Jornalismo de ciência: o buraco é MUITO embaixo
O pessoal do “Fala Ciência”, grande evento de treinamento de comunicação pública da pesquisa científica que costuma ocorrer em Minas Gerais, convidou-me neste ano para falar algumas palavrinhas sobre o estado da arte da divulgação científica. Apesar do gentil convite da colega Léa Medeiros, da UFV, não pude estar pessoalmente lá em Viçosa (MG), onde o evento aconteceu — tinha de ser moderador de uma mesa-redonda com líderes religiosos em São Paulo no mesmo dia, como vocês podem conferir neste link. Falei com eles por Skype ao vivo, mas também gravei este videozinho que sintetiza minhas opiniões sobre alguns pontos importantes desse tema. Confiram.
Para resumir, acho que a situação atual é preocupante não só porque o jornalismo, e o jornalismo científico de maneira particular, sofre uma crise de modelo de negócios e de empregos, mas principalmente porque a gente tem descoberto cada vez mais que a simples alfabetização científica, a compreensão de um conjunto de fatos estabelecidos pela ciência sobre como o mundo funciona, não necessariamente permite que as pessoas tomem decisões mais bem informadas. Em especial em situações de polarização ideológica — como, olha só que beleza, a nossa atual –, tendem a aparecer posicionamentos opostos que ficam mais polarizados com o avanço do conhecimento sobre ciência. Leiam mais a respeito nesta reportagem que fiz recentemente para a Folha.
Ou seja, a gente precisa achar maneiras de abordar a ciência e suas incertezas inerentes de um jeito que escape dessas polarizações contraproducentes. O problema, claro, é como fazer isso. Se eu disser que eu sei o que fazer vou estar mentindo, pessoal.
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