Dr. Church e a Igreja da Ressurreição
O ritmo do jornalismo e o da vida normal muitas vezes — para não dizer quase sempre — não coincidem. Há algumas semanas, saí correndo atrás de cientistas importantes que pudessem falar comigo sobre os 60 anos da descoberta da estrutura do DNA. Uma das tentativas falhou quando eu precisava — não consegui falar com George Church, geneticista da Universidade Harvard e do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Só agora Church arrumou um tempinho para responder, e foi breve, mas deixou no caminho uma pequena pérola que eu acho que é relevante para este blog.
E daí chegamos à brincadeira no título do post, não só porque Church quer dizer “igreja” em inglês, mas porque o pesquisador tem sido um dos defensores da ideia de “desextinção” — trocando em miúdos, de trazer de volta espécies extintas com a ajuda da magia da biologia molecular. É como dizer a um mamute: “Lázaro, vem para fora!”.
Em princípio, seria possível fazer isso analisando o genoma dos mamutes — coisa da qual já dispomos, embora com uma série de erros e trechos fragmentados, o que, aliás, também vale para nossos primos extintos, os neandertais. Usando esse conhecimento, alterar-se-ia o DNA de um elefante asiático — parente mais próximo dos mamutes ainda vivo –, colocar-se-ia o embrião na barriga de uma fêmea da espécie atual e pronto.
A minha pergunta original era o seguinte: será que não estamos a anos-luz de distância da capacidade de manipular genomas suficiente para conseguir esse feito prometeico? Não me parece exatamente brincadeira de criança. São bilhões de letras químicas diferentes para controlar, e um monte de coisa pode dar errado, afinal.
Church me respondeu dizendo que as capacidades de manipulação precisa do DNA andaram avançando muito nos últimos tempos. E emendou:
“Em segundo lugar, não precisamos mudar cada um dos pares de bases [as “letras” do DNA] para atingir objetivos bastante significativos. Por exemplo, talvez com umas poucas dezenas de alterações, poderíamos fazer com que os elefantes se parecessem suficientemente com os mamutes para ajudar a salvar a tundra [ecossistema típico do Ártico, formado por gramíneas, musgos, líquens e árvores esparsas]. Os mamutes ajudavam a manter a tundra russa e canadense fria comendo grama morta, o que permitia que o Sol alcançasse a grama de primavera, cujas raízes profundas impedem a erosão; derrubando árvores que absorvem a luz do Sol; abrindo caminho pela neve, que tem um papel de isolante térmico, de maneira a permitir a penetração do ar frio no solo. Se a tundra derreter, poderá liberar mais gases do aquecimento global do que se todas as florestas do mundo fossem incendiadas. E caçar mamutes árticos me parece menos provável do que caçar elefantes africanos”.
Trocando em miúdos, vamos recriar os mamutes para salvar o mundo do aquecimento global.
Sinceramente não sei como reagir a esse tipo de ideia. A estratégia é ousada, os objetivos são nobres, mas o principal pressuposto por trás dela é a confiança de que uma intervenção humana é capaz de controlar toda a miríade de variáveis que engloba a interação dos seres vivos entre si e com seu ambiente. É meio estereótipo, mas o que vem à mente é uma palavrinha grega difícil de traduzir: “hýbris” — um misto de arrogância, exagero e, como diríamos hoje em dia, “sem-noçãozice”. E vocês, o que acham?
respondendo a pergunta com outra:
As renas, caribus e outros ruminantes árticos não comem esta grama e abre espaço para a grama de primavera?
Estes ruminantes não tomaram para sim este papel dos mamutes?
Também fico me perguntando sobre se a natureza não arrumou um jeito de compensar a perda do mamute, assim como compensou a perda do equivalente das Américas ao guepardo, promovendo o controle da superpopulação de antilocapras por meio de lobos, águias e outros animais que souberam lidar com a alta velocidade do artiodátilo em questão desenvolvendo táticas que não existiam outrora.
Meu caro.
La pelos tantos séculos passados, um certo senhor, até então conhecido apenas em restritos meios científicos d’então, surpreendeu o mundo ao defender que a Terra girava em volta do Sol e não o contrário como se acreditava.
Foi julgado, subjugado e calado para o resto dos tempos, inclusive nos dias atuais. Outro foi Darwin, com sua teoria da evolução. Caro amigo, arrogância, exagero, medo e comodismo são irmão de mesmo pai e mãe. A ciência caminha, qual direção irá tomar, o que resultará? Face um simples click em seu smartfone 4G e navegue pela internet a partir de seu automóvel equipado com GPS, depois de sair de uma clinica onde fez uma ressonância magnética e encontrará suas respostas.
O smartphone 4G não funcionará justamente nos locais que mais se precisaria deles, o GPS poderá levar o sujeito até uma favela e ser vítima de uma bala perdida e a ressonância magnética, muitas vezes pedida sem necessidade, poderá matar o sujeito por injeção de contrastes ou inadequados ou por reação alérgica. Bela tecnologia, ahm?
Bem meu caro Reinaldo, com a tecnologia atual acho impossível, assim como o teletransporte.
Mas essa é nossa impressão hoje. Pode até soar como absurdo ou rídiculo. É uma pena que não possamos conhecer a tecnologia do século XXX e ai voltarmos a tais possibilidades. Quem sabe o que será ou não possível neste século futuro?
Não é impossível não. Já este sendo feito e o mamute será só o primeiro. Me parece que foi escolhido por conseguirem mais visibilidade com um animal enorme, e por terem o primo asiático para contribuir como barriga de aluguel do embrião modificado.
Sendo um sucesso esse experimento conseguirão chamar a atenção mundial e consequentemente dinheiro para mais pesquisas. Por isso tantos bancos de DNA de espécies em perigo hoje em dia são criados em todo o mundo.
Na minha modesta opinião este artigo não passa de uma criatividade ociosa.
Acho que é próprio dos cientistas sempre buscarem respostas alternativas pois não acreditam em Deus. Acham que sabem e podem mais do que ele. Só que, apesar do livre pensamento de cada um, ele impõe um limite onde não se consegue descobrir mais nada. Ou seja, o limite que ele nos impõe é a morte e disso ninguem escapa – nem os cientistas – que sempre contradizem a existencia de Deus.
Chegará o dia em que o homem só morrerá por sua vontade. E nesse dia quem morrerá será deus.
melhor aguardar sentado por esse dia … porque de pé cansa ….Deus é o Autor e dono da vida…
ainda mais com o numero de doenças crescendo em PG e as curas crescendo em PA..
Isso me lembra: “trouble rather a tiger in his lair, than a sage with his books.
Tradução grosseira: é melhor você incomodar um tigre em sua toca que um sábio entre seus livros.
Seria interessante ver alguns mamutes circulando por aí, deixará claro, que quem está com a palavra é a Ciência.
manipular coisas existente é legal mas seria interessante criar coisas apartir donde não existe e depois manipular o objeto criado ,todo ser tem DNA isso significa que para qualquer ser existir o DNA tem q existir primeiro e todo completo com sua fabrica de clonar chamada RNA sem isso não ha vida indo mais alem isso tambem significa q a historinha que se ler em genesis na biblia esta mais q certa ,é como aquele ditado quem veio primeiro o ovo ou a galinha ? ha mas não pode se esquecer do galo ja q sem o galo não ha pintinho ,DEUS cria todos os seres ja grande com seu DNA e capacidade de reprodução e macho e femea entre outros tipos etc etc etc isso mais alem o DNA que é na verdade uma maquina molecular de formação de seres esta motando sobres um conjunto de atomos que um esta muito longe do outro ja q atomo é mais espaço que preenchimento então como é possivel algo q esta distante formar moleculas ou um DNA que dentro tem as fractais que consiste numa organizão incrivel para os ceticos tudo isso esta vindo do nada como se o nada existisse
Parece que ele não se importa muito se é um mamute autêntico e contenta-se apenas que se pareça com um, ou seja, um híbrido.
Na realidade, o que pode ser garantido não são só as espécies do passado. À medida que mais animais atuais correm perigo de extinção e têm seus códigos armazenados de forma eficiente com as técnicas de congelamento, são esses que podem mostrar se a efetividade da técnica é real. Mas com essa possibilidade de clonagem perfeita teremos um paradigma. Digamos que, daqui a alguns séculos, ressuscitar uma linhagem extinta seja uma prática corriqueira nos laboratórios, de forma industrial. Isso daria a nós humanos a sensação que realmente estamos no controle e a manipulação das espécies seria ainda maior, um problema ético novo, pois poderiam planejar acabar com uma floresta inteira e guardá-la num banco de dados digital para aproveitar o espaço vago sabe lá pra que, construir cidades, plantar, minerar… Já que tudo poderia ser ressuscitado.
Aliás, isso se encaixaria perfeitamente nos sonhos de colonização interplanetária.
Se for para resolver o problema do aquecimento global que nunca existiu, talvez não dê certo.
Caro Neco há ai uma contradição. Ora, que sentido faria o “criador” nos disponibilizar um cérebro para pensar se ele impõe ao mesmo tempo uma espécie de “trava” que o impede de raciocionar. Não é que os cientistas, parece mais uma conspiração ateísta, procura alternativa a Deus. Ele simplesmente usa o conhecimento. Será então que a medicina enganando a morte é um sacrilégio?
Bravo!
Caro Osvaldo, perdoe-me, mas não entendi seu longo discurso sobre ADN E RNA.
Segundo programa da BBC esta semana (O que você precisa saber sobre ciência) tal experimento de recriar o Mamute está avançado e não devemos estranhar se o filhote for apresentado já em 2016.
Utilizando-se DNA sintetizado em laboratório já foi possível se criar bactéria sintética, idêntica á original. É o primeiro passo para se conseguir criar um ser vivo sintético. Quem sabe daqui há 200, 300 anos já não teremos seres vivo criado em laboratório. A largada foi dada…
Correção: não é o DNA que é sintetizado e sim um determinado gene, o qual é injetado numa bactéria já existente. Ainda estamos um pouco longe de criar algo inteiramente sintético
Reinaldo e galera. Preocupa-me a legitimidade (porque assumida pela pessoa) da crença na existência divina, sintomaticamente manifestada por pessoas esclarecidas nas colunas de comentários deste blog, mas crença carente de fundamentos, a não serem os frágeis e toscos fundamentos dos saberes tradicionais rudemente abalados já há alguns séculos e destroçados como por um tsunami devastador de Darwin para cá, pelo desenvolvimento avassalador das comunicações. Como não é só de pão que vive o homem, as massas estão expostas à exploração mais diversa, a começar pela exploração mais antiga desde que a humanidade vem se aparelhando com a escrita há apenas 60 séculos: a exploração da credulidade humana desde cedo despertada, com que a pessoa legitima depois, sem bases sólidas, sua crença na existência divina, vida a fora.
melhor do q viver distante de Deus .. Deus não veio pra quem não precisa dele…
Agora falou tudo: “Deus não veio pra quem não precisa dele…”
Como não preciso, e muita gente esclarecida não precisa, por que vocês que precisam não aproveitam e deixam o resto de nós sossegados, sem essa encheção de saco característica dos fanáticos?
o blog se chama Darwin e DEUS… o sr ainda não percebeu ??? eu percebi que meus posts incomodam MUITISSIMO os srs .. mas não se preocupe… ELES VÃO PERSISTIR !!!!
Mesmo pra quem não precisa deles? Decida-se. Uma hora fala uma coisa, depois fala outra…
Mente perturbada!
o nome do blog é esse meu amigo …e tamo aqui pra defender Deus… apesar do sr não precisar dele… agradecido pelo elogio … igualmente !!!
Fundamentos, bases sólidas, evidências, ou seja lá o que for, se baseiam em nossos sentidos. Uma hipotética terra só de cegos, por exemplo, teria evidências, bases sólidas ou fundamentos sobre a existência das estrelas e galáxias? O máximo que eles poderiam concluir seria pela existência de algo acima deles (sol e lua) devido à claridade gerada ou o aquecimento (no caso do sol).
Por outro lado, temos um sentido adicional, inexistente em qualquer outro ser vivo, que é chamado de consciência, sentido esse (exatamente como os outros tradicionalmente conhecidos) que é mais apurado em determinadas pessoas e menos (muito menos) em outras.
Como você pode ter certeza que SÓ os humanos tem consciência de si próprio?
Estudo já demonstraram que além de primatas, cetáceos também tem consciência de si como indivíduos, principlamente golfinhos. Até polvos e as lulas gigantes podem ter esse tipo de inteligência e até de comunicações complexas.
Ricardo, o conceito exato do que seja consciência ainda é muito discutido, mas aí está justamente um exemplo da fraqueza do argumento ‘bases sólidas, evidências ou fundamentos’ aqui apresentado. Sua pergunta vem exatamente ao ponto. Sabemos que a consciência existe e é espacial para nossa espécie, mas há fundamentos ou bases sólidas para a mesma em relação aos seres humanos, uma vez que poderia estar presente em animais ou até mesmo em sistemas cibernéticos?
a recriação dos mamutes pode até ter efeito amenizador no aquecimento global, pois do jeito q está a situação qq ação é benvinda…
porém ESTÁ MUITO LONGE DE RESOLVER O PROBLEMA CAUSADO PELO CONSUMO MEGALOMANO VICIADO AVASSALADOR QUE JÁ DOMINOU O PLANETA… resolver agora depende de o ser humano tomar consciencia de seu empenho auto -destrutivo
Comece dando exemplo. Desligue o computador, recicle ele, mude-se para algum lugar isolado, comece a viver de agricultura de subsistência, etc…
Porque, se você continuar a viver em cidade, usando eletricidade, comprando no mercado, usando agua encanada, andando de carro, ônibus, metrô… desculpe mas isso é consumismo. Se você disser que isso não é consumismo então quem determina o que pe consumismo pra mim, pra você, pro Reinaldo, etc…? A bíblia?
ISSO mesmo … A BIBLIA !!! E não posso desligar meu computador … preciso dele pra postar no blog …se está MUITO INCOMODADO.. procure um blog intitulado DARWIN E DARWIN E DARWIN E DARWIN E DARWIN E DARWIN E DARWIN ,,,,
Mas explica:
Quem determina o que é “consumo megalomano”?
Tenho carro zero… isso conta como consumo megalamano? E se tivesse carro velho? to perdoado?
Tenho que usar minha camisa até estragar ou posso comprar mais uma?
Comer doces é consumo megalomano? Só deveria comer frutas que plantasse?
fique com essa duvida … faz bem pra alma …
Putz… você é a maior comédia deste blog… kkk
As vezes acho que o Reinaldo contratou um humorista profissional pra alegrar as discussões aqui… ou então pegou algum surtado de clinica psiquiátrica.. hahahaha
Só fala coisas sem sentido… Queria uma peteca desse beck que você fuma!
kkkkkkkkkkkkkkk
agradecido pela consideração… se bem q sua avaliação sobre a minha pessoa não é considerada no caso ..
Também acho que estamos ANOS – LUZ para fazer tal manipulação com maestria, e sendo assim, concordo com que o RLOPES.
Diria até mais, diria que o tal CHURCH está realmente iludido, achando que (por mais que tenhamos realmente avançado nesse assunto) já podemos manipular o genoma com MAESTRIA.
Não conseguimos nem resolver problemas com células tronco, nem com câncer, nem com AIDS, o que dirá, recriar um ser que já existiu.
O senhor Church deveria ir para a CHURCH encontrar um pouco mais de humildade… ^^