SBPC e o busão do futuro
Ao longo desta semana, o campus principal da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) está recebendo o encontro anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a célebre SBPC. O evento é gigantesco, com uma programação científica, de divulgação da ciência e até de negócios que é impossível explorar totalmente. Fiz para a Folha uma reportagem sobre um dos estudos divulgados por lá e pretendo fazer outras. Este post, porém, serve para contar que o evento também me permitiu dar um passeio no que talvez seja o busão do futuro.
Trata-se de um ônibus 100% elétrico desenvolvido pela empresa chinesa BYD e trazido pelo evento pelo pessoal do Parque Ecotec Damha, que abriga empresas de alta tecnologia com enfoque sustentável em São Carlos. (Para quem não sabe, graças à presença da USP e da UFSCar na região, uma fração considerável de cientistas formados na cidade tem criado empresas tecnológicas nas redondezas.)
As baterias do ônibus, feitas de fosfato de ferro lítio, demoram de quatro a cinco horas para serem carregadas e têm autonomia de 250 km. A tecnologia aproveita ainda a energia cinética das freadas para maior economia. As baterias são recicláveis, o que é uma vantagem ambiental do sistema frente a seus concorrentes.
Vamos ao que interessa: como é dar uma volta num ônibus desse tipo?
A resposta curta é: nada muito bombástico. O que, aliás, fala em favor da tecnologia.
Quem viajou alguma vez naqueles velhos trólebus de São Paulo provavelmente se lembra de que eles se comportavam com a agilidade de uma carroça. Não é o caso aqui: o ônibus elétrico chinês manobra com a mesma desenvoltura e velocidade de seus similares com motor de combustão interna.
Tem barulho? Um pouquinho, em parte por causa da pista, em parte pelo sistema de freios, mas nada que se compare ao ronco de um motor a diesel.
Em tempo: a SBPC continua hoje o dia todo, com uma programação especial voltada para famílias e a criançada. Confira aqui. Se você mora na Grande São Carlos (em Ribeirão Preto, Araraquara ou adjacências, por exemplo), vale muito a visita.
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