Textos sobre Jesus foram forjados?
Afinal, será que historiadores e cronistas não cristãos do século I d.C. chegaram a mencionar Jesus ou os textos que chegaram até nós são apenas fraude deslavada? No vídeo abaixo, o segundo de nossa minissérie da Semana Santa, vamos examinar em detalhes três exemplos dessas menções. O consenso entre os historiadores é que pelo menos duas delas são autênticas, o que indicaria que Jesus, embora não fosse nem de longe famoso ou importante naquele momento, era visto como um personagem real, e não como um simples mito. Confira.
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Você pode conferir também o primeiro vídeo da série abaixo.
Este post mais antigo do blog reúne boa parte dos temas que estamos abordando nos vídeos.
E, para finalizar, coloco abaixo os textos originais que estamos examinando nos vídeos.
O primeiro é uma passagem do livro “Antiguidades Judaicas”, de Flávio Josefo:
“Sendo portanto esse tipo de pessoa, Hananias, pensando ter uma oportunidade favorável, pois que Festo havia morrido e Albino ainda estava a caminho [ou seja, os governadores romanos estavam na fase de “troca de guarda” na Judeia], convocou uma assembleia de juízes e colocou diante dela o irmão de Jesus, o chamado Cristo, de nome Tiago. Acusou-o de ter transgredido a lei e o entregou para ser apedrejado.”
O segundo, também de “Antiguidades Judaicas”, primeiro na versão adulterada por cronistas cristãos, com trechos suspeitos marcados em negrito:
“Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio — se na verdade se pode chamá-lo de homem. Pois ele foi o autor de feitos surpreendentes, um mestre de pessoas que recebem a verdade com prazer. E ele ganhou seguidores tanto entre muito judeus quanto entre muitos de origem grega. Ele era o Cristo. E quando Pilatos, por causa de uma acusação feita por nossos homens mais proeminentes, condenou-o à cruz, aqueles que o haviam amado antes não deixaram de amá-lo. Pois ele lhes apareceu no terceiro dia, novamente vivo, exatamente como os profetas divinos haviam falado deste e de incontáveis outros fatos assombrosos sobre ele. E até hoje a tribo dos cristãos, que deve esse nome a ele, não desapareceu.”
E finalmente a mesma passagem, na versão restaurada, que poderia ser a original:
“Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio. Pois ele foi o autor de feitos surpreendentes, um mestre de pessoas que recebem a verdade com prazer. E ele ganhou seguidores tanto entre muito judeus quanto entre muitos de origem grega. E quando Pilatos, por causa de uma acusação feita por nossos homens mais proeminentes, condenou-o à cruz, aqueles que o haviam amado antes não deixaram de amá-lo. E até hoje a tribo dos cristãos, que deve esse nome a ele, não desapareceu.”
Temos ainda este texto do livro “Anais”, do historiador romano Tácito:
“Assim, para fazer calar o rumor [de que ele tinha mandado colocar fogo na cidade], Nero criou bodes expiatórios e expôs às torturas mais refinadas aqueles que o povo chamava de cristãos, um grupo odiado por seus crimes abomináveis. Seu nome deriva de Cristo, que, durante o reinado de Tibério, tinha sido executado pelo procurador Pôncio Pilatos. Sufocada por um tempo, a superstição mortal irrompeu novamente, não apenas na Judeia, terra onde se originou esse mal, mas também na cidade de Roma, onde todos os tipos de práticas horrendas e infames de todas as partes do mundo se concentram e são fervorosamente cultivadas.”
Analiso todos esses textos no vídeo mas, resumindo a ópera, a maioria dos especialistas hoje considera que pelo menos o texto mais curto de Josefo e o de Tácito podem ser usados como evidência histórica da existência de Jesus. Já o texto mais longo de Josefo em geral é visto como uma menção neutra, não elogiosa, à figura de Cristo, que teria sido adulterada por copistas cristãos mais tarde, embora uma minoria significativa de historiadores defenda que a passagem foi totalmente inventada desde o princípio.
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