Esqueça a vida eterna congelado, diz biólogo

Reinaldo José Lopes

Nada como ir direto à fonte, não é mesmo? Se você quer saber se a criogenia (o congelamento de corpos humanos inteiros para futura “ressurreição” tecnológica) vai funcionar, pergunte a alguém que realmente estuda corpos congelados que voltam à vida. No caso, um biólogo do Alasca que trabalha com rãs que fiquem durinhas, imóveis, cheias de gelo durante meses, e depois revivem.

Don Larson, da Universidade do Alasca em Fairbanks, é um desses sujeitos. Um estudo dele mostrou que a rã Lithobates sylvaticus chega a alcançar a temperatura de 15 graus Celsius negativos no inverno. Mesmo assim, Larson acha que a criogenia não funcionará em humanos. Confira a pequena entrevista abaixo.

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O sr. acha que os feitos da rã poderiam ser imitados no organismo de uma espécie como a nossa?

Creio que possamos ser capazes de imitar a tolerância ao congelamento em tecidos e órgãos, mas não em corpos inteiros. O problema de congelar e descongelar é que é algo que precisa acontecer rapidamente para impedir danos, e é muito difícil de congelar rapidamente um corpo inteiro.

O que acontece com o cérebro das rãs durante a hibernação? Há alguma diferença de temperatura entre eles e o resto do corpo?

Todo o corpo delas fica na mesma temperatura. Rãs têm cérebros muito simples. Assim como acontece com outros órgãos importantes, como os rins e o fígado, os cérebros precisam ter concentrações mais altas de substâncias crioprotetoras [que impedem danos causados pelo frio] do que outros tecidos com menos vasos sanguíneos.

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