Como a Copa de 1994 ajudou a entender a testosterona

Reinaldo José Lopes

Se você acha que a Copa do Mundo nunca ajudou a ciência, pense de novo. Todo mundo já ouviu falar da testosterona, o mais conhecido hormônio masculino. É uma substância de efeitos complexos e multifacetados no organismo, bastante envolvida em situações de “desafio” — quando um homem se vê na situação de competir por alguma coisa, por exemplo.

Acontece que ela também está bastante relacionada a competições envolvendo grupos, mesmo que de forma totalmente indireta. E foi a histórica final entre Brasil e Itália na Copa do Mundo de 1994, nos EUA (vitória do Brasil nos pênaltis, pra quem não se lembra), que ajudou a revelar isso.

O psicólogo americano Paul Bernhardt e seus colegas saíram coletando saliva de torcedores do Brasil e da Itália antes e depois do jogo. Resultado: o teor de testosterona contido na saliva dos brasileiros subiu depois do jogo, enquanto despencou na saliva dos italianos.

E olha que ninguém estava em campo, é claro. Membros da nossa espécie têm uma capacidade de se identificar com o grupo a que pertencem tão apurada que sentem ter “ganhado” a Copa, mesmo quando não dão um único chute. E isso explica boa parte do lado sombrio — e também do lado luminoso — do que significa ser humano.

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