Passo rapidamente por aqui para dividir com o insigne leitor do blog uma grande, imensa alegria.

A contracapa da nova graphic novel do Astronauta, icônico personagem espacial de Mauricio de Sousa que está sendo reimaginado pelo talentoso roteirista e desenhista Danilo Beyruth, é assinada por este jornalista de ciência que vos fala. Foi um convite do editor Sidney Gusman. O textinho é o que segue:

“O velho Albert Einstein era fã de um negócio chamado Gedankenexperiment, ou “experimento mental”, para quem, como eu, não sabe lhufas de alemão. A semente da sua famosa teoria da relatividade foi plantada quando, um belo dia, ele se perguntou: “O que acontece se eu tentar alcançar, na corrida, um raio de luz?”. As fronteiras da ciência e da ficção científica continuam a avançar desse jeito. Muita gente hoje se pergunta o que acontece se existirem infinitos Universos, com infinitas versões das histórias que acabaram trazendo a gente até aqui. Vamos repetir as mesmas burradas, com pequenas variações, trilhões de vezes? Uma decisão boba, do tipo tomar café com leite em vez de leite com achocolatado agora de manhã, determina o rumo subsequente da sua vida?

É isso o que Astronauta Pereira, o maior herói de ficção científica já criado neste Brasil varonil, está descobrindo na espetacular série de graphic novels saída do cérebro e da pena de Danilo Beyruth. Você está com o quinto (e, graças ao Cosmos, ainda não o último) episódio da saga. Como já tínhamos visto antes, o Astronauta está descobrindo o que significaria, para o bem e para o mal, abandonar sua solidão sideral e se tornar pai. As pessoas à sua volta também estão sendo confrontadas com os impactos surpreendentemente cósmicos de pequenas escolhas, assim na Terra como no céu.

Esse é o outro segredo da ficção científica de primeira grandeza: as traquitanas tecnológicas inventadas só fazem sentido pelo efeito que têm na vida e no coração humanos. Isso, é claro, Mauricio de Sousa já sabia desde a primeira tirinha do Astronauta. Aprecie a jornada.”

É isso. Zerei a vida, meu povo. A graphic novel, em duas versões, chega às bancas agora em setembro.

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