Uma encíclica, dois Franciscos

Reinaldo José Lopes
A capa da futura encíclica. (Crédito: Reprodução)
A capa da futura encíclica. (Crédito: Reprodução)

Já abordamos por aqui a vindoura encíclica do papa Francisco, a primeira da história do papado voltada exclusivamente para a questão ambiental. Bem, o Vaticano acaba de confirmar a data de lançamento e o título do documento. O texto sai no dia 18, próxima quinta-feira, e recebeu um nome pra lá de significativo: “Laudato si'” — “Louvado sejas” em italiano medieval. Hein? Italiano medieval? Sim, porque o papa chamado Francisco resolveu usar como mote um poema composto por seu xará e inspirador são Francisco de Assis, o chamado Cântico das Criaturas, composto por volta de 1220 — é o texto poético mais antigo da literatura italiana.

Sabe aquela música (e aquele filme) “Irmão Sol, Irmã Lua”? É exatamente do Cântico das Criaturas que vem a ideia. Trata-se de um louvor extremamente carinhoso e delicado do Universo e do que existe na Terra, dos astros à água e ao fogo. No mínimo, dá pra dizer que a encíclica começou bem, até porque o subtítulo é “sobre o cuidado com a casa comum” — e “ecologia”, pra quem não sabe, é “o estudo da casa”, do lugar onde vivemos, em grego.

Enquanto a gente aguarda o documento papal, vale a pena conferir este gráfico do Centro de Pesquisas Pew, uma espécie de Datafolha dos EUA. Ele mostra quais os papas mais prolíficos na produção de encíclicas desde o fim do século 19. Para alguém que está no começo do pontificado, Francisco até que anda escrevendo bastante, embora ele dificilmente vá bater recordes, na idade provecta em que está.

Encíclicas publicadas por papado desde o fim do século 19 (Crédito: Centro de Pesquisas Pew)
Encíclicas publicadas por papado desde o fim do século 19 (Crédito: Centro de Pesquisas Pew)

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