Jerusalém destruída

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Reinaldo José Lopes

O pessoal da IAA (Autoridade Israelense de Antiguidades, na sigla inglesa), que certamente é uma das equipes arqueológicas mais ocupadas do mundo ao lado de seus colegas egípcios, fez mais um anúncio relevante nos últimos dias: a descoberta de camadas de entulho queimado que parecem estar associadas à destruição de Jerusalém pelos babilônios do rei Nabucodonosor em 587 a.C.

Dá para ler mais detalhes do anúncio da descoberta no site oficial da IAA. Nos trabalhos de escavação na chamada Cidade de David, área que hoje fica próxima à muralha medieval de Jerusalém, eles identificaram uma típica camada de destruição, repleta de carvões de incêndio (daí a cor escura dos sedimentos), fragmentos de cerâmica e até restos de alimentos, como sementes de uva, escamas de peixe e ossos. Também foi encontrada uma pequena estatueta de marfim, retratando uma mulher nua com uma peruca em estilo egípcio.

As características da camada e os cacos cerâmicos associados a ela batem com o que se conhece a respeito do fim do século 6 a.C., justamente o período do ataque babilônico. No vídeo abaixo (infelizmente, em inglês), o arqueólogo Joe Uziel explica mais detalhes do trabalho — acredita-se que as construções escavadas ficassem fora das muralhas de Jerusalém propriamente dita, e ainda não se sabe para que elas serviam.

O achado é importante porque as crônicas babilônicas registram apenas o primeiro cerco de Jerusalém, que aconteceu dez anos antes da destruição definitiva da cidade (em 597 a.C., portanto). Por outro lado, há vários outros indícios arqueológicos do ataque babilônico espalhados pela Terra Santa.

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