Francisco e Copérnico
Ainda estou meio zonzo da maratona que foi acompanhar a visita do papa Francisco ao Brasil e ajudar meus colegas desta Folha a analisar, no site e na edição em papel, vários dos discursos do sumo pontífice . (Coube-me até fazer um pequeno histórico da visão da teologia católica sobre a homossexualidade após as surpreendentes declarações do bispo de Roma em seu voo de retorno à Itália.) Esse foi um dos grandes motivos do meu sumiço do blog nas últimas semanas — seja lá o que se ache sobre Francisco, acho que todos podemos concordar que sua retórica dá pano pra manga.
Retomando os trabalhos por aqui, queria chamar a atenção para um detalhe quase imperceptível, uma metáfora científica no discurso de Jorge Mario Bergoglio (na verdade, a primeira de ao menos duas que notei; em sua fala aos bispos brasileiros, ele também assinalou que a humildade “está no DNA de Deus”). É no mínimo curioso ver o papa dizendo que a fé produz uma “revolução copernicana” porque “nos tira do centro e o restitui a Deus”.
“Copernicana”, vocês se lembram, refere-se ao padre polonês Nicolau Copérnico, o sujeito que formulou a hipótese de que o Sol, e não a Terra, estavam no centro do Universo conhecido. Copérnico não foi censurado pela Igreja na época, mas seus seguidores, como Galileu, chegaram a passar maus bocados nas mãos da hierarquia católica.
Todo esse rolo histórico merece ser tema de um ou vários posts detalhados, mas o que me pareceu legal é como, no espaço relativamente curto de cinco séculos, o suposto significado da revolução copernicada pode ser relido e transformado.
Supostamente, tirar a Terra do centro do Universo seria um jeito de tirar também Deus desse centro, ao menos o Deus que se importa com a história humana e irrompe nela, como se vê na tradição judaico-cristã. Lentamente, porém, os cristãos aprenderam a enxergar um Universo “grande” onde cabia um Deus também “grande”, mas não por isso menos interessado nos assuntos humanos. A revolução copernicana perdeu seu terror para os crentes — desconfio, em parte, porque a própria visão científica de um Cosmos gigantesco tem sua parcela de apelo reverencial, ou religioso, tendo sido construída também, historicamente, por muitos homens de fé, Galileu e Newton entre eles.
A humildade pode der vista no deus Enki, pai de Adapa (Adão), Ninti (Eva) e Noé (Ziuzudra), já no deus de Moisés (Javé/Enlil), não se pode dizer o mesmo, tira-se pelo primeiro mandamento.
Adão e Eva nunca existiram. Seria uma metáfora para os primatas ancestrais? Dificilmente. Mais provável: ninguém sabia nossas origens, alguma estória precisava e foi inventada. Centenas, talvez, milhares de mitos existem sobre a nossa origem. Esse de adão e eva é apenas mais um.
Marcelo, segundo textos das plaquetas sumérias em cuneiforme, Adapa e Ninti representam na evolução o homem de Cro-Magnon.
Sei Júlio, isso seria uma verdadeira revolução científica, não? Mas você acha que isso é suficiente para convencer a mim ou a qualquer outra pessoa que estudou evolução? Digamos que está mesmo escrito nestas “plaquetas”. E daí? Contra isso temos centenas de estudos genéticos, moleculares e uma boa quantidade de fósseis que mostram outra estória.
Para publicar um artigo em uma boa revista científica não basta apenas uma estória. Tudo isso feito nas melhores universidades do mundo, por pessoas que passaram a vida estudando. Um cientista precisa acumular evidências, observações, testar hipóteses, fazer testes, comparar resultados, etc. Depois disso tudo você submete um artigo. Esse artigo vai ser avaliado por outros cientistas e, acredite, não é qualquer cientista que avalia artigos na Nature ou na Science, apenas os melhores do mundo. Apenas depois disso os artigos são publicados. Temos então bons indícios que aquele artigo diz algo relevante. Dessa forma, centenas de artigos mostram que somos apenas mais um produto da evolução como qualquer outro ser vivo.
Mas esse não é o caso das escritas cuneiformes. No dia que publicarem algo em alguma revista científica (que preste) aí você pode nos comunicar.
Engraçado é que nenhuma das grandes revistas explica como o homo erectus adquiriu repentinamente inteligência, e virou o sapiens sabido há 300 mil anos. Te digo mais, o Cro-Magnon é fruto do sexo explicito entre um cara chamado Enki e duas neandertais em Eridu há 110 milanos. Os biólogos só estudam Biologia.
http://cdli.ucla.edu
BOTA FÉ nessa tal evolução Julio !!!
Não sei que “grandes revistas” você anda lendo, mas não houve aquisição “repentina” de inteligência para “virar” sapiens. A inteligência já existia, em um grau bem menor nos Australopithecus. O aumento gradativo do volume cerebral a partir do gênero Homo (habilis, erectus, neanderthalensis, sapiens) indica e evidencia o aumento de inteligência e capacidade de raciocínio mais complexo.
Basta você comparar um bando de chimpanzés e um bando de humanos brigando na saída de estádios de futebol que você vai entender que:
1. as diferenças de inteligência não são tão profundas entre os primos primatas.
2. milhões de anos de pressão seletiva favorecendo os indivíduos mais “inteligentes” nas populações de Homo erectus favoreceu o surgimento de outras espécies (neandertal, sapiens) com graus variados de inteligência maior.
3. Não preciso de ET para entender evolução de inteligência no gênero Homo.
Do pitecus (5 milhões de anos) , habilis, sediba, erectus, até o sapiens há 300 mil anos, só paus e pedras pra caçar. De lá pra cá, metalurgia, agricultura, civilização na Suméria, fomos a Lua e vamos pra Marte. Só não acha estranho quem não quer.
Se você não estudar seriamente e ficar lendo apenas fantasias espaciais, muita coisa estranha você vai achar na vida. Vai ler O povo do lago (Leakey), os livros do Jared Diamond sobre o desenvolvimento das civilizações ou qualquer livro de paleoantropologia.
O desenvolvimento da agricultura pelo sapiens, há uns 10 mil anos, mudou tudo em termos de tecnologia. Essa foi a diferença primordial e foi possível porque sim, sapiens era mais inteligente, e passou muito tempo desenvolvendo inúmeras habilidades de caça e de vida em sociedades complexas, muito antes antes da agricultura. A partir daí ocorreu algo inédito: tempo para muitas pessoas desenvolverem outras atividades porque havia alimentos estocados. O desenvolvimento tecnológico é uma característica de povos agrícolas (basta comparar a tecnologia precária povos caçadores coletores que ainda vivem).
Com tempo livre para tecnologia, religião, artes, política, etc, era apenas uma questão de alguns milênios para chegar onde chegamos. Entre a metalurgia e chegada à lua se passaram milênios, isso não foi de um dia para o outro.
Demorou mais de 200 mil anos para aprender a plantar, e não foi na África , foi na Turquia, Canaã, nos arredores de Balbeek e Göbleki Tepe http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2013/07/1306512-iranianos-estao-entre-os-pioneiros-da-agricultura.shtml É melhor viajar em fantasias espaciais e entender o que aconteceu, do que ficar ilhado na evolução pura e simples.
Então tá Julio, fica com tuas estórias de ET, faça bom proveito, tenta vender o roteiro para fazer o filme Prometeus 2, você pode até ganhar uma grana, ou vender livros para os esotéricos da Chapada, escrever gibis para adolescentes. Convencer o mundo acadêmico, ou qualquer pessoa que estuda o assunto, isso é outra coisa e não vai conseguir.
O tempo é que dirá.
Pretender que Deus deva ser humilde é muito engraçado.
E o pior é que Ele é.
Prova disso é Jesus Cristo, martirizado barbaramente pelos homens, nada humildes, e esquecido e achincalhado joje em dia, por homens nada humildes.
Deus tem muito a ensinar.
Não entendi “bulufas” do que está escrito acima.
Mas vamos ao que interessa. De fato ao observamos a grandeza do Universo, nós, sentimos algo que não sei se é uma reverência ao seu tamanho: alguns apelam para um sentimento religioso diante desse detalhe; outros para a reflexão filosófica, diante de sua imensidão. Bem. Uma coisa é certa. Copérnico, quer queiram, quer não, acabou com o geocentrismo, tirando qualquer privilégio do sistema solar. Darwin deu o segundo golpe, nos tirando qualquer privilégio aqui na Terra. Alguns sentem-se incomodados com isso e outros nada veem do que a realidade do que somos e do que é o nosso sistema planetário no contexto maior do Universo: um nada. Um grão de areia de uma vasta praia. A pergunta que fica é: teria esse grão de areia algum significado especial na vasta praia? Vamos aguardar o desenrolar dos comentários. Cícero, Dalcin, Ap, Elyson?
não me sinto incomodado e me sinto deveras privilegiado
Dizer que somos um nada e nosso sistema planetário também é um nada não me parece uma abordagem razoável. Quantos planetas vc conhece que têm a complexidade da vida na terra? No mínimo somos uma singularidade.
Marcelo, Térsio etc?
Dduid (desabafo de um iludido pelo demonio), a comparacao com o tamanho do universo é irrelevante. Afinal, se o universo for infinito, nao existe escala, e o ser humano nao é pequeno nem grande. Na verdade, frente ao comprimento de Plank, o ser humano é enorme! E frente à vida medias das particulas elementares, a vida humana é enorme também. Finalmente, você tem dez vezes mais neuronios no seu cérebro do que estrelas na Galaxia. E esses neuronois estao conectados em media com 10 mil outros, enquanto que as estrelas nao estao conectadas entre si, nao trasnmitem informacao. Já seu cerebro é capaz de pensar, refletir, escrever, perguntar: algo que nenhma galáxia e nem mesmo om superaglomerado de galaxias pode fazer… Ou seja, quem é ínsignificante? Uma massa de hidrogenio enorme ou algo tao complexo (o cerebro humano) que justamente dá significado às coisas?
Vou recomendar um livro interessante que mostra que essa concepcao de que o humano nada significa porque sua massa é pequena frente à massa do Universo, o que é uma falácia (seria como dizer que uma montanha vale mais que a Mona Lisa porque sua massa é maior). É o livro “Panorama visto do centro do Universo”, do cosmologo Joel R. Primack. Ele mostra que, em certo sentido, estamos sim no centro do universo (basicamente porque, dado que o universo nao tem centro, todos os pontos podem ser considerados seu centro). E dado que somos os unicos entes até agora conhecidos que perguntam qual o sentido do Universo ou se ele nao tem sentido, somos o centro “significante”do Universo…
Outra comparacao interessante é a que temos seis vezes mais neuronios do que existem arvores na Amazonia. E as árvores nao estao tao conectadas assim, e a floresta não pensa (ou talvez processe informacao num nivel animal). Entao, quem é mais complexo? O cérebro ou a Amazonia? Dizer que o cérebro é um grao de areia perto da Amazonia é uma falacia…
Interessantes comparações caro Osame. E o livro assim que puder, procurarei ler. Mas creio que apesar das nossas relatividades – lembra-me muito o documentário potência de dez – a comparação poderia ser estendida a outros seres vivos da Terra, que talvez tenham mais do que nós em quaisquer classificações que por ventura queira citar e nem por isso – os transforma em centros de alguma coisa. Podemos considerar o peso da biomassa; a quantidade de espécies de insetos ou a enormidade de espécies de bactérias que superaram os eucariotas numa proporção, digamos, fantástica. Talvez, e isso por enquanto, podemos relevar a vida. Mas que surpresas ainda nos guarda o Universo para nos citarmos como exemplo? Então a falácia maior é nos vermos como medida de todas as coisas.
O homem decerto não é a medida de todas as coisas, mas tampouco pode ser considerado ‘um nada’. Esse ponto de vista me parece deveras perigoso por não valorizar aquilo que temos de único: a consciência. Se a vida em qualquer de suas formas é rara no Universo, que dizer da vida que é consciente de si mesma e do mundo em que habita, tal como a humana? É raríssima. As revoluções no conhecimento causadas por Copernico e Darwin nos demonstraram que o homem é fruto de processos biológicos extremamente longos e complexos, além de habitar um Universo igualmente complexo cuja origem ainda lhe é desconhecida. Assim, há que se valorizar esta vida e este universo complexos, cujo valor para mim só aumenta quando se imagina que foram obra do acaso e, portanto, são mais raros e improváveis do algo ‘nascido’ de um criador. Quando a ciência aponta seu dedo e diz “O homem é um nada”, acaba por depreciar e desvalorizar a humanidade e o planeta, o que é inaceitável e abre a porta para atrocidades de toda ordem.
A consciência de que não se é o centro de tudo não enseja a conclusão automática de que se é um nada. Muito pelo contrário. Nesta vastidão solitária e escura, onde o acaso predomina, somos ‘algo’ de natureza única. É exatamente por isso que devemos nos respeitar como espécie.
A propósito caro Osame, tenho o livro sim. Só que está na pilha dos para serem lidos. Tenho tantos, que compro mais do que o tempo de vida suficiente para lê-los.
a fé produz revolução copernicana… a religião não…
esse negócio de muda enfase mas não conteudo sobre a doutrina gls revela um show de ambiguidades e falta de firmeza na fé …
É galo, seus comentários são sempre uma chance de ficar calado. Não foi a fé do modo como entende que motivou Copérnico. Mesmo porque dizer que a Terra girava em torno do Sol, contrariava as Escrituras e a religião, ou melhor os dogmas estabelecidos da época. Foi a observação e uma explicação melhor para as órbitas dos planetas sem recorrer a epiciclos, que motivou Copérnico, que aliás errou ao estabelecer um sistema incipiente onde a Terra ainda ficava no centro e os demais planetas orbitavam o Sol e depois a Terra,em círculos perfeitos. Leia mais meu filho.
os insistentes clamores pra ficar calado me deixam com a certeza de estar no caminho certo e postar mais acerca do Caminho..
Desabafante.
Não adianta. O cara é burro demais. Não perca seu tempo.
OLHE PRA TRÁS e verá esse conselho dado trocentas vezes … não adianta … é q nem eletrostática …
de qq modo agradecido pelo elogio … igualmente !!!
Somos arquivos digitais do Plioceno africano, até dos mares devonianos; repositórios ambulantes da sabedoria dos antigos dias… (DAWKINS, 1998).
Tudo o que muitas pessoas acham características únicas da espécie humana, como os fortes laços familiares, a demonstração de sentimentos, a vida social complexa e a habilidade intelectual, também são encontrados em variados graus no mundo dos outros primatas, sim, nossos parentes. São tão evolutivamente próximos a nós em relação aos outros organismos que poderíamos mesmo chamá-los de primos, se nos desarmássemos de nossa arrogância de espécie pretensamente muito distinta. A percepção destas e outras evidências da coancestralidade e da evolução, antes de perturbar nossa paz de pensamento, permite algo essencial para nós: o entendimento de como funciona a vida no planeta Terra. No mínimo, com esta percepção, poderíamos olhar os outros seres vivos e o próprio planeta de outra forma, mais próximos e, talvez, respeitá-los mais por conta disso.
se considerar distinto de um bicho é ARROGANCIA ?????
Galo cumpadi, tava sumido!!
Pois é, é arrogância sim, pois você, eu e todo mundo somos apenas mais uma espécie de macaco, com um cabeção maior em relação aos outros primos macacos, e que usa essa diferença de tamanho do cérebro para fazer algumas coisas boas e, também, um monte de idiotices. E esse macaco cabeçudo se acha muito importante, não é?
acho importante sim sr , o unico dotado de corpo, alma e ESPIRITO !!!!
como você sabe se apenas humanos têm espírito? não me venha com estorinha de bíblia que você sabe que não acredito em fantasias de fadas e duendes e cia limitada.
BEM SIMPLES… são os unicos seres q tem FÉ !!! EXEMPLO … EU !!! não tem na natureza nenhum bicho disposto a ouvir abobrinhas em nome da fé …. em função do que está escrito numa biblia… esse é o DIFERENCIAL …. essa disposição que eu e muuuuitos outros tem … é real como vc v~e aqui no blog e não apenas em estórias da carochinha
fé e idiotice frequentemente andam juntas Galo. Isso não é medida de nada.
não confunda fé com crença, essa confusão frequentemente anda junto da mente evolucionista, recebendo portanto similar adjetivo…
Frango
Crença se divide em 2 vertentes:
A crença em algo evidenciado onde se encontra a objetividade, sendo que aqui incluem-se as ciências. É a crença justificada, que não é mera opinião, mas é conhecimento.
A crença fundada em uma opinião formada ou convicção, onde se encontram elementos subjetivos. Aqui se enquadra a fé.
A fé é a crença em algo ou alguém, sem que haja qq evidência que comprove a veracidade da proposição em causa.
Fé é atitude contrária à dúvida e está intimamente ligada à confiança.
Para a religião, a fé é aceitar como verdade absoluta os princípios relativos a determinada religião.
Assim, podemos estabelecer a fé como uma espécie do gênero crença no que concerne a sua vertente subjetiva.
Fé é a ausência de qq dúvida, o que difere da crença traduzida na forma de conhecimento, onde as dúvidas é que o constroem.
Assim, quando ouvimos absurdos como “acreditar em evolução é ter fé”, é demonstrar, no mínimo, falta de conhecimento do que é a diferença entre conhecimento (crença objetiva) e mera questão de fé (crença subjetiva). É demonstrar que não se tem a menor ideia do que é o método científico ou do que é epistemologia.
Desse modo, pode se dizer que, fé e idiotice geralmente andam juntas.
Exceto naqueles momentos onde vc é um cara otimista que tem fé que as coisas um dia darão certo.
Nenhum cientista tem fé em nenhuma teoria científica; ao contrário são os maiores céticos e querem vê-las destruídas, pois é com a dúvida que se constrói todo o conhecimento.
Na fé a dúvida inexiste. Por essa razão ela apenas gera crença subjetiva e jamais crença objetiva. Ou seja, fé não gera conhecimento algum e, quando mal usada, é uma fábrica de idiotas.
mantenho minha opinião fé >>>>crença .
Joana creio que você não entendeu minhas considerações. Claro que nos vermos como espécie que construiu uma cultura, que faz história, que perscruta o espaço, tanto o micro como o macro, nos consideramos especiais. De fato, como você mesmo disse, quantos planetas conhecemos com vida? No momento nenhum. Mas claro, que em vista da dimensão do Universo, não temos certeza alguma de sermos únicos e de sermos a inteligência suprema no Universo. Não me refiro a algo sobrenatural, como alguns podem depreender de minhas palavras. Então, estamos ainda engatinhando para nos considerarmos a medida de todas as coisas. Mesmo porque a tal inteligência que diz nos fazer especiais, não é um atributo só nosso. E quando falamos em inteligência caímos no mesmo dilema de conceituar o que é vida. E não tenho certeza de que somos inteligentes suficientes em vista de toda a nossa história pregressa. Principalmente ao que estamos fazendo ao planeta, destruindo as condições que permitem nossa existência aqui. Portanto, insisto na falácia de sermos a medida ou o centro de alguma coisa. É apenas uma impressão temporária.
Não sei realmente se temos papa.
Temos um bispo de Roma Francisco, o que não é a mesma coisa que um papa Francisco. Na verdade, em essência, são coisas diametralmente opostas.
De qualquer modo, esse Francisco não me inspira confiança. Começando pelos seus aliados, como o cardeal de Honduras, o Maradiaga, marxista adepto da herege Teologia da Libertação.
E agora, em conluio com o cardeal brasileiro João Braz de Aviz, ele proibiu os Franciscanos da Imaculada de celebrarem a Santa Missa na maneira correta, a Missa de Sempre.
Não bastasse isso, a Jornada Mundial da Juventude teve a administração da Sagrada Eucaristia e copos plásticos. Isto é um tapa na cara.
E muitas outras coisas…
Aconselho-o a entrar em contato com a embaixada do Vaticano, caro o censurado. Para mim não passou de um espetáculo de massas, onde gastou-se muito dinheiro. Mas como gosto de jesuítas, vou relevar. É curioso como cada Papa responde às circunstâncias do momento. Quando unificaram a Itália, o Papa Pio IX declarou-se prisioneiro. Já João Paulo II dizia que a Evolução era bem mais que uma teoria. Na verdade acho que o único homem que realmente deu a real dimensão do Papa, foi Stalin, quando perguntou “Quantas divisões tem o Papa”?
Desabafante.
Não gosto de jesuítas.
Mas gostaria de sugerir que você passasse os olhos sobre meu autor favorito, um jesuíta. Rs. Chamava-se Malachi Martin.
O papa Pio XII tentou salvar o pescoço de Mussolini, pois entendia que ele poderia ser um valioso trunfo para negociar um futuro diferente para o mundo.
Já os aliados, mormente Churchill e Roosevelt, com uma simples canetada, condenaram todo o Leste europeu à escravidão sob o jugo soviético.
É fato. Pena que o papa não tinha divisões…
Fale-me mais de Malachi Martin.
A interpretação de jugo é bastante indefinível. Se ler sobre a mais valia, verá que o capitalismo só é bom para quem seja capitalista. Nunca teve por propósito dividir riqueza e sim concentrá-la nas mãos do capital às custas da mais valia. Mas fique calmo, não sou marxista e nem leninista.
O que deveria ser debatido é a democracia, e não o sistema econômico. Os ingleses e europeu em geral, a praticavam nas metrópoles mas não as aplicavam em suas colônias. Então qual a diferença do jugo soviético?
Não se esqueça que a Rússia foi a que mai sofreu com a invasão alemã e a que a mais perdeu em vidas humanas. Aquele cordão, que Stalin criou foi uma forma de evitar nova invasão alemã. Pelo menos assim pensava. E quem eram os inimigos agora? Os americanos.
Então se formos examinarmos as raízes do século XX, não há santos ou demônios, mas um misto de ambos. Às vezes o herói de um país é o vilão em outro. Veja o caso de Gengis-Khan na Mongólia e como é visto na Europa.
Não sei se o autor sabe, mas na Idade Média, o centro do universo não era o lugar mais nobre, e sim o mais humilde. Essa história de que a Igreja condenou Galileu por causa do heliocentrismo é uma balela.
Sobre esse assunto, sugiro o artigo de C.S. Lewis sobre a cosmovisão medieval, facilmente disponível na internet.
Desabafante.
Sempre haverá uma pirâmide social. E a massa sempre estará na base da pirâmide. Sempre foi assim e sempre será.
O detalhe essencial é que os indivíduos que ascendem ao topo da pirâmide sempre são os piores possíveis. São os indivíduos mais vorazes, que atropelam tudo e todos em seu caminho.
E enquanto o capitalismo não passa de um reles sistema econômico, o marxismo é toda uma cultura, praticamente uma religião, atemporal e globalista. Dessa forma, agem de maneira inexorável no tempo e no espaço, buscando a hegemonia, e como eles mesmos dizem, “hasta La vitoria”. Nada mais lhes interessa. Malachi Martin decifrou esse enigma.
Interessante notar que Marx, Lênin, e Stalin, acreditavam em Deus, embora O odiassem.
Quando Stalin manteve o cerco de quase dois anos sobre a Ukrainia, escravizada sob o JUGO do comunismo soviético, e massacrou de fome cerca de 10.000.000 de pessoas, o monstro riu e disse: quando eles estiverem no auge do desespero da fome e passarem a devorar seus próprios filhos, esquecer-se-ão de Deus mas se lembrarão de mim.
Sempre é bom lembrar que o Ocidente capitalista e democrático virou as costas para essa barbaridade, exposta nas primeiras páginas dos jornais ocidentais muitas vezes.
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/2003/december/documents/hf_jp-ii_spe_20031204_holodomor-ucraina_po.html
https://www.youtube.com/watch?v=OOEohr_2I5w&feature=related
https://www.youtube.com/watch?v=Sxr7SH-OF0c&feature=related
Caro censurado leia sobre a colônia particular do rei da Bélgica, Gongo. Verá que dominar e espoliar faz parte do ser humano. Como já lhe disse somos como Anjos e Demônios, numa só entidade. Mesmo a Madre Teresa ou Gandi tinham suas dúvidas e não eram isentos de defeitos. É como diz o provérbio: De bem intencionados o Inferno está cheio.
ESTÁ MESMO !!! por isso q Cristo é EXTREMAMENTE NECESSÁRIO pra livrar o homem dessa indesejável viagem só de ida …porque TODOS somos BEM INTENCIONADOS ….CRENTES OU DESCRENTES !!!
Desabafante.
Concordo. E você, pelo visto, também concorda comigo. Rs.
Esse é o cerne da questão.
O homem é naturalmente viciado, já que não ouso dizer que seja naturalmente mau. Mas todos os homens estão sujeitos às mais variadas paixões, que viciam vontades e consciências e descambam até mesmo no genocídio.
É por essa razão que a massa tem de ser tangida como o gado que é, com leis, penas e multas.
O problema é a elite. Mormente no mundo não cristão, onde não há freios nem parâmetros para inibir as paixões dos componentes dessa elite governante, os homens mais vorazes e com menos escrúpulos. Sem ninguém, nem mesmo Deus, para se reportar. Então, tudo pode. Quando Deus é excluído do cenário, a peça se torna uma tragédia.
Congo.
Concordo.
As barbaridades que se verificam lá incluem a escravidão no sentido mais literal, aberrantemente exposta aos olhos de todos. E quem se importa? Qual é o movimento branco ou negro que se importa? Ninguém…
http://www.youtube.com/watch?v=u8fhi-PGa_k
http://www.enoughproject.org/blogs/congo-connection-between-slavery-and-conflict-minerals
Caro André não sei se tal questionamento foi a mim dirigido. Se não, me perdoe responder. A questão sobre Galileu não é tão simples assim. De fato a Igreja nada tinha contra o heliocentrismo em si como hipótese, mas a questão era não fugir do aristotelismo e o mundo ptolomaico aceito como verdade pela Igreja Ocidental, com a Terra no centro do Universo. E Galileu perdeu por ofender o Papa Urbano VIII em seus “Diálogos” insinuando que o Papa era um tolo. Por isso ganhou prisão domiciliar e seus livros entraram no Index Prohibitorum. Mas podemos dizer que Galileu foi o primeiro cientista moderno e de certa forma pai da Astronomia pela aplicação do telescópio. Quanto à humildade que ressaltou, ela não foi tão branda assim com Giordano Bruno que morreu na fogueira como herege, por defender a ideia de que o Sol era apenas uma a mais no meio de milhares de estrelas.
E você Galo? É um bem intencionado? Se não… Alô Lúcifer???