Genoma do rinoceronte-de-sumatra é saudável apesar da população pequena

Querido leitor, diga olá para o Kertam. Ele é um jovem rinoceronte-de-sumatra, membro de uma espécie ameaçadíssima– aliás, o mamífero mais ameaçado do mundo de acordo com algumas estimativas, com menos de uma centena de exemplares ainda vivo. Situação horrorosa, concordo, mas o primeiro estudo feito sobre o genoma completo dos bichos –no qual o DNA do próprio Kertam foi “soletrado”– traz uma pequena boa notícia em meio à desgraça.

Ocorre que, em espécies de população reduzida, existe uma tendência à consanguinidade. Com poucas opções de parceiros, os animais muitas vezes acabam se acasalando com parentes próximos. Isso é péssimo para a saúde dos filhotes, já que tende a concentrar, nos mesmos indivíduos, genes ligados a doenças, malformações etc.

A sorte, porém, é que isso ainda não aconteceu nas populações do rinoceronte nas ilhas de Sumatra e Bornéu (Sudeste Asiático). A equipe da nova pesquisa, liderada por Johanna von Seth, do Centro de Paleogenética de Estocolmo, na Suécia, mostrou que a consanguinidade ainda não afeta significativamente os paquidermes que sobraram, provavelmente porque a perda populacional severa é um fenômeno recente na espécie. Para evitar que o pior aconteça, os rinocerontes-de-sumatra precisam de proteção para que sua população volte a crescer.

O estudo sobre o genoma da espécie está na revista especializada Nature Communications.

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