A Era da Solidão

Reinaldo José Lopes

Mais uma do mestre Edward O. Wilson. Grifos meus.

“Pense na biodiversidade da Terra, a soma da variedade de seres vivos do planeta, como um dilema envolto em um paradoxo. O paradoxo é a seguinte contradição: quanto mais espécies a humanidade extingue, mais novas espécies os cientistas descobrem. No entanto, tal como os conquistadores espanhóis que derretiam o ouro dos incas, os cientistas reconhecem que esse grande tesouro deve chegar ao fim — e logo. Essa compreensão cria um dilema: ou parar com a destruição em favor das futuras gerações ou, ao contrário, simplesmente continuar a alterar o planeta em favor de nossas necessidades imediatas. Se seguirmos esse segundo curso, o planeta Terra irá entrar de forma negligente e irreversível numa nova era de sua história, designada, por alguns, como Antropoceno, uma era total e exclusivamente dominada pela nossa espécie, com todo o resto da vida transformado em mero acessório. Eu prefiro chamar esse futuro miserável de Eremoceno, a Era da Solidão.”

“Eremos”, em grego — a raiz da primeira parte da palavra — também significa “deserto”. Não sei vocês, mas eu não tenho a mínima vontade de viver durante o Eremoceno.

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