Teologia vegana?

Reinaldo José Lopes

Já que estamos mesmo falando dos dilemas que envolvem o uso de animais por seres humanos, seja para testes de medicamentos, seja como comida (confira o post anterior a respeito aqui), achei que seria bacana abordar rapidamente uma discussão antiga: afinal, a tradição religiosa judaico-cristã (só não coloco um “ocidental” aqui pra não ser acusado de plágio pelo Casseta & Planeta) teria uma parcela grande de culpa na maneira como tratamos outros animais no Ocidente? Afinal, faltou um pouco da parte “Deus” do blog no primeiro post.

Como tudo na vida, desconfio que a resposta seja “é complicado”. A reflexão teológica de judeus e cristãos sobre a relação entre humanos e animais inevitavelmente se centra nos primeiros capítulos do Gênesis, os quais, afinal, falam da criação dos seres vivos e do homem logo em seguida. (Aliás, “as” criações; há dois relatos distintos e contraditórios das origens do mundo e do homem no primeiro livro da Bíblia, mas isso é assunto para outro post.)

A questão, no fundo, é onde você coloca a ênfase. Os relatos da criação falam, de um lado, do mandamento divino de que o homem deve “encher a Terra” e “dominá-la”. Beleza. Isso estaria na origem das ideologias ocidentais de que se deve usar à vontade os recursos naturais etc. Mas o detalhe que muita gente deixa de lado é o fato de que Adão e Eva (“nossos primeiros pais”, na fraseologia católica à qual estou acostumado) eram totalmente vegetarianos. Aliás, veganos — ninguém falou que eles poderiam comer ovos ou tomar leite no Éden:

“Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus, a tudo o que se arrasta sobre a terra, e em que haja sopro de vida, eu dou toda erva verde por alimento” — os animais também eram veganos.

Mesmo após a chamada Queda, o ato de desobediência à vontade divina que teria afastado o casal primevo do Paraíso para sempre, Deus só sanciona oficialmente o consumo de carne DEPOIS DO DILÚVIO. Isso mesmo, gerações e gerações depois:

“Vós sereis objeto de temor e de espanto para todo animal da terra, toda ave do céu, tudo o que se arrasta sobre o solo e todos os peixes do mar: eles vos são entregues em mão. Tudo o que se move e vive vos servirá de alimento; eu vos dou tudo isto, como vos dei a erva verde. Somente não comereis carne com a sua alma, com seu sangue” — em outras traduções, em vez de “alma”, temos “vida”. A essência vital dos animais continua pertencendo a Deus, não aos humanos que os consomem.

Parêntese: é claro que nada disso aconteceu historicamente, mas as narrativas são interessantes como reflexos do ponto de vista dos autores bíblicos sobre como enxergar o estado original do homem, o estado desejado por Deus — nesse caso, a ideia de uma relação harmônica entre os homens e os animais.

Não é à toa que as tradições ascéticas do cristianismo sempre viram com muita desconfiança o consumo de carne. O raciocínio é que, se a intenção do fiel é recuperar esse estado “edênico” de proximidade com o Criador, vale a pena deixar de lado as práticas “decadentes” (no sentido original da palavra, ou seja, derivadas da Queda).

O veredicto, portanto, é ambíguo. Mas o que esses detalhes indicam, creio, é que a tradição do judaísmo e do cristianismo não é de modo algum um “caso perdido” quando se pensa em ampliar os direitos dos animais. É o caso de enxergar a multiplicidade e as tensões dentro dessa tradição.

Comentários

  1. Fico impressionada com uma coisa: como pessoas que não entendem de Bíblia, querem puxar este assunto.
    Chega a ser cômico.
    Creio que quando a gente quer falar de algo, devemos nos inteirar dos assuntos.

    Para começar, vou esclarecer:
    O autor do texto falou em Cristianismo e nem falou em Cristo.
    Os judeus se baseiam no antigo testamento. Os cristãos entendem que esta parte da Bíblia é histórica. Nós vivemos no tempo da fé.
    E só para encurtar o assunto, Jesus disse que não é o que comemos que nos torna impuros, mas sim, o que dizemos. Pois da boca fala do que o coração está cheio.

    Não temos restrições de alimentos.
    Espero que tenha entendido, pra da próxima vez não escrever bobagem. :/

    1. Então, antes de escrever bobagens alguém deve também entender do que se trata o texto. Independente de vivermos no tempo da fé (segundo dizem por aí), o texto do sr. R.Lopes trata exatamente do coteúdo histórico. Nada mais. A história não deve ser esquecida. Em nenhum momento no texto está dito que “não devemos comer carne”, como você interpretou. Preste mais atencão na próxima. =)

    2. Interessante Ana Paula que ao que me parece você também não está bem inteirada da bíblia, até porque, o texto sagrado para os cristão diz que “Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre” e o Cristo disse “eu não vim para acabar com a lei (velho testamento)”. O ponto principal é que a discussão não bíblica (aliás qq discussão deixou de ser bíblica a muito tempo) é uma discussão temporal e o autor Reinaldo Lopes apenas citou e corretamente o que se lê na bíblia. Interpretação de quem essa que você escreveu? Agora creio que você compreendeu que a interpretação é livre e não existe interpretação universal principalmente nos textos inconsistentes que os há e muitos na bíblia. ass rodolfo

      1. Eu sou cristã há 4 anos, estudo a Bíblia diariamente.
        Não sou a dona da verdade. Deus é.

        Só para constar: Se o assunto é comer carne, no Antigo Testamento, as pessoas comiam. Só o sangue que não.

        Quando Cristo veio ao mundo, iniciamos a era da Graça. Isso significa que para obtermos perdão pelos nossos pecados, basta crer nele.

        No Antigo Testamento, as pessoas sacrificavam animais para obter este perdão.

        Depois da vida de Jesus, deixamos de viver na LEI (de Moisés) e passamos a viver na GRAÇA (Salvação por meio da fé).

        Um abraço.

        1. Ana paula, você como “Estudiosa” da bíblia, deve saber que no “velho testamento” não eram proibidos somente o sangue, mas sim animais ruminantes e de casco fendido, exemplo: Camelo, coelho, porco… O objetivo do artigo não é religioso, o autor apenas destaca que a origem, a perfeição, vinha de uma tradição vegana. Eu sou judeu e sou vegetariano desde os meus 5 anos de idade; meus pais nunca se opuseram a isso. Tradicionalmente no judaismo é comum dizer que ao se alimentar de um animal eleva-se sua alma, eu particularmente acredito que todos nós devemos partir do principio “Natural”, uma criança certamente dará preferencia a uma fruta diante de um pedaço de carne cru.

          Diego A.

      2. Sim a interpretação é livre – ao menos desconheço uma lei que proíba interpretar textos – isso é obvio, o que não significa que o significado também é livre, sem duvida o texto sempre tem algo, as palavras podem ter vários significados mas as frases dentro de um contexto não, sendo assim a menos que aceite um historicismo absurdo podemos dizer que um texto não tem uma verdade objetiva, tipos de correntes da Historia como essa que colaboram com absurdos como a negação do holocausto, e inúmeras outras aberrações historiográficas.

  2. O que vejo aqui é o mesmo que um médico tentando filosofar sobre engenharia.
    Hahsuahsaushaushaushausa.

    Já ouviu falar em Jesus?
    Que convence dos erros, transforma e salva?

    Pois é. Quando falamos em Cristianismo, é preciso falar dele.
    O Antigo testamento é LEI. Hoje vivemos na GRAÇA.

    1. Se o texto é o mesmo “que um médico tentando filosofar sobre engenharia” (se é possível filosofar sobre engenharia), o seu comentário é de uma crianca sobre o bóson de Higgs. Cristo mesmo disso que Ele veio pela lei e para cumprir a lei, e, em nenhum momento, ele abdicou dela, a não ser para fazer justica!

      1. Então?

        Sua resposta complementa a minha.
        No Antigo Testamento as pessoas comiam carne. Então seguimos comento. Rsrsrsrsrs.

        Sem mais…

  3. A caminho do Éden

    Quer dizer então que aqueles que lutam e se esforçam em cânticos e penitencias buscando seu lugar no Paraíso deveriam se abster de um churrasquinho, ou de um espetinho, nem pensar numa feijoadinha “light”… traçar um frango ao “molho pardo”, então, deve ser uma trilha segura para a danação eterna!

    Desculpe, mas não resisti a postar este comentário besta-jocoso.

    Abraço,

    Ricardo René Guzmán

    1. Que nada Ricardo…!
      que venha o espeto corrido, a costelinha de porco e as batatas fritas!! e até um vinhozinho…! 😀

      Pecado seria se exceder (glutonaria).

  4. Sempre evitei comer carne, menos os peixes, depois de ter lido os livros do Espírito de Ramatis comecei a ser vegana. Tenho amor aos animais como tenho com o próximo irmãos meus.

  5. Caro Reinaldo soberba como sempre suas afirmações. Pena que não se alongue nas respostas como o faz aqui. No meu entender, é redundante separar carne e vegetal, como se trata-se de coisas distintas. Como bens sabes, somos heterótrofos, portanto somos parasitas precisando se alimentar de outras coisas vivas para ficarmos vivos, o que no meu entender, foi uma falha do planejador perfeito, já que seria melhor ter-nos feitos autótrofos. Mas fica aqui a observação, de que se trata de uma ilusão para os crentes e vegetarianos, de “que sacrificar animais” para a alimentação é errado e consumir vegetais não. Tanto um como outro, são seres vivos, e portanto tanto faz a proteína das carnes como a dos vegetais, que por serem autótrofos, não se alimentam de outras criaturas, mas continuam sendo seres viventes que temos que engolir. Mesmo que dissesse “bem, sementes, ou partes do vegetal, como os frutos” não mata o ser autótrofo, mas seria o mesmo que se alimentar dos gametas dos seres animais e alegar que é irrelevante, pois tais partes fazem parte do seu todo e são essenciais para a continuação da espécie.

  6. Muito bem dito, fica claro nossa tradicao judaicacrista centrada no homem, antropocentrismo, tudo que nao for humano deve ser explorado como recusro a nossa subsistencia, eh a regra clara que vinga, ode ao paladar, ao hedonismo e afasta de mim o raciocinio, de fato, nao eh necessario comer carne como tampouco fumar, eh um vicio .

  7. Socorro…!!!!!
    Qta baboseira tanto no texto como nos comentários…bíblia??? que foi escrito por homens totalmente duvidosos em questão de caráter e moral, numa época em que a matança de qualquer ser era diversão e que foi escrita séculos após a morte de Cristo….isso é só blá, blá, blá…
    vejo mtos criticando o uso de animais como cobaias, o que sou realmente contra é os maus tratos e torturas contra animais….agora, como fazer vacinas, remédios etc, sem testar antes em animais?

  8. Estava lendo um artigo sobre religião quando deparei com o seguinte: http://www.bispomacedo.com.br/2010/01/25/entrevista-com-lucifer/

    Acreditem, consegui ler de uma ponta à outra. Depois, assim que conseguir parar de rir, resolvi mudar meu apelido (nickname) por este outro.

    Foi a única coisa que me fez gargalhar de tão divertida no dia de hoje, quando estou à procura de alegria depois da decepção de ontem à noite (os do Timão sabem do que estou falando).

    Abraço,

    Ricardo René Guzmán

    1. O texto é parecido com o diálogo do diabo e um dos irmãos caçadores de demônios naquele seriado Sobrenatural.

      Aliás, sobrenatural só mesmo o seriado que até é inteligente na criação dos episódios e sempre tem uma boa trilha, geralmente um bom rock clássico …

    2. NO territ. desse nick com certeza vai ter muita festa futebolistica ;;; regada a muita cerva.. bem escolhido o nick

  9. Fui vegetariano desde os 10 anos de idade. Sou vegano há 7 anos (tenho 40 anos). Sou ateu desde que me entendo por algo. Trabalho com ciência de ponta há no mínimo 20 anos. Não vi correlação plausível no texto. acima. Abçs.

  10. Nem perco meu tempo com a Bíblia, embora seja um ótimo livro de literatura e uma das bases do Ocidente. Mas o fato é que o próprio Jesus, segundo o Novo Testamento, gostava de comer e até multiplicava peixes e vinho (e olha que alguns podem ter ficado bêbados por conta do milagre). E a comunhão tem raízes antropofágicas: em algumas religiões “primitivas” pessoas importantes eram literalmente comidas para que os demais recebessem parte do poder que eles supostamente detinham. No cristianismo a lógica é parecida, embora mais sofisticada: come-se pão ou hóstia.

  11. OK, Reinaldo, serei a voz dissonante entre os comentários. Achei interessante (quase instigante) sua abordagem. Ateu criado na tradição cristã, jamais eu havia feito qualquer correlação entre cristianismo e hábitos alimentares (tão evidentes no islamismo e no judaísmo em relação a porcos e animais de pata fendida). Preciso pensar melhor no assunto. O que me vem à mente, no momento, quanto aos ascetas, é que eles, mesmo sem inspiração do extremo oriente, pareciam apreciar as proteínas de gafanhotos e outros insetos. Comiam, portanto, animais, sem culpa. A questão, se é que havia, era de hierarquização dos animais. Mais ou menos como fazem hoje os “vegetaristas” (existe isso? se não, perdoe o neologismo) ao condenar o consumo de carnes enquanto saboreiam um sushi. Ou veganos, usando métodos “naturais” para combater formigas e outras pragas em culturas de repolhos. Formigas e gafanhotos que serão mortos sem que lhes possa oferecer, ao menos, a justificativa de que, com sua morte, seu corpo servirá de alimento para outra espécie. Mas você já viu fotos de insetos ampliadas. Eles não são nada “fofos”, como beagles, por exemplo. Religião, ciência, ética… são temas para discussões vazias numa sociedade infantilizada como a nossa.

    1. Concordo com vc Wander. As pessoas estao por demais infantilizadas. Esqueceram-se do que eh a vida na natureza selvagem. Assassinatos seguidos de assassinatos. Basta assistir ao Discovery..rsrs

  12. Eu não discuto religião com cristãos e com muçulmanos. Com budistas é possível. O problema é que há fanáticos que dizem crer por ser absurda a fé. Quanto mais absurda, mais eles gostam de acreditar, pois isso supostamente agradaria mais a Deus. Não me refiro à existência de Deus, mas a certas “verdades” religiosas. Então, como vou discutir racionalmente com alguém que se vangloria de sua fé mesmo dizendo que ela é absurda e que justamente por tal motivo sua crença fica maior? Então, não discuto. Cada um que acredite no “papai noel” que quiser, desde que não imponha suas crenças e costumes aos demais. Caro blogueiro, vá por mim: não se meta em discussões religiosas porque é perda de tempo. É capaz de você, além de não convencer o outro, reforçar ainda mais a absurdidade da fé dele. Mas, atenção: nem todas as pessoas religiosas são assim. Refiro-me apenas aos dependentes.

    1. tens razao … a diferença eh que o religioso nao eh dependente de Deus pra viver ….e o evangelico genuino === aquele que entendeu o recado de Jesus === eh sim dependente … Graças a Deus sou + dependente da graça de Deus a cada dia !!

  13. O Budismo eh a unica filosofia ou religiao que faz algum sentido. O Cristianismo centrado no “eu”acredita que tudo foi feito para o consumo do homem…Que tristeza essa falta de compaixao. Todo ser que sente dor e medo merece ser tratado com respeito e o planeta precisa ser repartido.

  14. Caro Reinaldo,

    (Aliás, “as” criações; há dois relatos distintos e contraditórios das origens do mundo e do homem no primeiro livro da Bíblia, mas isso é assunto para outro post.)

    É apenas uma criação. No capítulo 1 é mais detalhada, e no capítulo 2 há novas informações complementares, fazendo um panorama geral. Algo comum nos dias de hoje em muitas publicações.

    Deus só sanciona oficialmente o consumo de carne DEPOIS DO DILÚVIO. Isso mesmo, gerações e gerações depois:

    Exato. Após o Dilúvio as condições agora eram outras e bem diferentes, principalmente climáticas, geográficas com novos relevos, e metabólicas nos humanos a partir de então. É o início de uma nova dispensação (revelação).
    O consumo de carnes se faz necessário por apresentarem proteínas completas, vitamina B12 e ferro, quase inexistentes em outros alimentos.

    Parêntese: é claro que nada disso aconteceu historicamente,…

    E como sabes?
    Ora, se vários outros eventos da Bíblia tem confirmação histórica, por que este não haveria de ter também? 😉

      1. São complementares meu caro, veja o todo.
        Por esse argumento, deveríamos considerar contraditórios todos os livros que fazem desse recurso literário…

    1. Meu deus!!!!

      Como eu lhe disse Cícero, até em religião vc manda mal!!!

      São 2 relatos da criação sim e essa história é contada no Zohar.

      Mito 1 – Mulher em pé de igualdade com o homem – transição do matriarcalismo para o patriarcalismo. Lilithe era a primeira mulher e, por não obedecer ao seu marido foi condenada a ser mãe das bestas vampiras (lilin) e a ser consorte de Samael .

      Eva a mulher submissa que sai da costela de Adão – transição completada do matriarcalismo para o patriarcalismo – vir da costela – “eu sou homem, eu mando”.

      Dilúvio!!! Dilúvio!!! Partindo da ideia de que essa premissa fosse real (o que não é, pois dilúvio é uma bricolagem de mitos), quer dizer que antes do dilúvio não se comia carne? E, pelo visto após, menos ainda…

      Agora deve vir aquele papo idiota de que leões eram herbívoros, tiranossauros rex pastavam ao lado de búfalos, tigres dentes de sabre, entelodontes aves do terror e gorgonopsídeos e criavam-se velocirraptores como cultura de corte e os maiorzinhos ocmo “dinos de guarda”. Quem sabe Noé se valeu da ajuda de algum brontossauro e de um anhanguera pra fazer sua arca…

      Quer dizer que em 40 dias o relevo da Terra teve uma mudança radical… Em 40 dias o metabolismo humano se alterou…

      Realmente, a ciência do criacionismo é fantástica!!! Nunca li tanta idiotice na minha vida!!!

      COMO VC CONSEGUE EIN CÍCERO? Francamente!!! É O QUE EU DIGO,VC SÓ LÊ LIXO.

      MATERIAL CRIACIONISTA É DO TIPO:

      NASCEU BURRO, NÃO APRENDEU NADA E DESAPRENDEU A METADE.

      Quanto à veracidade da bíblia Cícero: New York Existe, o Homem Aranha e o duende verde não. Mutação existe, os X-man não; Tokyo existe, o Ultraman não.

      Realmente seu raciocínio cerca da veracidade da bíblia é fantástico. Vc o encerra com uma falácia da parte pelo todo.

      O rei David pode até ter existido (O MITO – ELE É O TIPO DE SUJEITO QUE VC JAMAIS DEVE SER – UM BAITA DE UM HIPÓCRITA E TRAÍRA), mas isso não quer dizer que um dia a Terra parou ou que o jardim do Eden existiu ou que Jesus ressuscitou.

      Dilúvio Cícero não aconteceu. É uma bricolagem de mitos (já é matéria dada).

      A Terra tem em torno de 4,5 a 4,6 bilhões de anos e até hj está sendo moldada e continuará enquanto houver um núcleo ativo.

      O metabolismo humano e o de qq outra espécie vivente na terra tem uma história de 3,8 bilhões de anos ou até uns 4,2 bí, se considerarmos uma origem química para a vida e mais ainda se considerarmos a panspermia.

      Vamos a mais um probleminha.

      Esse já é mais elaborado, pois me parece que vc tambem manja deveras de bioquímica, em especial e metabolismo.

      Faça uma relação entre termodinâmica (entropia, energia livre e metabolismo.

      Como se divide o metabolismo? fale sobre etapas redutoras, oxidantes processo endergônico/exergônico, acoplamento de reações químicas e o potencial químico, síntese e degradação de moléculas, espontaneidade e reversibilidade.

      VAMOS VER SE BIOQUÍMICA SAI ALGUMA COISA….

  15. Assim como qualquer texto, principalmente antigos, não se limitam a uma unico metodo de interpretação, não só os escritos da biblia como outros não se limitam a uma pueril interpreação gramatical.

    Agora numa visão naturalista/ materialista não vejo fundamento para condenar nada como alimento, o que era um lindo cachorrinho é apenas mais um mero integrante da cadeia alimentar, nada mais de especial, se os animais merecem não findar a sua vida numa refeição porque não os alfaces as cenouras.

    Quanto a discussão historica:

    O cristianismo não é fundamentedo na torá;

    Teria sido possivel desenvolvimento do homem tanto de uma perspectiva evolunista ou criacionista sem o consumo de carne?

    Seria possivel hoje considerando fatores como o clima, densidade demografica, localização geografica, uma dieta alternativa suficiente ao desenvolvimento com dignidade do homem?

    E por fim numa visão naturalista não há fundamento para valores morais objetivos, o que chamamos estupro acontece todos os dias na natureza, talvez só o sensuramos porque uma religião nefasta que prega o amor ao proximo impos isto e inumeros outros males como igualdade e liberdade.O que resta é um platonismo moral ateu ou viver na incoerencia como o proprio Nietzsche que dizia estar alem do bem e do mau, mas não vemos isso na pratica.

    1. Caro Alex,

      E por fim numa visão naturalista não há fundamento para valores morais objetivos, o que chamamos estupro acontece todos os dias na natureza, talvez só o sensuramos porque uma religião nefasta que prega o amor ao proximo impos isto e inumeros outros males como igualdade e liberdade.

      O amor ao próximo, igualdade, liberdade seriam nefastos??

      Se não há moral absoluta, então posso cometer os piores crimes, pois tudo é relativo e faço o que eu quero! Mas sabemos que nossa consciência nos condena independente de religiões. Porém, jamais esta lei moral/ética já gravada em nós (além da cognição, pensamentos, idéias, inteligencia etc) surgiriam de meras reações químicas/físicas amorais, impessoais, inanimadas, incogniscíveis como quer o naturalismo. Então isso nos remete a um Agente Moral Inteligente Causador.
      Portanto, o homem é bem mais que um pedaço de matéria de elementos químicos.

      “Se não há Deus, TUDO é permitido” – Dostoiévski.
      “Todo mundo conhece certos princípios. Não existe uma terra onde o assassínio seja uma virtude e a gratidão seja um defeito” – C. S.Lewis.

      O que resta é um platonismo moral ateu ou viver na incoerencia como o proprio Nietzsche que dizia estar alem do bem e do mau, mas não vemos isso na pratica.

      Mesmo Nietzsche, em seus momentos de solidão sentiu fome do divino desconhecido, que se fez conhecer aos que assim desejam:
      “…para todos os que de alguma forma ainda tinham um “Deus” como companhia …Minha vida agora consiste no meu desejo de que fosse diferente …e de que alguém pudesse fazer minhas “verdades” parecerem inacreditáveis para mim”. (The Portable, p.441).

      1. Sim, Cicero eu apenas ironizei, o q quiz dizer é exatamente que Nietzsche mostra como é a incoerencia de de não ter fundamento para algo no caso a moral e ainda assim não viver em de acordo com essa visão.Sem duvida atentar contra a integridade sexual de outrem sem o seu consenso não é bom mas numa visão naturalista não vejo como afirmar isso- coerentemente é claro.

      2. Meu deus do céu!!!!! Até eu que sou ateu, quando me deparo com estupidez desse tipo …

        Primeiro, todas as sociedades humanas do passado e presente têm regras quanto aos crimes, incesto, roubo, etc. Pelo que diz o comentarista, parece que a bondade só baixou na terra com o cristianismo …

        Ora, tribos indígenas da amazônia, de contato recente, portanto, sem religião ocidental, são extremamente amorosas com os membros do clã, choram a morte dos entes e têm rituais elaborados de convivência social. Não é exclusividade dos cristãos serem bons ou manifestar compaixão.

        Por isso, a frase do C.S. Lewis é verdadeira em seu sentido: todas as sociedades, do passado e do presente, têm regras para castigar os crimes e tem formas de expressão de afeto. Não é privilégio dos cristãos, nem foi inventado pelo cristianismo.

        meu caro, os temas igualdade e liberdade, assim como fraternidade que você cita como se fossem exclusivos dos cristãos, foi lema da Revolução francesa, anticlerical e maçônica …

        Por fim, a frase do Dostoiévski não existe, assim dessa forma. Autores especialistas nos textos do novelista jamais encontraram tal coisa, dessa forma, em qualquer um dos livros dele.

        1. Em nenhum momento citei como exclusivos do cristianismo tais valores, muito menos que a bondade só surgiu com o cristianismo – apesar do cristinismo te-los sim de maneira pionerira os erigido e influenciado a historia do valores assim como indiretamente a propria revoução francesa- é possivel claramente um ateu ser tão ou mais bom no sentido moral como o mais piedoso dos credulos, a questão é que os teistas e cristãos tem fundamento para seus valores morais objetivos enquanto o naturalista não.

      3. O raciocínio é falho:

        “jamais esta lei moral/ética já gravada em nós surgiriam de meras reações químicas/físicas amorais, impessoais, inanimadas, incogniscíveis como quer o naturalismo. Então isso nos remete a um Agente Moral Inteligente Causador”.

        Ou seja, a explicação do que não se conhece é que foi feito por deus! Tá certo!

        Se não existe explicação para um fato determinado, então foi deus que fez?? Ora, assim pensaram os seres humanos primitivos: os vulcões e os trovões eram fruto da ira divina; os desastres eram castigos enviados por deus ou deuses.

        Os criacionistas apenas reeditam velhas e inúteis crenças: a criação divina explica tudo.

        E para seu conhecimento: o comportamento é sim biológico, é um processo de reações eletroquímicas que ocorre no cérebro, é perfeitamente identificável por meio de ressonância magnética. Tanto é assim, que certos comportamentos patológicos podem ser controlados com o uso de medicamentos que atuam no cérebro.

      4. Vc só se esqueceu que existe lei Cícero. E se vc resolver fazer uma gracinha com alguma moça, virará mulherzinha de mala no xilindró.

        A lei dá proteção às pessoas porque seus valores não se fundam no ideário crsitão ou budista, mas têm sua raiz no humanismo e nos preceitos da revolução francesa, sendo que os direitos humanos passaram a ter maior importância após a 2 guerra mundial.

        Por isso vemos a proteção ao idoso, à mulher, à criança, ao deficiente, repúdio ao racismo, liberdade de crença, valores do trabalho, valores sociais, direito à moradia, direito ao imposto negativo (recepção de rendas mínimas), direito de acesso à justiça, direito à saúde, direito à vida, liberade individual, direito ao divórcio, coisas que o cristianismo e a sua raiz o judaísmo repudiaram muito, este sempre foi um seita egocêntrica e aquele, quando de sua construção na Europa.

        Assim, se não há lei e nem Estado de Direito, tudo é permitido. Vira baderna.

        Nenhuma cultura curte mamfeitores, pois eles desestabilizam a ordem social e podem por a sobrevivência do grupo em crise.

        Até em animais sociais isso é um tanto observado – ex o morcego que presta favor a outro que não se alimentou conta com este caso um dia não tenha sorte e este deve retribuir, senão ficará “mal visto” no bando.

        No mais o que é moral absoluta?

        A moral, a ética, assim como o altruísmo, a empatia, a tristeza, o amor, o ódio e a alegria são produtos de seu cérebro, ele evoluiu assim, porque isso foi bom para nossa espécie.

        Suricatos se ajudam, chimpanzés, lobos, hienas e leões, todos estes animais, desde que de um mesmo bando, idem.

        Humanos forma mais além. Entenderam que muitas vezes é bom se aliar a m inimigo para ambos sobreviverem, pois a vida está acima de rusgas pessoais.

        Leões vivem em um mundo violento desde que nascem. Por isso a agressividade é essencial para a vida deles. E assim eles evoluíram (rei morto rei posto e morte aos seus filhotes).

        O mundo não é cor de rosa Cícero, nem entre nós.

        “A vida é bater ou apanhar, onde quer que vc esteja. E o que o faz um campeão é quanto tempo vc consegue apanhar ficar de pé.” (Rock Balboa).

        1. Meu caro elyson, vc ou por desinformação está confundindo cristianismo com igreja católica medieval e teólogos, pois o cristianismo ensinamentos de Jesus não repudiaram os direitos que vc citou pelo contrario dentre inúmeros outros coisas Jesus trouxe a ideia de igualdade entre os indivíduos algo absurdo para os gregos e romanos e a cultura de sua época, os romanos por exemplo tinha outros indivíduos como res, propriedade, para os gregos assim como os judeus as mulheres eram inferiores na sociedade, liberdade nem se fala, numa ocasião Ele insistiu com seus discípulos que aquele que quisesse não mais o seguir que o deixa-se, fraternidade além das palavras suas ações de abnegação falaram mais alto, longe de incitar a violência só foi alvo dela, pelo Estado e pela Religião da época.

          Meu colega é quase pacifico o fato da considerável influencia do cristianismo no surgimento e desenvolvimento dos Direitos Humanos entre os estudiosos do assunto.

          Ninguem introduziu no debate a questão de ser legal ou não e sim se é moralmente bom ou não.

          ninguém disse em moral absoluta e sim em objetiva.

          Mas é compreensível a dificuldade leva as pessoas a desviarem o foco do debate.

          todas essas linhas corroboram que a moral é apenas fruto da evolução e nada mais sendo assim e uma questão de moda e gosto localização geográfica, cultura não havendo como condenar alguém que se negue a seguir a moral do rebanho.
          Nesta visão ética utilitarista, como você pode censurar o incesto já que não tem nenhuma consequência negativa naturalmente falando, com certeza vc buscou essa abjeção de alguma religião fundamentalista ou primitiva e ignorante que vc critica. E inúmeros outros valores é claro.

  16. Na verdade, a discussão não deveria ser sobre comer animais, visto que já estão mortos. O ponto é – matar animais é válido ou não? Em que casos? E se não podemos matar animais, então isso deve valer para todos. Por que uma vida de um cão tem que valer mais do que a de um rato, cobra ou escorpião? Preservemos todos! Algum ativista foi libertar os ratos usados em testes? Da próxima vez que uma peste de ratos invadir sua casa, é você que tem que se mudar. Caso contrário, você não passará de um hipócrita, que defende apenas os animais “fofinhos”.

    Tento salvar um pouco da coerência com a política de que somos, sim, superiores aos demais animais quando sobrevivência está em conflito e comemos o que quisermos. Só devemos evitar mortes desnecessárias, ou seja, pecado verdadeiro é desperdício de comida ou comer em excesso (o famoso pecado da gula), é pisar numa barata na rua, onde não te faz mal, matar aranhas que não te ameaçam, jogar pedra numa cobra que não te atacou, enfim, é matar sem que seja para se defender, ou para se alimentar.

    1. Exatamente, meu caro.

      Alguns somente nos damos ao “luxo” de ser vegetarianos por que vivemos numa sociedade organizada, com cidades e fertilizantes que disponibilizam alimento vegetal farto. Quero ver como os vegetarianos se virariam há 10.000 atrás, sem agricultura, obtendo proteína da caça, com tigres gigantes correndo atrás deles o tempo todo. Será que diriam “coitado do tigre!, vou deixar ele me comer pra não ter que matar ele, pois ele é sensiente!”.

      Mais é ai que está a questão, sem matar animais para obter peles, alimento, ossos para fabricar ferramentas, etc…, não teriamos desenvolvido a civilização, então nenhum de nós existiria, é quase certo que o homo sapiens já estivesse extinto.

      Se todos nós devemos a existência a isso, não podemos ser hipócritas agora e dizer que de repente é proibido utilizar animais para o progresso. Temos é que utilizar os meios possíveis para que este uso cause o menor sofrimento possível. Nem o ser humano, nem o animal selvagem estão livres de sofrimento, por que os animais criados em cativeiro não podem ser utilizados para o benefício de outro ser?

      Talvez num futuro distante, utilizando esta mesma tecnologia que hoje necessita gerar algum sofrimento, seja possível criar alimentos sinteticos e mesmo modelos artificiais que eliminem a necessidade de utilizar cobaias. Seria um grande progresso.

  17. Peço me ajudar esclarecendo o seguinte: os fundamentalistas crêem que Deus criou Adão e Eva.
    Minha ignorância profunda me leva a acreditar que a humanidade foi baseada no coito entre irmãos, filhos de Adão e Eva. Ou minha enorme ignorância não vê outros machos e fêmeas pós-paraíso????
    Agradeço se me esclarecerem. Pois estou horrorizado com tal hipótese ou mesmo se Adão procriou com suas filhas…. Credo!

    1. Interessantíssimo texto de Freud, Totem e Tabu, no qual ele discute a questão do surgimento da proibição do incesto em uma tribo autóctona da Austrália, considerada extremamente primitiva (não controlavam o fogo e eram apenas caçadores-coletores). Foi uma incursão de Freud pela antropologia cultural.

    2. Sim. para o bem da argumenteção se pressupormos o relato como fidedigno teve de ocorrer incesto algo que foi condenado pelo Deus da Biblia apenas mais adiante.Algo que vc não sabe por que não leu, apens fica repetindo como papagaio os recortes de sites também fundamentalistas e sensasionalista sem nenhum rigor academico.

      Agora o que me assombra é ler:

      “estou horrorizado com tal hipotese”.

      Por que um provavel naturalista ficaria horrorizado com o coito entre ele e sua mãe ou entre ele e sua irmã. Isso acontece todos os dias na natureza, é apenas mais um macho e uma femea guiado pelas leis da mãe natureza, satisfazendo seus desejos sexuais, se a moral é fruto apenas da evolução socio-biologica o que vc acha horrivel é apenas gosto e moda. É claro que eu acho feio isso mas pois sou teista agora o que resta ao ateu é dar um salto de fé – incoerencia – e condenar algo como mau apesar de estar em dissonancia com sua visão de mundo.

Comments are closed.