Cavalos modernos ainda têm resquícios de cinco dedos, dizem paleontólogos
A origem dos cavalos é um dos mais famosos exemplos de “livro didático” da evolução de mamíferos: bichinhos pequenos com cinco dedos nas patas que acabaram se transformando nos nobres corcéis de um só dedo – formado pelo casco, é claro – nos dias de hoje. Esse processo evolutivo se deu mais ou menos assim mesmo, dizem paleontólogos do Instituto de Tecnologia de Nova York – mas ainda há resquícios de todos os cinco dedos originais nas patas dos cavalos modernos e de seus primos fósseis relativamente recentes, do gênero Hipparion.
Argumentos em favor da ideia, defendidos por Nikos Solounias e Melinda Danowitz, estão em artigo na revista especializada “Royal Society Open Science”. Os pesquisadores afirmam que pequenas “abas” de osso nas laterais dos metacarpos (ossos das patas equivalentes aos das nossas mãos) corresponderiam aos dedos que foram sumindo ao longo da evolução.
Isso já era aceito no que diz respeito aos dígitos/dedos de número dois e quatro (lembre-se que os anatomistas numeram os dedos do polegar, ou 1, rumo ao mínimo, ou 5, então esses seriam os dígitos equivalentes ao indicador e ao anelar) na parte da frente dos metacarpos. Os pesquisadores propõem que elevações na parte de trás do osso seriam os dígitos 1 e 5. O mesmo poderia ser visto nos fósseis de Hipparion com 8 milhões de anos (com mais clareza porque esses animais ainda tinham três dedos visíveis).
A análise de fetos de cavalos dissecados pela equipe corrobora a ideia: eles possuem uma quantidade bem maior de nervos na região das patas do que os cavalos adultos, sugerindo que a formação “normal” de cinco dedos é revertida durante a gestação para formar o casco. Talvez seja possível achar evidências genéticas de como isso funciona – assim como galinhas ainda possuem genes com a informação necessária para a produção de dentes em seu DNA.
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