O tatuzão é nosso
Apesar do estranho e triste caso da cobra de quatro patas (veja aqui e aqui), a paleontologia brasileira não vive só de tragédias — muito pelo contrário, aliás. Foi com imenso prazer que fiquei sabendo da descoberta de um completíssimo exemplar de tatu-gigante numa caverna na região de Iramaia, na Chapada Diamantina, realizada por espeleólogos e pesquisadores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
O bicho de 220 kg pertencia à espécie Holmesina major e foi estudado para a dissertação de mestrado de Jorge Felipe Moura de Jesus, orientada por Marcelo Adorna Fernandes, pesquisador que ajudou a reunir a maior coleção de pegadas fósseis do Brasil na própria UFSCar.
Nosso monstro era, para todos os efeitos, uma versão em grande escala dos tatus bem menores de hoje. Não devemos confundi-lo com os gliptodontes, parentes extintos dos tatus com uma enorme carapaça arredondada, semelhante a um capô de fusca. A principal diferença em relação aos animais atuais era a dieta: o H. major era herbívoro e preferia uma dieta de grama, diferentemente dos insetos e outros pequenos animais consumidos por seus parentes de hoje.
Trata-se do primeiro esqueleto praticamente completo da espécie descoberto até hoje.
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