Piolho-de-cobra-do-bem

Reinaldo José Lopes

OK, eu exagerei nos hífens no título do post, mas é por uma boa causa. Gostaria de me penitenciar publicamente por um de meus pecados de infância: destratar os pobres piolhos-de-cobra (ou gongolos, como dizem os especialistas), bichos que sempre provocavam aquela reação de asco na molecada da minha rua natal. Acontece que uma pesquisa da Embrapa Agrobiologia, no Rio de Janeiro, mostrou que os bichos são ainda mais eficientes do que as minhocas na tarefa de reciclar matéria orgânica no solo, produzindo adubo natural de excelente qualidade.

Os testes da Embrapa estão sendo feitos com o gongolo Trigoniulus corallinus, espécie nativa do Sudeste Asiático que provavelmente já está aclimatada ao solo de várias regiões do Brasil há séculos (uma vez que os portugueses passaram pelos dois lugares na Era das Navegações). Segundo os pesquisadores, os bichos conseguem transformar até papelão em húmus, lidando com pedaços de matéria orgânica mais “grosseiros” do que os encarados pelas minhocas. Testes feitos com hortaliças indicam que o chamado gongocomposto é capaz de levar a uma excelente produção em hortas.

Mais detalhes estão no site da Embrapa. E viva o piolho-de-cobra, minha gente!

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