O dia em que a gorila xingou o antropólogo (em linguagem de sinais)

Reinaldo José Lopes

Fomos surpreendidos na semana passada pelo falecimento de Koko, a gorila americana de 46 anos que se celebrizou pela capacidade de se comunicar com a linguagem de sinais manuais criada por humanos (a mesma usada por pessoas com deficiência auditiva). Existem muitos relatos sobre o jeito criativo, ainda que bastante rudimentar, com o qual a símia usava os sinais, mas um dos mais interessantes está no livro “Moral Origins” (“Origens Morais”), do antropólogo americano Christopher Boehm. O pesquisador relata seu encontro com a gorila, que tinha um fascínio pelas obturações dos dentes dos humanos e não parava de lhe fazer o sinal de “mostrar dente” porque queria examinar a dentição de Boehm cuidadosamente.

Cansado de ficar de boca aberta, Boehm tentava mudar de assunto, enquanto a gorila continuava sinalizando “mostrar dente”, “mostrar dente”. O antropólogo enfim fechou a boca e não abriu mais. Koko então fez o sinal para… “privada”. É, aquele lugar que a gente usa para fazer as necessidades que ninguém pode fazer por nós. “Ela basicamente me chamou de cocô”, recorda Boehm. Pode um negócio desses?

Que a terra lhe seja leve, querida Koko.

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