Darwin e Deus https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br Um blog sobre teoria da evolução, ciência, religião e a terra de ninguém entre elas Mon, 15 Nov 2021 14:20:48 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 A evolução é aleatória? https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/06/13/a-evolucao-e-aleatoria/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/06/13/a-evolucao-e-aleatoria/#respond Tue, 13 Jun 2017 12:04:49 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2017/06/toupeirinha-e1497355402208-180x50.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4308 Estamos de volta com mais um vídeo da nossa série sobre os conceitos básicos ligados à teoria da evolução. No programa de hoje, descubra por que só uma parte relativamente desimportante do processo evolutivo pode ser descrita como “ao acaso”, “aleatória” etc. e por que o processo, no fundo, não tem nada de bagunçado. Confira o vídeo novo abaixo.

E, se você perdeu os episódios anteriores, ei-los a seguir.

Por que “teoria da evolução” na verdade é um tributo à solidez da ideia:

Derrubando o mito de que a evolução violaria leis da natureza:

E mitos e fatos sobre a relação de Darwin com a religião:

Vem mais por aí, pode apostar!
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O Basicão da Evolução: ela viola leis da natureza? https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/04/11/o-basicao-da-evolucao-ela-viola-leis-da-natureza/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/04/11/o-basicao-da-evolucao-ela-viola-leis-da-natureza/#respond Tue, 11 Apr 2017 13:13:21 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/Nuclei_fossils-180x84.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4179 Criacionistas que tentam dar um verniz mais sofisticado às suas crenças contrárias à teoria da evolução volta e meia argumentam que, se existisse, a evolução estaria contrariando as leis da natureza – mais especificamente a Segunda Lei da Termodinâmica, que estipularia que a entropia — grosso modo, o nível de desordem do Cosmos — sempre aumenta no Universo. E agora, quem poderá nos defender?

Bom, é claro que esse argumento tem mais buracos que um queijo suíço. E, por falar em queijo, ovo frito e outras coisas comestíveis, o principal contra-argumento é tão simples quanto o ato de comer (e o de fazer cocô na sequência). Confira o vídeo!

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O Basicão da Evolução: só uma teoria? https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/03/31/o-basicao-da-evolucao-so-uma-teoria/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2017/03/31/o-basicao-da-evolucao-so-uma-teoria/#respond Fri, 31 Mar 2017 13:04:34 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2017/03/evolutionary_tree_wide-180x64.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=4147 Começamos nossa nova série no canal do blog no YouTube, modestamente intitulada “O Basicão da Evolução”!

Quantas vezes você já ouviu alguém dizer: “Evolução? Mas isso é só uma teoria, não?”… Bem, tá mais do que na hora de mostrar este vídeo pra essa pessoa. Explicamos o significado original, etimológico, bem como o significado técnico de “teoria” em ciência. Resumo da ópera: teoria é justamente O CONTRÁRIO de chute. Confira no vídeo abaixo.

 

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Darwin versus Deus: mitos e fatos https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/05/22/darwin-versus-deus-mitos-e-fatos/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/05/22/darwin-versus-deus-mitos-e-fatos/#respond Sun, 22 May 2016 12:31:33 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2016/05/darwinedeus-e1463916063203-180x54.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=3677 É a batalha dos barbudos? Não exatamente, senhoras e senhores. Sim, é óbvio que o desenvolvimento da teoria da evolução teve um peso importante para os questionamentos contra a religião no fim do século 19 e até hoje, mas a relação do próprio Darwin com a ideia de uma divindade foi muito mais complexa do que o velho estereótipo do “homem que matou Deus”. Neste novo vídeo do canal do blog no YouTube, tento explicar como as ideias darwinianas sobre o Criador se desenvolveram.

E, para mais informações, confira um post meu sobre o filme “Criação” com dados úteis:

http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2015/10/30/ja-matou-deus-hoje-senhor-darwin/

Dois textos em inglês sobre o mesmo tema:

https://www.faraday.st-edmunds.cam.ac.uk/Issues_Spencer2.php

https://www.faraday.st-edmunds.cam.ac.uk/Issues_Spencer2.php#historical

Uma das melhores biografias de Darwin, em dois volumes:

https://www.amazon.com.br/Charles-Darwin-Viajando-Janet-Browne/dp/8539300877/ref=sr_1_4?ie=UTF8&qid=1463915837&sr=8-4&keywords=janet+browne

https://www.amazon.com.br/Charles-Darwin-Poder-Lugar-Browne/dp/8539301067/ref=sr_1_2?ie=UTF8&qid=1463915837&sr=8-2&keywords=janet+browne

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Tome uma gelada pela ciência! https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/05/18/tome-uma-gelada-pela-ciencia/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/05/18/tome-uma-gelada-pela-ciencia/#respond Wed, 18 May 2016 12:40:17 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2016/05/PINT-180x89.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=3667

Venha tomar uma cerva (ou um vinho se você for chiquetoso, ou um guaraná se você não tiver idade pra beber legalmente ou não gostar de álcool como eu) em nome da ciência! Semana que vem acontece o glorioso Pint of Science, o festival de ciência no boteco mais sensacional deste lado da galáxia, e este que vos fala estará discutindo comunicação pública da ciência em São Carlos. Para mais informações, assista a este microteaser abaixo (estrelado por adivinhe quem?) ou acesse:

http://pintofscience.com.br/

Tá aqui o vídeo, ó:

 

Você também pode acessar este post recente sobre o Pint of Science

E um grande salve à Denise Casatti e ao xará Reinaldo Mizutani, que me puseram pra pagar este mico!

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O Mensageiro Sideral entre nós! https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/05/17/o-mensageiro-sideral-entre-nos/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/05/17/o-mensageiro-sideral-entre-nos/#respond Tue, 17 May 2016 19:28:12 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2016/05/mensageiro-e1463496717882-180x51.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=3662 Pois é, recebi a ilustre visita de ninguém menos do que nosso querido Mensageiro Sideral, o jornalista de ciência Salvador Nogueira, que teve a gentileza de bater um rápido papo comigo sobre as possibilidades de vida extraterrestre nesta nossa querida galáxia. Confira como foi no novo vídeo do canal do blog no YouTube, cá embaixo — com participação especial do meu filhote, vejam só.

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É óbvio que os livros chegarão com autógrafo e dedicatória, diretamente no endereço dos felizes ganhadores 😉

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Saruman e a ciência https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/04/28/saruman-e-a-ciencia/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/04/28/saruman-e-a-ciencia/#respond Thu, 28 Apr 2016 13:27:21 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2016/04/sarumano-e1461850027238-180x74.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=3605 Está no ar mais um vídeo do canal do blog no YouTube, e o tema é a visão ambígua sobre a ciência e a tecnologia na obra de J.R.R. Tolkien, o autor de “O Senhor dos Anéis”, representada pela figura do mago renegado Saruman. Basta conferir aí embaixo.

Aproveito pra colocar alguns pingos nos is aqui no post, os quais não cabem tão bem assim no formato vídeo.

Está claríssima a crítica que Tolkien faz à ciência e tecnologia modernas ao retratar o estrago social e ambiental causados pela aplicação desbragada do poderio tecnocientífico de Saruman e Sauron na Terra-média. Isso significa que Tolkien era um ludita que basicamente detestava a ciência moderna?

É bem discutível. Sim, de fato ele escreveu certa vez que “equipamentos inventados para diminuir a carga de trabalho só acabam gerando mais e pior trabalho”. Imagino que ele não seria fã de um iPhone, mas o fato é que há evidências crescentes de que a tecnologia moderna faz a gente, às vezes, trabalhar mais num ambiente pior (sedentarismo na frente do computador, por exemplo). Tem ainda uma crítica clara ao método científico clássico quando Gandalf adverte Saruman de que “aquele que quebra uma coisa para descobrir o que ela é deixou de lado o caminho da sabedoria”.

Por outro lado, um dos personagens mais positivos de todo o legendarium ou mitologia tolkieniana é Tom Bombadil, considerado pelo próprio Tolkien uma espécie de personificação da zoologia e da botânica — ou seja, o tipo de conhecimento científico que quer entender a essência dos seres vivos sem o desejo desvairado de usá-los para alguma coisa.

Esse é o grande ponto. Tecnologia pode ser ótimo, mas nunca é demais pensar nas consequências não pretendidas delas antes de idolatrá-la. Smartphones não existiriam sem mineração poluente e cara. O avião que te leva para Paris está esquentando o planeta. Anticoncepcionais mudam a dinâmica sexual de peixes. O mundo é complicado e vale a pena pensar, sempre, nos impactos que causamos, na nossa vida e na das futuras gerações.

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O Evangelho do traidor https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/03/23/o-evangelho-do-traidor/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/03/23/o-evangelho-do-traidor/#respond Wed, 23 Mar 2016 22:22:38 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2016/03/Giotto_-_Scrovegni_-_-31-_-_Kiss_of_Judas-180x47.jpg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=3512 Mais um vídeo no ar no canal do blog, pessoal! (Vocês ainda não conhecem? É o glorioso www.youtube.com/reinaldojoselopes). Desta vez, uma minissérie sobre os fatos históricos e interpretações teológicas ligados à Semana Santa, começando com o misterioso Evangelho de Judas. Como de costume, temos abaixo a versão escrita do vídeo. Agradeço a todos os que curtirem o material e puderem se inscrever no canal!

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A gente não sabe muito bem como o Evangelho de Judas foi encontrado e passou de mão em mão, porque ele acabou chegando às mãos dos especialistas por meio do comércio egípcio de antiguidades, que é bem nebuloso. De qualquer jeito, o conteúdo dele foi revelado pela primeira vez em 2006, com a publicação da primeira tradução do texto, feita pelo suíço Rodolphe Kasser — aliás, eu mesmo fiz a matéria pra Folha quando saiu essa publicação, vejam só!

O texto está em copta, que era a língua nativa dos egípcios da época do Império Romano e é descendente direta da língua dos faraós. O manuscrito, ou códice, feito de papiro, foi bem maltratado ao longo do tempo, então a estimativa é que menos de três quartos do texto original tenham chegado até nós. A datação do material do manuscrito em si, feita pelo método do carbono-14, indica que ele foi produzido lá pelo ano 280 d.C. (óbvio que é depois de Cristo, né), com margem de erro de uns 60 anos pra mais ou pra menos. Isso não significa necessariamente que o texto foi criado pela primeira vez nessa época — a estimativa dos especialistas é que ele seja talvez um século mais antigo que isso, ou seja, com uma data entre os anos 150 e 200.

O manuscrito do Evangelho de Judas (Crédito: Reprodução)
O manuscrito do Evangelho de Judas (Crédito: Reprodução)

De qualquer jeito, a gente já pode tirar uma coisa da cabeça: a de que o texto tenha alguma informação inovadora sobre o Jesus histórico ou o Judas histórico. Não é só por causa da data — a questão é que o conteúdo teológico do Evangelho de Judas está totalmente descolado do contexto original do pensamento de Jesus e seus discípulos, que é o judaísmo da Galileia, bastante conservador (no sentido de se ater basicamente a interpretações não muito viajantes do Antigo Testamento). Quem lê o texto e conhece as correntes filosóficas e religiosas da Antiguidade percebe na hora que o texto tem uma influência pesada das especulações teológicas dos pensadores gregos tardios, em especial os que viviam no Egito.

E são especulações um bocado viajantes. O Evangelho de Judas é um texto gnóstico, ou seja, ele faz parte de uma corrente de pensamento do cristianismo antigo para a qual o importante para a salvação dos homens não foi a morte de Jesus na cruz e sua ressurreição, mas sim o conhecimento secreto sobre a esfera espiritual que Cristo trouxe pra humanidade — conhecimento em grego é “gnosis” (pronuncia-se “gnóssis”), daí o nome dos gnósticos.

Hoje em dia nós conhecemos dezenas de textos gnósticos, e uma das características mais marcantes deles é o fato de que eles têm pouca ou nenhuma narrativa. Ou seja, eles não contam histórias sobre a vida de Jesus, mas preferem relatar conversas misteriosas dele com os discípulos — e às vezes com um discípulo especial que Jesus teria escolhido para instruir nos conhecimentos secretos sobre a sua salvação. Às vezes esse discípulo predileto é Tomé, às vezes até Maria Madalena, e neste caso aqui é o próprio Judas Iscariotes, o famoso traidor.

A teologia gnóstica é supercomplicada, mas grosso modo dá pra resumi-la do seguinte jeito: o Deus que criou o universo físico não é o verdadeiro Deus, mas um espírito menor, uma espécie de anjo megalomaníaco, que se perverteu. E esse é o mesmo Deus do Antigo Testamento. É por isso que existe tanto sofrimento no mundo: porque esse Criador na verdade é incompetente ou mesmo mau. As almas dos seres humanos pertencem ao reino espiritual e derivam do Deus verdadeiro e bondoso, mas ficaram presas à matéria do Universo físico por maldade do Criador de segundo escalão.

Caravaggio retratando o beijo de Judas e a prisão de Jesus
Caravaggio retratando o beijo de Judas e a prisão de Jesus (Crédito: Reprodução)

Isso significa que o papel de Jesus, que é um emissário poderoso do verdadeiro Deus, é vir até a Terra e ensinar às pessoas sobre sua verdadeira natureza espiritual, para que elas possam se libertar da divindade malvada e voltar para o reino perfeito do espírito. Eu avisei que era meio doido, não avisei? São ideias inspiradas, por exemplo, na obra do filósofo grego Platão, que viveu uns 400 anos antes de Jesus.

Bom, isso ajuda a explicar algumas das esquisitices do Evangelho de Judas. Há, por exemplo, uma passagem na qual Jesus confronta os apóstolos e só Judas consegue perceber quem Jesus é de verdade, dizendo:

“Eu sei quem és e de onde vieste. És do reino imortal de Barbelo. E eu não sou digno de proferir o nome daquele que te enviou.”

Ou seja, Judas é o único que entende que Jesus veio do reino espiritual. Ao notar isso, Cristo resolve transmitir seu conhecimento secreto a Iscariotes:

“Afasta-te dos outros e eu te contarei os mistérios do Reino.”

Jesus então explica a Judas a verdadeira história das origens cósmicas, diz que o Deus adorado pelos outros apóstolos é malévolo e dá a entender que a traição de Judas na verdade faz dele uma figura gloriosa:

“Mas tu suplantarás a todos eles [os outros apóstolos]. Pois sacrificarás o homem que me veste. Teu chifre já foi erguido, tua ira foi acesa, tua estrela brilhou iluminada, e teu coração se tornou forte.”

Ou seja, ao permitir a morte de Jesus, Judas estará apenas libertando o espírito glorioso que habita o corpo de Cristo, o qual poderá voltar para a esfera divina, o que é uma coisa boa, segundo o pensamento gnóstico.

Um detalhe final importante: ainda há uma certa controvérsia sobre a interpretação desse evangelho. Alguns pesquisadores defendem que Judas continua sendo vilão nesse texto, embora seja um vilão mais trágico porque, mesmo recebendo todo o conhecimento secreto da boca de Jesus, ainda assim o trai. O debate certamente vai continuar por um bom tempo.

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Vídeo: DNA da corrupção https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/03/17/video-dna-da-corrupcao/ https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/03/17/video-dna-da-corrupcao/#respond Thu, 17 Mar 2016 10:27:41 +0000 https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/files/2016/03/dirceu-180x120.jpeg http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/?p=3478 Este é o terceiro vídeo do nosso canal do YouTube, gentil leitor! Confira abaixo. Para deixar o conteúdo acessível para leitores com dificuldades de audição, segue logo abaixo do link do vídeo uma versão por escrito.

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Elen síla lúmenn’omentielvo — uma estrela brilha sobre a hora do nosso encontro, senhoras e senhores, meninos e meninas, amantes da ciência de todas as idades! Estamos de volta com mais um videopost no canal Darwin e Deus no YouTube. O tema hoje é coisa séria: corrupção.

A gente vive ouvindo dizer que o problema da corrupção no Brasil é histórico e cultural: o pessoal não tem vergonha de enfiar a mão grande no dinheiro público desde a época das caravelas, supostamente. Uma das grandes questões a respeito do tema é justamente essa: será que um clima geral de corrupção num país — quando a gente sabe que os políticos vivem fazendo o que não devem, quando há sérias dificuldades de punir os culpados na Justiça, quando todo mundo faz de tudo pra sonegar imposto etc. — realmente faz com que as pessoas, individualmente, acabem se comportando de um jeito menos ético?

Bom, pesquisadores tentaram responder essa dúvida experimentalmente, com experimentos de laboratório mesmo, e hoje eu quero contar o que eles descobriram.

O trabalho é de Simon Gächter e Jonathan Schulz, ambos da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, e saiu na revista científica “Nature”, que é uma das mais importantes do mundo. Eles conseguiram recrutar um mundaréu de gente pra participar: 2.568 voluntários de 23 países diferentes (infelizmente não havia brasileiros na amostra), estudantes, com idade média de 22 anos e de ambos os sexos.

O sofisticado equipamento usado no estudo. Tipo, sério, foi só isso mesmo -- um copinho, um computador e um dado (Crédito: Reprodução)
O sofisticado equipamento usado no estudo. Tipo, sério, foi só isso mesmo — um copinho, um computador e um dado (Crédito: Reprodução)

O experimento em si era ridiculamente simples: pegue um dado normal de seis lados (quase igual a este meu dado de RPG) e jogue-o dentro de um recipiente opaco, como esta caneca. Faça isso duas vezes, mas anote apenas o PRIMEIRO resultado e passe esse dado pros pesquisadores. Se você tirou 1, ganha R$ 1; se tirou 2, ganha R$ 2 — e assim por diante até tirar 5. Se tirar 6, você não ganha nada.

Isso significa que, se todo mundo for honesto, em média as pessoas vão ganhar R$ 2,50 e, se mentirem sempre, vão ganhar em média R$ 5.

O grande lance agora são os gráficos dos resultados reais que você está vendo. Os países da amostragem foram divididos em dois grupos de acordo com um índice de honestidade nacional, digamos, que leva em conta o seguinte: frequência de fraudes políticas no país, estimativas de sonegação de impostos e índice de corrupção do Banco Mundial. Quem está bem nesse índice ficou marcado com a cor verde — países como a Alemanha, a Suécia e a Áustria. Quem está mal ficou com a cor roxa — temos aí nações como Marrocos e Tanzânia.

Em verde, a média dos países de baixa corrupção institucional e, em roxo, o de alta corrupção institucional. A média "honesta" deveria ser 2,5, mas em ambos os tipos de países fica acima de 3 (Crédito: Reprodução)
Em verde, a média dos países de baixa corrupção institucional e, em roxo, o de alta corrupção institucional. A média “honesta” deveria ser 2,5, mas em ambos os tipos de países fica acima de 3 (Crédito: Reprodução)

A primeira mensagem desse gráfico geral é que, tanto nos melhores quanto nos piores países, ninguém é santo e ninguém é o capeta. Repare que tem essa linha reta na diagonal, a reta inteiriça, que seria a honestidade perfeita. Em nenhum lugar ela foi atingida pela média da população. Por outro lado, em nenhum lugar temos a desonestidade completa — ela seria essa linha pontilhada do gráfico.

Mas, de fato, como a gente vai ver em mais detalhes, os países com instituições mais corruptas e economia mais corrupta também são os que têm pessoas menos confiáveis.

Acho que a comparação mais legal é entre a média das pessoas de cada país que eram totalmente honestas (a julgar pela proporção delas que afirmou ter tirado 6 nos dados, ou seja, sem ganhar nada) e as totalmente desonestas (as que disseram ter tirado 5 quando a probabilidade era tirar menos). Veja esses gráficos, lembrando que na horizontal a gente tem o nível de desonestidade do país e, na vertical, a porcentagem de pessoas primeiro totalmente honestas e depois totalmente desonestas.

No alto, os países com maior proporção de pessoas totalmente honestas; embaixo, os com maior número de desonestos (Crédito: Reprodução)
No alto, os países com maior proporção de pessoas totalmente honestas; embaixo, os com maior número de desonestos (Crédito: Reprodução)

Veja que a gente tem um predomínio dos europeus na proporção de totalmente honestos, na faixa de 80% a 70%, mas a Malásia está um pouquinho acima da Áustria. E, aliás, a proporção dessas pessoas é tão baixa na Itália quanto na China ou na Colômbia – menos de 30%!

E a coisa fica ainda mais complicada entre os totalmente desonestos — veja que os números são bem embolados mais ou menos entre 20% e 10%.

Proporção de totalmente desonestos em cada país. Veja como a coisa é bem mais embolada (Crédito: Reprodução)
Proporção de totalmente desonestos em cada país. Veja como a coisa é bem mais embolada (Crédito: Reprodução)

Um detalhe importante, óbvio, é que a gente não tem como saber com certeza onde o Brasil se encaixa. O país mais parecido com a gente na amostra é a Colômbia, com a qual, aliás, a gente mais ou menos empata no nível de corrupção estimado pelo Banco Mundial.

Alguns elementos pra gente resumir essa bagunça:

1)Sim, instituições e história fazem diferença — em média. É simplesmente mais difícil ser honesto num país em que a corrupção está entranhada na maneira como as coisas funcionam;

2)Por outro lado, exceções são possíveis, pro bem e pro mal — veja o caso da Malásia e da Itália;

3)Se você quer fazer a diferença, sim, exija políticos honestos — mas não se esqueça de que é preciso lutar por um sistema político e econômico que dificulte a desonestidade deles, sem falar na obrigação de todos nós de agirmos com correção na vida privada. Se ninguém topar pagar propina, político corrupto morre de fome.

Difícil? Pra caramba, sem dúvida. Mas não impossível.

Um beijo carinhoso, fiquem com Deus e até a próxima!

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