formar em psicologia? Não, não, mil vezes não, mui nobre leitor(a)! O termo em média implica variação – e muitas vezes variação grande. Há inúmeras mulheres por aí que conseguiriam projetar uma estação de metrô melhor que muito homem, assim como muitos homens que choram assistindo “Divertidamente”, da Pixar (feito eu). As tendências estatísticas podem ser interessantes e importantes em vários aspectos, mas elas nunca deveriam ser usadas como julgamentos pétreos para decidir quem uma pessoa individual é ou seria capaz de fazer ou não fazer.

4)Natural não significa bom ou moralmente correto: fuja da chamada falácia naturalista – a ideia de que só as coisas “naturais” são boas ou a de que, se algo é bom, é porque é natural.

Como alguém já disse, a Natureza é aquela senhora bondosa que inventou a tuberculose, o mosquito da dengue e os terremotos. É totalmente natural a fêmea de louva-deus mastigar avidamente a cabeça do macho enquanto este copula com ela, e nada mais natural do que leões sumariamente eliminando os filhotes das fêmeas do bando que acabaram de conquistar, de forma que elas possam ser engravidadas por eles próprios.

Somos capazes de estabelecer critérios racionais para tentar determinar o que é certo e o que é errado. O que vemos na natureza pode até dar indicações intrigantes sobre o que funciona e não funciona em espécies como a nossa, mas não passa disso.

5)Explicar não significa justificar: um ponto implícito no item anterior é que, quando analisamos um comportamento comum na natureza e tentamos entender a lógica por trás dele, isso está longe de justificar esse comportamento – vale dizer, não é uma defesa de que ele é correto. Médicos tentam entender a dinâmica das doenças não para dar uma forcinha ao vírus da dengue, mas para achar maneiras de detê-lo sempre que possível. O homicídio e o estupro podem ser explicados pelo prisma da biologia – o que não significa que ele sejam coisas ótimas que a gente deveria continuar a fazer.

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Venha para o lançamento de ‘1499’ em São Paulo! https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/09/19/venha-para-o-lancamento-de-1499-em-sao-paulo/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/09/19/venha-para-o-lancamento-de-1499-em-sao-paulo/#respond Tue, 19 Sep 2017 19:14:59 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2017/09/foto-lançamento-180x94.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4540 É com prazer que convido todos os leitores do blog para o lançamento oficial do meu livro “1499: O Brasil Antes de Cabral” em São Paulo. Vai ser nesta quarta, dia 20 de setembro (mais conhecida como “amanhã”), na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, pertinho da estação Consolação do metrô. Espero poder bater um papo com todos que puderem aparecer.

Ainda em dúvida se o livro te interessa? Confira esta entrevista no site da Livraria da Folha ou, se você gosta de rádio e boa música, tem também esta entrevista (que teve até Raul Seixas) para o programa Na Trilha da História, da EBC. Ah, o livro já está há tempos em primeiro lugar na lista de mais vendidos da Livraria da Folha e há duas semanas na lista de mais vendidos de não ficção da revista “Veja” (em décimo-segundo lugar, precisa dar um scroll pra ver o bichinho, mas tá valendo, vai).

Apareçam por lá!

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Vídeos natalinos: fontes bacanas para se aprofundar https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/12/19/videos-natalinos-fontes-bacanas-para-se-aprofundar/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/12/19/videos-natalinos-fontes-bacanas-para-se-aprofundar/#respond Mon, 19 Dec 2016 10:37:46 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2016/12/Adoracao_dos_magos_de_Vicente_Gil-e1482143449325-180x56.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=3954 Existe uma vastíssima literatura especializada e também voltada para leigos sobre as raízes históricas e teológicas das narrativas do nascimento de Jesus no Novo Testamento. Neste vídeo, selecionei os livros que mais me ajudaram a entender como as histórias da Natividade surgiram e que, portanto, inspiraram a nossa série natalina no YouTube. Confira abaixo.

Um detalhe interessante e importante que ficou de fora do vídeo: os autores que utilizei como referência (John Dominic Crossan, Marcus Borg, Geza Vermes e John P. Meier) englobam todo tipo de visão pessoal sobre Jesus e sua natureza (Borg era luterano, Vermes judeu, Meier é católico e padre), e também adotam interpretações diferentes sobre o Jesus adulto. Mas a concordância entre eles sobre as narrativas da infância de Cristo é quase completa, o que fortalece a nossa análise.

Tá achando que acabou? Ainda teremos pelo menos mais alguns vídeos de Natal, pode aguardar!

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Vídeos natalinos: os Magos (que não eram reis) https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/12/17/videos-natalinos-os-magos-que-nao-eram-reis/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/12/17/videos-natalinos-os-magos-que-nao-eram-reis/#respond Sat, 17 Dec 2016 07:29:02 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2016/12/magos1-2-180x81.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=3944 Naqueles dias, Gandalf, Radagast e Saruman foram a Bel… não, pera, não é desses Magos que estamos falando! Neste vídeo da nossa série natalina, a gente explica por que os Magos do Evangelho de Mateus não eram reis, talvez não fossem três (o texto bíblico não cita o número deles), não se chamavam Baltazar, Gaspar e Melquior e provavelmente não eram históricos, mas sim elementos literários usados para mostrar o impacto da vinda de Jesus ao mundo para os pagãos e para enfatizar que Cristo é o novo Moisés.

Novo Moisés? Pois é, assiste aí que você vai entender. E aproveite para saber como ganhar um DVD de um clássico do cinema bíblico!

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