Meus 20 anos de jornalismo científico completados nesta semana
Pois é, gentil leitor, a idade chega pra todos. Nesta semana, os afazeres e o impacto da micareta ditatorial-genocida me atrapalharam um pouco na pontualidade, mas o fato é que acabei de completar 20 anos como jornalista de ciência, a maior parte deles transcorridos nesta Folha.
Quer ler o primeiro textinho que saiu assinado com meu nome aqui no jornal? Ei-lo abaixo ou neste link. Saiu, veja você, no dia 7 de setembro de 2001.
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Aquecimento antártico foi duas vezes maior que média mundial
REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento da temperatura na Antártida durante o último século foi de 1,2C -pelo menos o dobro da média no resto do planeta, que ficou entre 0,2C e 0,6C, segundo o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática, órgão da ONU).
Parece uma ninharia, mas o aquecimento antártico está modificando radicalmente o ecossistema da região. É o que mostra o estudo publicado pelo britânico David Vaughan e seus colegas do British Antarctic Survey na revista “Science” desta semana. Os pesquisadores ainda não sabem se o problema tem relação com o efeito estufa ou é resultado de mecanismos naturais da região.
As áreas mais afetadas são a península Antártica e o mar de Bellinghausen, regiões a cerca de 1.500 km do sul da Argentina. Na península, sete geleiras desapareceram nos últimos 50 anos.
As mudanças nas populações de pinguins também serviram como indicativo de que as coisas não andavam bem: as espécies que usavam geleiras para se abrigar e procriar começaram a diminuir na região, enquanto os pinguins acostumados a mar aberto colonizaram a península. “Ninhais que eram ocupados há 650 anos sumiram”, contou David Vaughan à Folha.
O pesquisador, contudo, ainda não está convencido de que o vilão antártico seja o efeito estufa. “Há fortes evidências de que esse tipo de mudança, numa escala de décadas, pode acontecer naturalmente”, disse.
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Só tenho a agradecer aos grandes mentores e colegas que me ajudaram a chegar até aqui, em especial Marcelo Leite (o Davi Kopenawa do jornalismo científico brasileiro e mundial), o eterno chefinho Claudio Angelo, combatendo o bom combate hoje fora da imprensa, e o grande amigo Salvador Nogueira. E a todos os irmãos de luta que hoje estão na editoria de Ciência da Folha.
Espero estar por aqui por mais 20 anos e 40 anos, se Eru Ilúvatar quiser!
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