O menino e Asherah
O jornal israelense “The Jerusalem Post” informa que um menino de apenas oito anos, Itai Halpern, fez uma descoberta arqueológica interessante ao fazer uma caminhada pela zona rural de Beit Shemesh (também conhecida como Bet-Sames, nas traduções da Bíblia em português). O garoto encontrou a cabeça de uma estatueta feminina, objeto característico do território do antigo reino de Judá durante o período do Primeiro Templo (ou seja, antes que Jerusalém e seu templo fossem capturados e destruídos pelos babilônios, em 586 a.C.).
O achado do menino foi anunciado pela IAA (Autoridade Israelense de Antiguidades). Pequenas figuras de mulher parecem ter sido um item quase indispensável nas casas dos moradores do reino de Judá durante a época do Primeiro Templo. Muita gente associada tais figuras ao culto de Asherah (ou Asserá), deusa semita da fertilidade cujos rituais são condenados pelos profetas bíblicos. O mero fato de ser uma estátua, aliás, já contradiz a interpretação ao pé da letra dos mandamentos bíblicos, que proibiam que o povo de Israel e Judá fabricasse imagens.
Normalmente, essas estatuetas têm os seios representados de forma exagerada, o que apoiaria a ideia de rituais de fertilidade/maternidade associados às pequenas figuras, para alguns especialistas. Neste caso, trata-se apenas da cabeça, então não dá para dizer que a estatueta achada pelo menino também tinha essas características.
Itai Halpern disse aos funcionários da IAA que quer ser como Indiana Jones quando crescer. Certamente ter nascido em Israel já ajuda um pouquinho.
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