Darwin e Deus https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br Um blog sobre teoria da evolução, ciência, religião e a terra de ninguém entre elas Mon, 15 Nov 2021 14:20:48 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Meus 20 anos de jornalismo científico completados nesta semana https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/09/10/meus-20-anos-de-jornalismo-cientifico-completados-nesta-semana/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/09/10/meus-20-anos-de-jornalismo-cientifico-completados-nesta-semana/#respond Fri, 10 Sep 2021 13:35:07 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2017/07/tarta-e1500382528430-180x144.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6627 Pois é, gentil leitor, a idade chega pra todos. Nesta semana, os afazeres e o impacto da micareta ditatorial-genocida me atrapalharam um pouco na pontualidade, mas o fato é que acabei de completar 20 anos como jornalista de ciência, a maior parte deles transcorridos nesta Folha.

Quer ler o primeiro textinho que saiu assinado com meu nome aqui no jornal? Ei-lo abaixo ou neste link. Saiu, veja você, no dia 7 de setembro de 2001.

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Aquecimento antártico foi duas vezes maior que média mundial
REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento da temperatura na Antártida durante o último século foi de 1,2C -pelo menos o dobro da média no resto do planeta, que ficou entre 0,2C e 0,6C, segundo o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática, órgão da ONU).

Parece uma ninharia, mas o aquecimento antártico está modificando radicalmente o ecossistema da região. É o que mostra o estudo publicado pelo britânico David Vaughan e seus colegas do British Antarctic Survey na revista “Science” desta semana. Os pesquisadores ainda não sabem se o problema tem relação com o efeito estufa ou é resultado de mecanismos naturais da região.

As áreas mais afetadas são a península Antártica e o mar de Bellinghausen, regiões a cerca de 1.500 km do sul da Argentina. Na península, sete geleiras desapareceram nos últimos 50 anos.

As mudanças nas populações de pinguins também serviram como indicativo de que as coisas não andavam bem: as espécies que usavam geleiras para se abrigar e procriar começaram a diminuir na região, enquanto os pinguins acostumados a mar aberto colonizaram a península. “Ninhais que eram ocupados há 650 anos sumiram”, contou David Vaughan à Folha.

O pesquisador, contudo, ainda não está convencido de que o vilão antártico seja o efeito estufa. “Há fortes evidências de que esse tipo de mudança, numa escala de décadas, pode acontecer naturalmente”, disse.

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Só tenho a agradecer aos grandes mentores e colegas que me ajudaram a chegar até aqui, em especial Marcelo Leite (o Davi Kopenawa do jornalismo científico brasileiro e mundial), o eterno chefinho Claudio Angelo, combatendo o bom combate hoje fora da imprensa, e o grande amigo Salvador Nogueira. E a todos os irmãos de luta que hoje estão na editoria de Ciência da Folha.

Espero estar por aqui por mais 20 anos e 40 anos, se Eru Ilúvatar quiser!

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Qual seria o cartaz na parede de uma convenção de bonobos? https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/03/22/qual-seria-o-cartaz-na-parede-de-uma-convencao-de-bonobos/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/03/22/qual-seria-o-cartaz-na-parede-de-uma-convencao-de-bonobos/#respond Mon, 22 Mar 2021 20:55:35 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/bonoba-menor-180x119.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6560 É só uma piada, mas me pareceu boa demais para não compartilhar com o gentil leitor do blog.

Qual seria o lema de uma convenção de bonobos (Pan paniscus), os simpáticos primos dos chimpanzés-comuns (também conhecidos como chimpanzés-pigmeus)?

“Bonobos: só não vale dar uns pegas na mamãe. Ache um buraco e seja feliz.”

(Para quem não sabe, os bonobos se notabilizam pela vida sexual promíscua e relaxada e pela baixa agressividade.)

A piada vem do divertidíssimo episódio sobre neandertais do podcast You’re Dead To Me, da BBC, apresentado pelo historiador Greg Jenner e com participação da especialista em neandertais Becky Wragg Sykes e do humorista Tim Minchin.

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As aves do bosque vizinho, um microretrato da biodiversidade https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/01/11/as-aves-do-bosque-vizinho-um-microretrato-da-biodiversidade/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2021/01/11/as-aves-do-bosque-vizinho-um-microretrato-da-biodiversidade/#respond Mon, 11 Jan 2021 14:47:10 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/mutum-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6510 Tenho a sorte tremenda de morar do lado de um fragmento de mata (área de transição de mata atlântica com cerrado) faz sete anos. Com a ajuda de um guia de observação de aves da Wildlife Conservation Society, volta e meio tento identificar as espécies aladas que vejo por aqui, em especial quando consigo caminhar perto do bosque bem cedo. Neste fim de semana, consegui fazer o inventário de todos os bichos que lembro de ter visto nesses anos. Ei-la (lembrando que posso ter me confundido em alguns casos, é claro — meu olho não é dos mais treinados):

1)Jacupemba (Penelope superciliaris)
2)Mutum-de-penacho (Crax fasciolata)
3)Socozinho (Butorides striatus)
4)Garça-branca-grande (Ardea alba)
5)Curicaca (Theristicus causaria)
6)Urubu-preto (Coragyps atratus)
7)Carcará (Caracara plancus)
8)Quero-quero (Vanellus chilensis)
9)Asa-branca (Patagioenas picazuro)
10)Rolinha-caldo-de-feijão (Columbina talpacoti)
11)Periquitão-maracanã (Aratinga leucophtalma)
12)Periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri)
13)Anu-preto (Crotophaga ani)
14)Anu-branco (Guira guira)
15)Tucanuçu (Ramphastos toco)
16)Pica-pau-do-campo (Colaptes campestris)
17)Arapaçu-do-cerrado (Lepidocolaptes angustirostris)
18)João-de-barro (Furnarius rufus)
19)Choró-boi (Taraba-major)
20)Choca-barrada (Thamnophilus doriatus)
21)Bentevi (Pitangus sulfuratus)
22)Siriri (Tyrannus melancholicus)
23)Tangará (Chiroxiphia caudata)
24)Gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus)
25)Sabiá-do-campo (Mimus saturninus)
26)Corruíra (Troglodytes musculus)
27)Sabiá-barranco (Turdus leucomelas)
28)Saí-azul (Dacnis cayana)
29)Saíra-amarela (Tangara cayana)
30)Gaturamo-verdadeiro (Euphonia violacea)
31)Sanhaço-cinza (Thraupis sayaca)
32)Sanhaço-do-coqueiro (Thraupis palmarum)
33)Pipira-vermelha (Ramphocelus carbo)
34)Coleirinha (Sporophila caerulescens)
35)Canário-da-terra (Sicalis flaveola)
36)Tico-tico (Zonotrichia capensis)
37)Chupim (Molothrus bonariensis)

(Beija-flores são relativamente comuns aqui, mas não tenho olho pra identificá-los, então não constam da lista.)

E você, quantas aves já viu na sua vizinhança?

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Meus livros lidos em 2020, da divulgação científica à ficção científica https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2020/12/31/meus-livros-lidos-em-2020-da-divulgacao-cientifica-a-ficcao-cientifica/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2020/12/31/meus-livros-lidos-em-2020-da-divulgacao-cientifica-a-ficcao-cientifica/#respond Thu, 31 Dec 2020 15:46:58 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/Aleppo_Codex_Joshua_1_1-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=6474 Nunca tinha feito o exercício de anotar todos os livros que li durante um ano inteiro. Em 2020, chegou a hora de fazê-lo. Sem mais delongas, apresento ao gentil leitor o resultado das minhas lides literárias deste Ano da Peste. Eis a lista:

1)Dogsbody, Diana Wynne Jones
2)Impérios, Jane Burbank e Frederick Cooper
3)The Testaments, Margaret Atwood
4)Fields of Blood, Karen Armstrong (releitura)
5)Fragile Things, Neil Gaiman (releitura)
6)Homens Elegantes, Samir Machado de Machado
7)Se questo è un uomo, Primo Levi
8)Paletó e Eu, Aparecida Vilaça
9)The Ministry of Truth, Dorian Lynskei
10)Human Diversity, Charles Murray
11)Coraline, Neil Gaiman (releitura)
12)The Tombs of Atuan, Ursula K. Le Guin (releitura)
13)Martinho Lutero: Renegado e Profeta, Lyndal Roper
14)The Farthest Shore, Ursula K. Le Guin (releitura)
15)Sir Gawain and the Green Knight, Pearl and Sir Orfeo, anônimo, tradução de J.R.R. Tolkien (releitura)
16)Big Gods, Ara Norenzayan (releitura)
17)The Greatest Show on Earth, Richard Dawkins
18)A Guerra do Paraguai, Luiz Octavio de Lima
19)A Abolição do Homem, C.S. Lewis
20)A Evolução Improvável, William von Hippel
21)The King Must Die, Mary Renault (releitura)
22)The Bull From the Sea, Mary Renault (releitura)
23)Ebola, David Quammen
24)The Ocean At the End of the Lane, Neil Gaiman (releitura)
25)Spillover, David Quammen
26)The Daughter of Odren, Ursula K. Le Guin
27)The Word for World Is Forest, Ursula K. Le Guin
28)Gilead, Marilynne Robinson
29)Conquerors, Roger Crowley
30)These Truths, Jill Lepore
31)Dominion, Tom Holland
32)The Penguin History of New Zealand, Michael King
33)Seawall, a Life, Simon Stephens e Nick Payne
34)The Rules of Contagion, Adam Kucharski
35)Good Omens, Neil Gaiman e Terry Pratchett (releitura)
36)O Cadete e o Capitão, Luiz Maklouf Carvalho
37)The Darkening Age, Catherine Nixey
38)How to Defeat a Demon King in Ten Easy Steps, Andrew Rowe
39)The Triumph of Christianity, Bart D. Ehrman (releitura)
40)Tales From Earthsea, Ursula K. Le Guin
41)Superior, Angela Saini
42)Kindred, Octavia E. Butler
43)The Absolute Brightness of Leonard Pelkey, James Lecesne
44)A Primate’s Memoir, Robert Sapolsky (releitura)
45)The Life and Times of Prince Albert, Patrick Alitt
46)Five Ways to Forgiveness, Ursula K. Le Guin
47)Herbie, Rich Cohen
48)The Silk Roads, Peter Frankopan
49)Truth and Fiction in The Da Vinci Code, Bart Ehrman
50)O espetáculo das raças, Lilia Moritz Schwarcz
51)The Greek and Persian Wars, John R. Hale
52)A Grown-Up Guide to Dinosaurs, Ben Garrod
53)A Maré Humana, Paul Morland
54)Tehanu, Ursula K. Le Guin (releitura)
55)Imune, Matt Richtel
56)Did Jesus Exist?, Bart Ehrman (releitura)
57)Fire From Heaven, Mary Renault
58)In Search of Black History, Bonnie Greer
59)The Sandman I, Neil Gaiman
60)The Other Wind, Ursula K. Le Guin (releitura)
61)Charles de Gaulle: Uma Biografia, Julian Jackson
62)Against Empathy, Paul Bloom
63)Churchill: Caminhando Com o Destino, Andrew Roberts
64)O Verdadeiro Criador de Tudo, Miguel Nicolelis
65)Wolf Hall, Hilary Mantel
66)The Community of The Beloved Disciple, Raymond E. Brown
67)Summerland, Michael Chabon (releitura)
68)Ender’s Game Alive, Orson Scott Card
69)Caffeine, Michael Pollan
70)Pops, Michael Chabon
71)War! What is It Good For?, Ian Morris
72)Children of Ash and Elm, Neil Price
73)How Jesus Became God, Bart Ehrman (releitura)
74)Os Fuzis e as Flechas, Rubens Valente
75)The Call of The Wild, Jack London
76)The Inklings, Humphrey Carpenter (releitura)
77)Talking to the Enemy, Scott Atran
78)The Wave in the Mind, Ursula K. Le Guin
79)Almost Human, Lee Berger e John Hawks
80)H is for Hawk, Helen MacDonald
81)My Man Jeeves, P. G. Wodehouse
82)Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll
83)Floresta é o Nome do Mundo, Ursula K. Le Guin (releitura)
84)The Dispatcher, John Scalzi
85)Como as Democracias Morrem, Steven Levitsky & Daniel Ziblatt
86)Winnie-the-Pooh, A. A. Milne
87)The Face of Battle, John Keegan
88)No Time to Spare, Ursula K. Le Guin
89)Up from Slavery, Booker T. Washington
90)Beren e Lúthien, J.R.R. Tolkien (releitura)
91)Peter Pan, J.M. Barrie
92)The Space Race, Colin Brake et al.
93)A Revolta da Vacina, Nicolau Sevcenko
94)Hilary Mantel, Bring Up The Bodies
95)Treasure Island, Robert Louis Stevenson
96)The Telling, Ursula K. Le Guin
97)Os Carbonários, Alfredo Sirkis
98)Frankenstein, Mary Shelley
99)A Guerra, Bruno Paes Manso e Camila Nunes Dias
100)A Connecticut Yankee in King Arthur’s Court, Mark Twain
101)Warlords of Ancient Mexico, Peter G. Tsouras
102)A República das Milícias, Bruno Paes Manso
103)The Adventures of Tom Sawyer, Mark Twain
104)Vamos Sonhar Juntos, Papa Francisco e Austen Ivereigh
105)Seventh Son, Orson Scott Card
106)How to Argue With a Racist, Adam Rutherford
107)Palmares, Flavio dos Santos Gomes
108)Heaven and Hell, Bart D. Ehrman
109)The WEIRDest People in The World, Joseph Henrich
110)Among Others, Jo Walton
111)The Big Melt, Jeff Goodell
112)The Causes of War & The Spread of Peace, Azar Gat

Algumas notas rápidas:

1)Desse total, 12 livros, ou um décimo, são da gênia Ursula K. Le Guin. Isso é que é tempo bem gasto, senhoras e senhores;

2)Boa parte disso foi no formato audiobook, embora eu não consiga quantificar exatamente a fração;

3)Ficção não é perda de tempo: alimenta a criatividade e, principalmente, o coração;

Um Ano Novo menos pior pra todos nós!

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O amor é um imperativo cósmico? Sim, sugere a evolução! https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/06/12/o-amor-e-um-imperativo-cosmico-sim-sugere-a-evolucao/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2019/06/12/o-amor-e-um-imperativo-cosmico-sim-sugere-a-evolucao/#respond Wed, 12 Jun 2019 14:49:39 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/Eros_bow_Musei_Capitolini_MC410-320x213.jpg https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=5803 Neste vídeo especial do Dia dos Namorados, decidi argumentar que, do ponto de vista cósmico, o amor é um resultado inevitável da evolução da complexidade social e da inteligência. E aí, o que vocês acham? Confiram o vídeo abaixo.

Uma bela descrição das emoções dos animais está no novo livro do primatólogo Frans de Waal, chamado Mama’s Last Hug.

Se você prefere texto e apenas texto, eis uma versão do argumento do vídeo, levemente adaptada de meu livro “Os 11 Maiores Mistérios do Universo”. Vamos a ela?

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Pode muito bem ser que o amor seja um fenômeno inevitável Cosmos afora.

O raciocínio para chegar a essa conclusão aparentemente estapafúrdia nem é tão complicado assim. Ele nasce de uma das poucas constatações razoavelmente firmes às quais chegamos depois de décadas de estudo sobre a evolução da inteligência.

Esse tipo de pesquisa tem mostrado, em primeiro lugar, que inteligências razoavelmente avançadas — a principal “nota de corte” para atingir essa categoria é um nível considerável de autoconsciência, demonstrado pela capacidade de se reconhecer no espelho — evoluíram repetidas vezes só neste nosso planetinha rochoso.

Além da nossa própria e orgulhosa espécie sapiente, vários grandes primatas, como chimpanzés, gorilas e orangotangos, também passam nesse vestibular, assim como golfinhos, orcas, elefantes — e até pegas, uma ave europeia aparentada aos corvos.

Portanto, espécies desse tipo existem por toda parte aqui na Terra, mas há um ponto importantíssimo que as une. São todas espécies altamente sociais e que, ao mesmo tempo, são compostas por indivíduos de verdade, como nós.

Tal como nós, também precisam lidar com os desafios deliciosamente torturantes de viver cercados por outras criaturas de mente complexa, de antecipar seus desejos e suas intenções.

Acredita-se que o principal combustível para a evolução da complexidade cerebral em todos esses bichos tenha sido justamente a pressão trazida pela vida social. E outro ponto que une todas essas espécies é o loooongo período de “cuidado parental”, ou seja, de profunda ligação entre mães (às vezes pais também) e filhotes para que os últimos consigam desenvolver todo o seu potencial.

Em todo esse desenvolvimento evolutivo, o papel das emoções e daquilo que chamamos de amor não pode ser negligenciado. A capacidade de se reconhecer no espelho equivale à capacidade de reconhecer os demais como indivíduos e de forjar elos profundos e de longo prazo com eles.

Se existir vida complexa em outros cantos do Universo, e se ela começar a escalar os degraus da inteligência, parece bastante provável que ela siga um caminho parecido — e redescubra, tal como nós descobrimos neste planetinha, o amor.

Feliz Dia dos Namorados pra todos!

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Nem Exu salva https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/08/11/nem-exu-salva/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/08/11/nem-exu-salva/#respond Fri, 11 Aug 2017 19:28:55 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2017/08/exu-e1502479989968-180x147.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4461 Esses dias, ouvi de um cientista brasileiro a seguinte declaração (na base da brincadeira, claro, mas aquela brincadeira amarga, gosto-de-cabo-de-guarda-chuva, com fundo de verdade):

“Acho que vou fazer um despacho pra ver se algum Exu se compadece e arranja uma verba pra gente continuar pesquisando.”

A situação não tá feia, pessoal — tá horrenda.

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Venham para a festa da ciência brasileira! https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/07/18/venham-para-a-festa-da-ciencia-brasileira/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/07/18/venham-para-a-festa-da-ciencia-brasileira/#respond Tue, 18 Jul 2017 13:00:03 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2017/07/tarta-e1500382528430-180x144.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4386 Se você está em Belo Horizonte ou arredores e vai ter um tempinho livre nos próximos dias, recomendo fortemente que venha para o campus principal da Universidade Federal de Minas Gerais e visite as vastas instalações da 69ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), nada menos que a maior festa da pesquisa científica brasileira e, aliás, da América Latina.

Só tive a sorte de descobrir como uma reunião da SBPC pode ser sensacional quando ela aportou na minha própria cidade natal, São Carlos (SP). E basicamente gamei – gamei tanto que acabei escrevendo um livro a respeito. Tem MUITA atividade legal para crianças, estudantes e famílias (este sábado, dia 22 de julho, será voltado exclusivamente a isso, no Dia da Família na Ciência). O melhor: tudo de graça, senhoras e senhores – experimentos, mostras, monitores empolgados, do Instituto de Pesquisas da Amazônia à Agência Espacial Brasileira.

É, eu sei que os cientistas brasileiros andam vendendo o almoço pra comprar a janta, graças aos cortes profundos de verba que andaram ocorrendo. Sei que falta visão e coragem ao governo federal – isso historicamente, não é de hoje – pra transformar ciência em política de Estado. Mas colocar os pés na SBPC é um lembrete claro de como existe gente valente, criativa, empolgada, sacudida, capaz de mostrar como a ciência transforma o mundo, muitas vezes pra melhor. É um banho de energia.

Ah, e tem uma réplica da tartaruga-das-galápagos que teria conhecido o próprio Darwin, a Harriet. Lógico que eu tirei uma foto com o bicho, né?

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O inverno está chegando! https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/07/11/o-inverno-esta-chegando/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/07/11/o-inverno-esta-chegando/#respond Wed, 12 Jul 2017 00:51:38 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2017/07/night-king-the-door-180x94.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4381 Uma passadinha rápida por aqui para avisar que o novo vídeo do nosso canal do YouTube está no ar: um trechinho da palestra que dei sobre as influências das antigas mitologias nórdica e celta sobre “Game of Thrones”. Esse, aliás, é o tema do meu mais recente livro, já nas bancas. Confiram!

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O Paradoxo Dumbledore https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/06/30/o-paradoxo-dumbledore/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/06/30/o-paradoxo-dumbledore/#respond Fri, 30 Jun 2017 13:10:31 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2017/06/dumb-e1498828207613-180x123.png http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4377 Sei lá se algum dia a ideia vai pegar, mas resolvi cunhar um nome para uma questão de lógica e psicologia humana com base na minha própria experiência pessoal. É o Paradoxo Dumbledore, que explica — ao menos pra mim — por que não há nada de absurdo em manter uma fé religiosa e, ao mesmo tempo, buscar explicações científicas para os fenômenos da religião e pras origens da ideia de Deus. Explico isso e mais alguns pontos relevantes do meu livro “Deus: Como Ele Nasceu” nesta entrevista que dei para o canal do YouTube da revista “Superinteressante”, conduzida pela sempre gentil Pâmela Carbonari. Confiram abaixo.

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Entrevista sobre o Prêmio José Reis https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/06/28/entrevista-sobre-o-premio-jose-reis/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/06/28/entrevista-sobre-o-premio-jose-reis/#respond Wed, 28 Jun 2017 14:53:24 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2017/06/paideia-180x101.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4366 Na semana que passou, tive o prazer e a honra de ser entrevistado no programa Paideia, da TV e da Rádio UFSCar, a gloriosa Universidade Federal de São Carlos. Eis o vídeo do papo. O mote da conversa com os gentis anfitriões Mariana Pezzo, jornalista da UFSCar, e Adilson Jesus Aparecido de Oliveira, físico e professor da universidade, foi o Prêmio José Reis, o maior (e único, hehehe) dedicado exclusivamente à divulgação científica em nível nacional. Jornalistas são premiados a cada três anos, e eu vou receber no mês que vem o prêmio de 2017.

No papo, falamos sobre o impacto do prêmio, por que eu acho que o diálogo entre ciência e religião é essencial, como sair do atual buraco negro do jornalismo (será que dá?) e até sobre o desastre da fosfoetanolamina. Obrigado à Mariana e ao professor Adilson pelo convite e não se esqueçam de se inscrever no canal da UFSCar, o ClickCiência, abaixo:

https://www.youtube.com/channel/UC9GFu08xsidnYq_qiJlTcug

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