Aranha extinta preservada em âmbar tinha “cauda” de escorpião

Reinaldo José Lopes

Você, bela moça ou jovem mancebo que mal consegue ver uma aranha na parede do quarto sem ter um treco, que tal encontrar um exemplar dotado de uma longa cauda que lembra a de um escorpião, como a da foto aqui de cima? Para sua sorte, aranhas desse naipe são coisa do passado remoto – de 100 milhões de anos atrás, mostra uma nova pesquisa.

Fósseis do bicho, preservados em âmbar de Myanmar (Sudeste Asiático), foram estudados por Bo Wang, da Academia Chinesa de Ciências, e por outros pesquisadores. Tecnicamente, a cauda é um télson, e de fato é uma estrutura similar à do apêndice no qual fica localizado o ferrão dos escorpiões (aranhas e escorpiões pertencem ao mesmo grupo, aliás, junto com os ácaros).

Os pesquisadores comparam o télson da aranhinha (que media apenas 2,42 mm) a um chicotinho ou flagelo – o apêndice mede um pouco mais do que o comprimento do corpo do animal. Batizada de Chimerarachne yingi, ela viveu numa época em que aranhas sem cauda já existiam havia bastante tempo. Pode ser que ela seja um representante muito arcaico das primeiras aranhas ou uma espécie de ramo evolutivo colateral que é próximo das aranhas “verdadeiras”, mas não pode ser classificado como integrante do grupo.

De qualquer forma, uma coisa ela tinha em comum com as aranhas modernas: um aparato de produção de seda das teias no traseiro perfeitamente funcional. A descrição das aranhas caudadas está em artigo na revista científica “Nature Ecology & Evolution”.

Em tempo: eu sei que pode ser difícil, mas tente controlar sua aracnofobia. Aranhas raramente fazem mal a humanos e ajudam a controlar a população de insetos e outros invertebrados.

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