Genes africanos: a polêmica continua

Reinaldo José Lopes

Recebi recentemente um e-mail muito interessante de um leitor (que prefere não ser identificado aqui no blog) sobre meu post anterior a respeito da ancestralidade genômica de populações quilombolas (leia mais a respeito aqui e aqui, caso não tenha visto os textos originais). Com a permissão dele, reproduzo abaixo a mensagem original com minhas respostas e comentários em negrito logo abaixo de cada item.

———————-

Prezado Reinaldo Lopes

Escrevo este e-mail a pretexto do artigo “Preto no Branco” (http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2013/09/28/preto-no-branco/), que abre discussão sobre possíveis explicações sobre a ampla presença de DNA europeu em populações quilombolas, sendo que a presença de DNA originário de antepassados do sexo masculino é muito maior que a presença do DNA de origem feminina. A tese proposta é a de que os europeus mantinham um monopólio sexual sobre as mulheres de origem africana e indígena. O artigo desafia a apresentar outras explicações alternativas. Bem, eu tenho algumas:
1) A explicação pode estar na metodologia. A pesquisa se baseia nos “indels”. Bem, os “indels” usados como referência tem origem em quais regiões da África? E as populações afro-brasileiras tem origem em quais regiões da África? Não seria possível que os escravos importados para o Brasil já tivessem origem em populações miscigenadas?
Excelente pergunta. Os “indels” — variantes de inserção e deleção, ou “apagamento”, de pequenas regiões do DNA — das populações africanas de referência foram obtidos de indivíduos de Angola, Moçambique, República Democrática do Congo, Camarões e Costa do Marfim. Foram 189 indivíduos no total. A distribuição geográfica me parece representativa das principais regiões de origem de escravos africanos para o Brasil na era colonial. São regiões com algum impacto europeu historicamente, em especial nas antigas possessões portuguesas, como Angola, mas nada que sugira que estejamos falando de regiões com ampla miscigenação. Em princípio, portanto, a resposta é não.
2) A análise parte do pressuposto de que as populações de origem africana e indígena apresentariam uma distribuição uniforme de sexos, enquanto a população européia apresentaria uma distribuição muito mais acentuada de homens. Não sei se a premissa é verdadeira. Quando uma população de seres vivos é tratada como insumo econômico, as fêmeas reprodutoras tendem a ser um artigo mais valorizado que os machos. Afinal, numa criação um único macho pode servir para fertilizar várias fêmeas; os filhotes, porém, só nascem depois de uma gravidez que precisa ser suportada por uma fêmea, uma gravidez por vez. O maior valor das fêmeas vale para criações de animais, e provavelmente vale para uma economia escravista. Pode ser que houvesse mais captura de índias que de índios, e mais importação de escravas africanas que de escravos do sexo masculino, gerando, no Brasil, um população masculina de índios e africanos inferior à população feminina. Essa explicação se assemelha à sua, de monopólio sexual europeu, mas é um pouco mais refinada. Não se trata de um fenômeno ligado à luxúria, mas sim à economia. E nela o ato de violência não ocorre nos locais de convívio e produção, mas na própria seleção feita no momento da captura da população escravizada.
No caso da população africana, o mais provável é que houvesse uma distribuição enviesada em favor de homens no momento da chegada ao Brasil por causa de seu valor como braços para a lavoura. O seu argumento sobre o valor reprodutivo das mulheres é muito interessante, mas é preciso levar em conta o custo de manter mulheres grávidas e esperar as crianças chegarem à idade de trabalhar (num contexto colonial, imagino que uns sete anos de idade). Dependendo da maneira como o tráfico negreiro funcionava, é possível que fosse mais barato simplesmente esperar os homens morrerem de exaustão e substituí-los por novos escravos importados. De fato, durante muito tempo a taxa de natalidade da população de escravos africanos no Brasil não foi suficiente para substituir os que morriam, então o (triste) raciocínio econômico era mesmo o de importar mais gente, e não de incentivar o nascimento de mais filhos das escravas.
3) Há um fenômeno que é frequentemente ignorado nas análises sobre o Brasil colonial e o genocídio biológico da população indígena, que é a influência das doenças. A tecnologia européia não era tão mais avançada a ponto de se sobrepor a larga vantagem numérica da população indígena. O mesmo talvez se aplique às populações africanas (mas aqui eu já não tenho tanta certeza, pois são não tinham o mesmo grau de isolamento das populações indígenas, e portanto já deveriam ter tido contato com a maioria das doenças do Velho Mundo). Tenho para mim que o principal instrumento do genocídio indígena foram as doenças. Se o DNA europeu ajuda a proteger de doenças de origem européia, então crianças que nascessem com DNA europeu deveriam ter chance maior de chegar à idade adulta e se reproduzir. Como as fontes de DNA europeu eram praticamente apenas masculinas, pois o empreendimento colonial era assunto para homens, isso gerou o desequilíbrio em favor do DNA europeu masculino. Nessa explicação não há monopólio sexual: homens europeus, indígenas e africanos podem ter acesso igualitário a todas as mulheres disponíveis, as quais, porém, teriam origem principalmente indígena e africana. Por causa das doenças europeias, porém, os filhos de europeus tinham uma chance maior de chegar à vida adulta e se reproduzirem.
Sim, é bastante plausível o que você argumenta. Você está certíssimo em apontar a importância das doenças infecciosas no desaparecimento de grande parte da população indígena — a situação no caso dos africanos, como você bem aponta, é mais nuançada. De fato, é provável que filhos mestiços tivessem mais resistência a doenças do Velho Mundo do que descendentes “puros” de ameríndios. A questão é saber se apenas esse fator explica os números de ancestralidade genômica que vemos. Quando juntamos esses dados com o que há de literatura histórica, creio que a resposta é não.
4) Outra explicação é uma taxa maior de sobrevivência de filhos com ancestralidade européia por razões não de imunidade, mas sim econômicas. Se as camadas mais ricas da sociedade colonial estavam ocupadas principalmente por homens europeus, eles tinham melhores condições econômicas de garantir a sobrevivência de seus filhos. Isso valia tanto para os filhos originados de relações conjugais com esposas europeias como para os filhos de relações extra-conjugais com mulheres africanas e indígenas. A lógica é a mesma da explicação 3  acima, com a diferença de que o fator que gera o afastamento da participação do DNA masculino é econômico, e não imunológico.
Sim, parece claro que esse fator também foi importante — mas, de novo, não tão determinante que explicasse sozinho os dados, porque sabemos que a expectativa de vida na era colonial, mesmo entre populações de renda elevada, não era muito melhor que a vista entre pobres, por fatores como falta de saneamento e forte presença de doenças infecciosas.
———-
Só queria dizer, pra terminar, que é um prazer contar com leitores assim. 😉

Comentários

  1. Acho importante destacar que, à despeito do valor que o debate científico tem por si só, a análise genética das populações quilombolas é apenas um indício de fatos históricos à muito documentados e conhecidos. Ainda que a interpretação dos dados genéticos expostos pelo Reinaldo possa ser questionada, o cenário por ele descrito de abuso sexual de índias e negras escravas pelos senhores brancos, o monopólio sexual derivado dessas relações assimétricas, a escravização dos filhos mestiços, a alta mortalidade e baixa natalidade das populações escravas e outros temas tratados nessa série de artigos são realidades já estudadas à fundo por historiadores e fartamente comprovadas por diversas fontes.

  2. muito interessante e importante tais dados, apenas não vejo razoes – a não ser a título de sensacionalismo – para o título “a polêmica continua”, não há polemica nenhuma em negros terem DNA europeu, alias ainda que tivessem 99,99999% em nada interferiria na questão das ações afirmativas, como o próprio Reinaldo afirmou o que justifica as correções sociais hoje são o olhometro, da mesma maneira que foi no olhometro que um dia os estragos foram feios. A ciência sem duvida tem muito a dizer sobre muitas coisas mas sobre outras é preciso admitir que não são de sua competência, a moral é uma delas.

    1. Exato Alex, assim como o DNA possui os mesmos componentes para qualquer grupo humano, assim a moral/ética/justiça é válida igualmente para qualquer grupo humano.

  3. Prezados colegas
    Bom dia !
    Vejamos se compreendi bem oque vocês estão querendo dizer:
    Defendem que a moral não deve ser objeto de questionamento da ciência ?
    Já pensaram que tal forma de pensar é temeraria ?
    Haja vista que um dia já se foi moralmente aceita a escravidão, contudo quetionamentos a cerca da tal pratica ser licita ou não foram feitas por intelectuais, pesquisadores homens da ciência que justamente vieram a provar que todos os argumentos que justificavam a conduta de se escravisar o seu semelhante careciam de substancia.
    E se impedida a ciência de analisar e questionar a regras morais de sua época, o que fariamos, aceitariamos e ponto?
    Cuidado esse tipo de postura deu Hitler no poder a uma nação.
    Abraço a todos !

    1. Gostaria de saber em que a ciência estaria se baseando para questionar se condutas ou paradigmas relacionados ao comportamento humano são certos ou errados

    2. Caro Daniel entendo sua preocupação com os valores morais, não quero dizer que a ciencia não possa ajudar ainda que subsidiariamente em questoes morais, mas o fato é que não vejo sentido em alegar que a ciencia pode afirmar que algo é ojetivamente bom ou mau certo ou errado, o metodo empirico pode dizer como algo é, mas não como algo deve ser, a natureza é absolutamente neutra, como diz o biologo Richard Dawkins, não há nehum sentido proposito ou algo mais especial no universo, se o conjunto de valores morais que temos hoje é fruto da evolução socio-biologica que por sinal foi fruto do acaso nossos valores morais não passam de gosto pessoal e moda – claro que não concordo com isso e os que concordam não vivem coerente com essas implicaçoes, para o bem da humanidade – não vejo nenhum sentido em algo como “os cientistas provaram que a escravidão é moralmente errada”, não penso que a ciência deva ser impedida de questionar algo, mas apenas penso como os cientistas e intelectuais mais honestos que esta assim como os demais ramos do conhecimento tem seus respectivos assuntos.Penso que o Cristianismo – cristianismo não igreja catolica romana da idade media nem alguns teologos – contribuiu gradadivamente mais para minar a escavidão do que a propria ciência, que alias outrora já afirmou categoricamente a inferioridade de muitos povos.
      Não creio que as atrocidades de Hitler são fruto de uma postura que admite os limetes de um campo do conhecimento, mais provavelmente por influencias positivistas, darwinsmo social, e se os valores morais são relativos no fim das contas nem errado ele estava ou algo mau ele fez, o que eu discordo é claro.

      Abraço…

    3. Caro Daniel,
      Qualquer pessoa; ateu ou crente; sabe que os atos de Hitler foram gritantemente contrários à moral/justiça já gravada em nós naturalmente.

      “Todo mundo conhece certos princípios. Não existe uma terra onde o assassínio seja uma virtude e a gratidão seja um defeito”. C.S.Lewis.

      Sds.

      1. Não existe essa coisa de ciência ser moralmente ativa ou passiva. A ciência proporciona conhecimento e conhecimento é a aproximação da verdade, uma verdade construída racionalmente.

        O racismo é um absurdo, por que não há raças humanas, mas apenas uma raça, sem hierarquia ou superioridade entre as etnias. Assim, a ideia dos nazistas é totalmente equivocada do ponto de vista científico e, do ponto de vista humano, é uma monstruosidade.

      1. Essa ideia de amoralismo ateu-cientificistas é uma construção de fanáticos religiosos. É uma tática dos manés religiosos de plantão. Ou seja, é uma mentira criada por idiotas que acreditam em seres sobrenaturais.

        Peça a um fanático religioso que prove o tal amoralismo ateu-cientificista. Eles não conseguem, mas, como sempre, eles virão com a lenga-lenga de sempre da União Soviética, Coreia, etc e tal. Coisa de gente imatura que nada tem na cabeça a não ser fanatismo.

        Obviamente eles não sabem ou não querem reconhecer que há ateus no mundo capitalista livre, que há milhares de benfeitores ateus e que, principalmente, há milhares de cientistas ateus contribuíram para a geração de tecnologia útil à humanidade, com a elaboração de medicamentos que salvam milhões de vidas.

        Para um cara desses, que vem com um argumento idiota como esse tal de galo, eu simplesmente digo: cala a boca, bobalhão! Você não tem a mínima ideia do que fala. Vai tratar esse transtorno mental, cresce e deixa de acreditar em seres imaginários.

        1. de novo com a psicanalise de feira ?? aquela de baciada ??

          não sabia que xingar e ofender era sinonimo de maturidade .. não vi esse capitulo do Freud… em todo caso … agradecido e .. igualmente !!!

          1. Coisa de bobos religiosos. Alguns exemplos de benfeitores ateus: Bill Gates, Mark Zuckerberg.

            Nem todos os remédios salvam vidas, é certo, só 90% deles. Dou um desconto a um bobo religioso.

        2. ah sim … e pra comprovar venho com o lenge-lenga sim .. U.S., China, Coréia do Norte … etc .. conta fatos geográficos não há argumentos …

          1. Eu venho com os fatos reais: cientistas ateus foram os que construiram a ciência que permitiu ao mundo capitalista se desenvolver e ser a verdadeira alternativa ao socialismo.

            O socialismo é uma forma de crença irracional, semelhante às crenças religiosas; em vez do deus, eles acreditam em partido e em líderes quase sobrenaturais. Não é à toa que quase todos os marxistas falam de Marx como se ele fosse uma espécie de cartomante: “Marx previu … ” e coisas tontas.

            Religiosos e socialistas são parecidos em muita coisa, sobretudo na irracionalidade do pensamento.

        3. Gostaria que fossem citados alguns nomes desses ‘ milhares de ateus benfeitores’. Nem todos os medicamentos que foram desenvolvidos salvaram vidas, muito pelo contrário, eliminaram vidas, graças ao uso e abuso de prescrições, efeitos colaterais severos e ganãncia dos laboratórios farmacêuticos. Está provado que a grande maioria dos chamados ‘medicamentos de ponta’ que surgiram (com raras exceções como os anti retrovirais) são iguais ou até menos eficazes do que os tradicionalmente usados

          1. Ué, viraram comunistas agora … Pois é, comunistas e religiosos são igualmente tolos,

            Estão falando da ganância das empresas capitalistas? Mostra que vocês não sabem o que é ciência e confundem tudo. Ciência produz um resultado, o remédio, comprovado mediante testes; a elaboração de patente e a comercialização do remédio não é ciência, meus caros. É por isso que em casos de emergência, a quebra de patente está permitida no sistema internacional: ou seja, o remédio, o produto da ciência, tem seu valor prático reconhecido.

          2. Primeiro, a afirmação
            “Está provado que a grande maioria dos chamados ‘medicamentos de ponta’ que surgiram (com raras exceções como os anti retrovirais) são iguais ou até menos eficazes do que os tradicionalmente usados”

            é estúpida. Segundo, defina meciamentos tradicionalmente usados. Está falando de chazinhos e infusões? Ou de antibióticos produzidos há 30 anos?

            Acho que você não tem nem ideia do que fala.

            Por outro lado, fica a dica: da próxima vez que tiverem alguma infecção séria, por favor, não usem os medicamentos de ponta, busquem os tradicionais e, principalmente, apelem para a reza e peçam ao seu deus a cura milagrosa.

          3. comunistas = religiosos ?? o sr já explicou essa BRILHANTISSIMA conclusion lá na coréia do Norte ?? eles iam ficar babando com uma tese dessas ..

            devia ter explicado tbém pro Fidel , pro Stalin, pro Mao , etc … eles seriam todo ouvidos .. com certeza ..

          4. A forma de pensamento é a mesma: é a irracionalidade. Tanto assim que você não entende nada fora dos seus esquemas de pensamento.

            Religiosos são semelhantes a comunistas, pois pensam de modo irracional. É diferente de dizer que religiosos = comunistas.

            Não aprendeu as diferenças dos símbolos na escola primária??

          5. é mesmo .. e pra reforçar o teu argumento nada como o fato historico de MILHÕES de religiosos mandados pro cemiterio mais cedo pelos comunas … são tão iguaizinhos né mesmo ?? unha e carne …

          1. com essa linguagem de quintal e olha que é esclarecido e racional imagina se fosse fanático, eu diria que temos provas sobre poucas coisas de nosso conhecimentos mas temos boas evidencias, como as poucas linhas de nosso colega para corroborar com a ideia de um fanatismo ateu.

          2. Pois é temos boas evidências materiais de muita coisa, muita coisa comprovada e outras em vias de comprovação.

            O certo é que não temos qualquer evidência material da existência de um ser sobrenatural que vocês adoram e chamam deus.

            O que há é um delírio coletivo de pessoas que acham que existe deus, demônios, anjos. Tudo fantasia. Todos portadores de disfunção cerebral.

          3. delirio por delirio prefiro o de Deus … não dá efeito colateral de achincalhes , baixarias , palavrões como vemos fartamente espressados pelos doutos coments ..

          4. Pois é, os delírios de crentes são as línguas estranhas que dizem que começam a falar, os desmaios em cultos, as possessões demoníacas, a histeria coletiva (todos gritando amém, amém), o pastor aos berros com o microfone.

            Sim, sim, um delírio que produz delírios constantes. Essa é a essência do pensamento religioso. A eterna tolice.

          5. é mesmo … mas é beeeem melhor que a falta de educação com os outros como comprovei nesse blog ..

          6. Você quer que eu seja delicadinho com você … coitadinho! Vê se cresce e aceita discutir as coisas como adulto, supere os insultos e prossiga. Ficar magoadinho não vale.

          7. O engraçado é que gente como você se coloca como vítima dos mal educados, dos grosseiros atues, etc. Ao mesmo tempo, acusa os outros de genocidas, associando todo ateu a comunistas assassinos e coisas do gênero. Pois, você é falso, hipócrita, metidinho a vítima.

          8. Não briga com o Dalua… ele tem problema… e nem consegue entender direito as coisas… o cérebro dele não consegue processar muita coisa… a deficiência não permite.
            No fundo é um esforçado, tentando manter contato. Imagine como deve ser sofrido ser assim… muito triste já, por isso é melhor não provocar o coitadinho….

          9. o meu problema é beeem menor que o teu , em face de eu não NECESSITAR aplicar diminutivos nominais em terceiros a fim de desqualificar seus argumentos … as minhas colocações tem força em si mesmas … sem o uso desse nefasto artificio …

  4. É animador ver um debate racional e aberto sobre uma questão tão sujeita a sectarismos. Gostaria de sugerir ainda mais duas considerações: 1) como estamos falando de um fenômeno que se estendeu, com mais força, de 3 até 1,5 séculos atrás, há que se considerar as interações entre as comunidades quilombolas e as populações à volta, e 2) o conceito de quilombola não é apenas racial, uma vez que os quilombos acolhiam várias minorias igualmente exploradas, de modo que mesmo um hipotético quilombola 100% europeu poderia, ainda, ter mérito em sua reivindicação.

    1. O que também é interessante e que se prestarmos um pouco mais de atenção veremos que a gradativa comprovação de paridade genetica entre grupos ao invés de minar a legitimidade de açoes afirmativas pelo contrario justifica ainda mais, pois se percebemos com mais subsidios, agora do ponto de vista biologico, vemos o quanto foram injustificados tratamentos discriminatorios aos que eram essencialmente iguais.Como por exemplo o fato de no Basil Imperio os negros serem proibidos de estudarem, mais tarde quando raiou um filete de justiça permitiram a frequencia a aulas, MAS SOMENTE NO PERIODO NOTURNO, mesmo assim de outras maneiras eram impedidos. Agora em nome da igualdade pretendem sepultar a justiça.

      1. Caro Alex sandro, tendo a concordar com você, embora isso implique uma dificuldade muito maior para se direcionar de forma isonômica as ações afirmativas. Especialmente se considerarmos, além das características de cada possível grupo-objeto, ainda há as diferenças regionais dentro de cada grupo a levar em conta.

        Infelizmente, parece que ainda não é desta vez que nossa sociedade aética contará com a ajuda da Biologia para encontrar soluções para os erros acumulados, além da indicação de que quanto mais tempo passar, mais indistintas ficam as marcas diferenciadoras.

  5. O transtorno mental chamado “crença religiosa” está sendo estudada por cientistas. Segundo algumas pesquisas cerca de um terço das psicoses têm conteúdo religioso.

    “Fundamentalismo religioso pode ser tratado como doença mental” (Revista Galileu)

    É absolutamente lógico: ou seja, pessoas que acreditam em cobras falantes, em mundo criado em 6 dias, em mulheres que surgem da costela de homens que vieram do barro, em trombetas que derrubam muralhas, em anciãos que levantam cajados e abrem o mar, em virgens que parem filhos de deus e conversam com anjos…

    Que isso tenha sido crença de populações do passado, até aceito. Mas hoje em dia, aceitar tais coisas, é coisa de doente mental.

    1. Fundamentalismo religioso ?? qual ?? evolucionista -darwinista ?? ah sim … esse é bem radical mesmo … cruz credo .. ainda bem que tô fora dessa …

      1. Mesmo se você quisesse estar dentro dessa, sua capacidade mental é um pouco limitada, não pela natureza (todos somos capazes), mas por escolha: você escolheu ser tolo; escolheu ser religioso.

  6. A menos que você aceite filósofos intelectuais e cientistas de varias épocas como de hoje, como Descartes, Bacon, Hegel, Kant, Francis Colins, Alvin Platinga, Fisicos, Astrônomos, Biólogos, etc… como acometidos de delírio sua tese estará correta, quanta psicologia barata, espero que haja cura para fundamentalismo ateu fruto de obras sensacionalistas de propagandistas que carecem de ciência e transbordam de ideologias. Gosto de ateus mas não de fanáticos eles só vivem falando de Deus e religião – apesar de saberem muito pouco na maioria das vezes – suponho que a maioria seja teísta enrustido.

    Ah! esse trecho aí foi o sermão de domingo lá na ATEA.

    Temo que tanta agressividade seja insegurança convido você a abandonar suas preconcepções, e sem paixão reavaliar suas crenças.

Comments are closed.