Feliz aniversário, Museu Nacional!

Reinaldo José Lopes

Eu sempre me sinto de volta ao comecinho do século 19 quando tenho a boa sorte de entrar na Quinta da Boa Vista, no Rio, e transpor os umbrais (só para manter a linguagem de época) do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O antigo palácio de Dom João VI é uma espécie de templo da paleontologia nacional. A boa notícia é que, prestes a completar 195 anos de existência, o lugar resolveu presentear seus visitantes com uma programação especial.

Citando o comunicado que acabei de receber:

“O destaque fica por conta da abertura da exposição A (R)evolução das Plantas que, pela primeira vez, expõe os fósseis da Coleção de Paleobotânica do Museu Nacional/UFRJ. A exposição mostra a evolução das plantas e as mudanças climático-ambientais do planeta ao longo do tempo geológico e contará com material especial para pessoas com deficiência visual, como catálogos em braile e áudio-livros.”

Fofo demais. Mas, cá entre nós, não perca a exposição de dinossauros e pterossauros, vários deles descritos pelo pesquisador prata-da-casa Alexander Kellner, e procure também o mastodonte-bebê — meus favoritos.

Abaixo, a programação completa.

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OFICINAS E EXPOSIÇÕES (5, 6 e 7 de julho)

 

Os Insetos

Exposição da diversidade de espécies existentes e oficina evidenciando a importância de seus aspectos biológicos.

 

Onde Tudo Começou

Atividades lúdicas no ensino de ciências com as crianças, professores e o público em geral. Exibição de telas com reproduções das pinturas rupestres do estado da Bahia e oficina de escavação, atividades de colorir, caça palavras e liga pontos.

 

O Egito no Museu Nacional: as coleções arqueológicas dos Imperadores D.Pedro I e D.PedroII

Apresentação de réplicas de peças da exposição e atividades envolvendo hieróglifos e caça palavras.

 

Conhecendo os Besouros

Exposição de besouros em que o visitante pode analisar e compreender um pouco mais a respeito desses insetos, além de sua diversidade, biologia e hábitos alimentares.

 

Você sabe o que é polinização? – Um pouco sobre a reprodução das plantas

O visitante é convidado a conhecer o papel das flores na natureza e a conhecer suas características em detalhes por meio de lupas. Também serão realizados jogos em equipes e oficina de origami.

 

Quem é esse Dinossauro?

Exposição de Paleoarte do Paleoartista Maurílio Oliveira, com réplicas e fósseis de dinossauros, atividades de colorir e jogo recreativo de encaixe sobre a imagem doMaxakalisauros topai. Exibição de vídeo do projeto “Dinos Virtuais” e oficina de modelagem virtual.

 

Bichos para ver, tocar e aprender! – A Coleção Didática para empréstimo da SAE

Os visitantes encontrarão uma grande variedade de animais conservados em meio líquido e taxidermizados, que encantam crianças, jovens e adultos.

 

Homenagem ao Centenário do Professor Luiz Emydgio de Mello Filho – SEMEAR

Exposição de documentos como cartas oficiais e publicações científicas e exibição de vídeo sobre a história do botânico.

 

Ornitologia: o estudo das aves

Monitoria na sala de exposição de Aves do Museu Nacional.

 

Projeto Ciência até os ossos

Ciência através do estudo dos esqueletos humanos.

 

VISITAS MEDIADAS (6 e 7 de julho) – Até 20 pessoas por grupo

 

Herbário? O que é isso?

Visita mediada ao herbário e oficina de montagem de exsicatas.

10h30 e 13h30

 

Visitas Mediadas ao Horto Botânico

Visitas mediadas pelas trilhas do Horto do Museu Nacional.

10h e 14h

 

Visita ao Palácio de São Cristóvão

Os visitantes terão a oportunidade de aprender mais sobre a história do Museu, que começa ainda na época de D. João VI (em 1818) e vai até a atualidade.

11h e 14h

 

Paleontologia

Visita às exposições com foco nas pesquisas realizadas no Brasil em Paleontologia.

Dia 6 – 10h e 14h

Dia 7 – 10h  

 

SERVIÇO

195 ANOS DO MUSEU NACIONAL

5, 6 e 7 de julho de 2013

Museu Nacional/UFRJ

Quinta da Boa Vista

Bairro Imperial de São Cristóvão

Rio de Janeiro

Aberto de 10 às 16 horas

Entrada franca

Telefone: 21 2562-6906 

Comentários

  1. O bom e velho Museu Nacional, onde fui tantas vezes até quase meus 22 anos, pois morava praticamente ao lado da Quinta da Boa Vista, meio q “quintal de casa” para mim. Essa Instituição merecia um melhor tratamento por todos. Cairia muito bem, por exemplo, ser “adotada” para valer por uma grande empresa não estatal.
    A propósito, ele foi Palácio não só de Dom João, mas também dos Pedros.

  2. Campos de Iaru, Jardim do Edem e os 195 anos do Horto do Museu Nacional. Esse post pode ser uma das maluquices do Reinaldo, a quebrar a alta da temperatura do blog, como às vezes ocorre. Campos de Iaru ? Sim. Era o destino final dos justos do antigo Egito ao alcançarem a imortalidade. A crença no Antigo Império era a de que só o faraó os alcançava, de acordo com o texto das Pirâmides. No Médio Império, os nobres. altos funcionários e pessoas de posses, julgados justos, passaram a acreditar que também poderiam atingir a imortalidade nos míticos campos de Iaru, de acordo com o Texto dos Sarcófagos. Finalmente, no Novo Império, abriu-se espaço para a crença de que todos os egípcios justos poderiam alcançar a imortalidade nos Campos de Iaru, de acordo com o Texto dos Mortos: era a democratização da crença na imortalidade post mortem e um passo antes da crença da tradição judaico-cristã na imortalidade universal da alma (ou “bá” das crenças do Egito antigo. Durante o Novo Império, educado na corte do faraó, de acordo com o Antigo Testamento, Moisés saiu-se com o mítico Jardim do Edem, feliz berço da humanidade e de que foi expulsa para este vale de lágrimas, a Terra, por ter permitido a infiltração do pecado na criação, de acordo com a Bíblia em geral.
    E o Horto do Museu Nacional lembrado pelo Reinaldo ? Sim. Nada mítico, o Jardim Botânico, ao contrário do Jardim do Edem e dos Campos de Iaru é um jardim bem real. A programação comemorativa de seus 195 anos é para que o convidado veja onde viceja flagrante e vibrante as marcas da onda evolutiva aqui ocorrida cujas cristas são o percurso diverso das espécies e cujo colo esconde as extintas ou seus elos perdidos.

  3. o museu nacional é o máximo! qdo fui lá fiquei bastante impressionada, principalmente pq tinha uma ossada de baleia que era de tirar o fôlego. ao mesmo tempo, fiquei chateada com a falta de cuidado. não tinha um programa impresso bonitinho, ninguém sabia muito bem dar informação… espero que isso tenha melhorado, pq lá é mesmo um lugar incrível.

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