Um longo papo sobre jornalismo científico, fantasia, literatura e Tolkien
Já faz vários meses que tive uma conversa muito legal por Skype com o Leonardo Andrade, estudante de jornalismo da UEL, sobre minha participação nas novas traduções da obra de Tolkien, meu trabalho como jornalista de ciência e bons livros de fantasia e ciência. Ficou bacana, creio, então estou compartilhando com vocês — sem edição, porque quem sabe faz ao vivo 😉 Confiram abaixo.
Quem quiser ler o texto editado da entrevista pode acessar o Medium do Leonardo aqui.
Abaixo, um trechinho da entrevista sobre livros de divulgação científica.
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E.F. — O que faz um bom livro de divulgação científica para você? Quais livros você acha que atendem estes critérios?
REINALDO — Não tem receita única, do meu ponto de vista. O que eu vou falar é considerando o que eu gosto de ler, o que me dá fruição. Eu tomei muita porrada no 1499 por causa do humor, mas eu acho que dar risada é um bom jeito de desmistificar alguma coisa e quando você consegue fazer piada de um assunto, é porque você realmente entende como a coisa funciona. Por isso eu gosto tanto do Robert Sapolsky. Outro que é pouco lido no Brasil, o que eu acho um pecado. Ele é um primatólogo e neurocientista. Acho que saíram dois livros dele aqui no Brasil: Por que zebras não tem úlceras? e Memórias de um primata. E ele lançou no final do ano passado um que se chama Behave (Comporte-se), sobre a biologia do bem e do mal, que também está me ajudando muito. É muito bom e muito completo. É um catatau, mas você não sente o tempo passar.
Outra coisa que faz muita diferença é ter conexões multidisciplinares, enxergar o assunto de maneira multilateral. Pegar um fenômeno complexo e, em vez de dizer que “só a cultura explica”, usar o input das ciências humanas e também das naturais para ver a coisa de forma ampla. Acho que é por isso que eu gosto tanto até hoje do Armas, Germes e Aço, do Jared Diamond.